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quinta-feira, 31 de julho de 2025

As novinhas contra o Feminismo estão chegando, e eu já esperava

Abigail Pereira Aranha

1) Introdução

Primeiro, eu vi algumas mulheres se manifestando contra o Feminismo mais de 5 anos depois de eu começar o meu trabalho modesto na blogosfera (não só no Brasil). Depois, eu vi outras mulheres que não apenas se mostraram como antifeministas 7, 10 ou 15 anos depois de mim, elas também eram quase sempre mais novas ou meses mais velhas que eu (exemplo conhecido: Ana Caroline Campagnolo, que nasceu em novembro de 1990, eu nasci em março de 1991). Depois, eu deixei a previsão aqui e ali de que quando o meu trabalho tivesse uns 20 anos (estes 20 anos serão em maio de 2026), nós veríamos garotas se apresentando como antifeministas que seriam não só mais novas do que eu, também mais novas do que o meu trabalho. E há três dias, eu descobri que este dia chegou.

O nome da novinha é Samyla Ramos, ela publicou no YouTube no dia 23 (há 8 dias) o vídeo "um recado para os homens..."[01]. Antes, eu chamava de "novinha" a mulher que dizia algo antifeminista que eu disse uns 5 anos antes; depois, eu notei que era cada vez mais comum as "novinhas" serem mais novas do que eu; agora, esta é mais nova que os meus blogues. Como ela disse em outro vídeo, ela tem 15 anos[02]. A Samyla deve ser uma das primeiras de uma miríade. A safra nova já não é nem novinha, é sobrinha. Ops! "Tia" é uma gíria para prostituta daquelas mais populares (pelo menos aqui em Minas Gerais), não a "prima", que é a de luxo. Olha só uma carta pra elas usarem contra mim!

Eu confesso que nem vi o vídeo todo, porque eu sabia desde quando ela me apareceu nas sugestões do YouTube o que esperar, e ela não me decepcionou nos primeiros 4 minutos. O canal é de linha católica, o vídeo "um recado para os homens..." foi, de longe, mais visto e mais comentado que todo o resto do canal. Pausei o vídeo, fui aos comentários e vi uma surra de rapazes "red pill". E o comentário fixado dela[03] confirmou o que eu esperava da parte do vídeo que eu não vi:

Antes de alguém me criticar dizendo que eu quero validação masculina, olhem o contexto do vídeo e apliquem na sociedade atual. É nítido, só não vê quem não quer. Se vocês se negam a entender o contexto do vídeo querendo me atacar por falar algo REAL hoje em dia só porque você não teve experiência boas com mulheres, sinto muito mas você não é maduro.

Alguns homens estão simplesmente me atacando por ter falado sobre a masculinidade. Tem homens tão feridos, tão revoltados que qualquer crítica ou reflexão vira ameaça. E daí utilizam uma opinião disfarçada de ódio. Não vou mais ler comentários desse tipo. Espero que melhorem como pessoa, porque vocês só comprovam o que eu falei no vídeo.

Eu te entendo, moça. Eu já tinha sido recebida com desconfiança e até misoginia na Real (que era na época, a grosso modo, os atuais MGTOW[04] e "red pill"[05]) quando você nasceu; ainda mais porque eu me apresentava como ateia e... animadora do universo masculino. Mas desde então eu ganhei respeito, credibilidade e até amigos leitores.

E como você pode notar a seguir (ou talvez já teve a impressão até aqui), eu já tenho, pelos 19 anos de trabalho, uma certa impaciência com homens e principalmente mulheres que percebem o que eu escrevi 10 ou 15 anos depois, percebem parcamente e dão a explicação errada. Em matéria de mulheres que criticam o Feminismo ou o universo feminino, você pode me ver criticando algumas mulheres mais velhas que eu ou que apareceram antes de mim porque elas foram brandas ou provincianas; e criticando algumas mulheres mais novas que eu ou que apareceram depois de mim porque elas foram retardatárias ou têm honestidade questionável. Aliás, eu publiquei em 2007 o texto "Tem mulher babaca que se acha"[06], uma resposta a textos como "100 razões pelas quais é bom ser mulher" ou "100 razões pelas quais é melhor ser mulher" que circulavam na internet na época. O texto é meio simplório, eu tinha 16 anos e meio na época, mas vai fazer 18 anos daqui a 3 meses.

2) Comentei no vídeo[07]

Oi. Vi em outro vídeo que você tem 15 anos. Por acaso, a mesma idade com que eu comecei os meus blogues com críticas ao universo feminino, há 19 anos. Mas eu já era ateia, não uma católica sem vida sexual (sem desdenhar da sua pessoa). Mas sim, eu não valorizo a castidade.

O que trouxe a hostilidade que veio de alguns homens é que você é só mais uma mulher que diz aos homens o que é ser homem maduro[08], enquanto estes homens não podem dizer às mulheres o que é ser mulher com a mesma liberdade (os rapazes podem ter pegado o trocadilho). E mais do que isso, você, mesmo se dizendo contra o Feminismo, nos traz a sua visão dentro da sua própria conveniência. Isto leva a três problemas.

O primeiro problema é que o Ginocentrismo é a colocação da mulher na posição máxima da vida social, e é possível condenar o Feminismo por questões ginocêntricas (o movimento diz que defende as mulheres, mas prejudica estas mulheres). Logo, você é feminista sim.

O segundo problema é que você e todas as mulheres antifeministas conservadoras repudiam o Feminismo do jeito mais fácil, que é a aversão à heterossexualidade masculina. Vocês associam ao Feminismo as fantasias difamatórias que vacas interioranas elaboram sobre a vida sexual das garotas bonitas e alfabetizadas da cidade grande. O que, ironicamente, coloca vocês ao lado das piores divisões do próprio Feminismo. E isso leva ao terceiro problema.

O terceiro problema é que você, mesmo não sendo feminista de esquerda (como expliquei em alguns textos, existem as feministas conservadoras[09]), não parece tão diferente das garotas militantes ou simpatizantes do Feminismo ao ponto de atrair um homem tão diferente do comum. Inclusive porque você e as mulheres conservadoras que se dizem antifeministas podem estar tão empenhadas no preconceito contra as mulheres que agradam aos homens heterossexuais que, nisso, podem colaborar com as divisões mais anti-homem do Feminismo. Enquanto você promete que o seu eventual marido terá uma vida sexual mais pobre do que a que ele teria com uma mulher não-convertida, esta mesma mulher está aprendendo que pode fazer o marido ser preso se ele quiser sexo com ela.

Você pode conhecer o meu trabalho nos meus blogues, nos endereços na descrição do meu perfil. Eu sei a dificuldade que é para uma moça de 15 anos acessar um conteúdo para... pessoas amadurecidas, então você pode ficar só no blogue sem putaria.

E antes de alguém me criticar dizendo que eu quero validação masculina, eu vou receber com prazer toda a validação que vier dos rapazes. Porque ser mulher também é isso, colocar os homens pra cima.

Rejeite a Idade Média. Um abraço hétero.

3) Comentários finais

Nós estamos entre mulheres que passaram pelas quatro ondas do Feminismo. Sim, a mulher que tinha 30 anos no fim da Primeira Onda teria 90 anos hoje, e eu ou você conhecemos alguma mulher viva hoje nesta faixa etária. Mas nós só vemos críticas ao Feminismo feitas por mulheres ou falas de mulheres a favor dos homens em questões masculinas de uns 15 anos pra cá (aqui eu não conto, antes disso, algumas raras ex-militantes denunciando horrores do interior do movimento, algumas poucas senhoras diplomadas fazendo crítica interna do movimento, e as senhoras provincianas que literalmente demonizam o Feminismo associando-o a vida heterossexual decente). Quase sempre estas mulheres têm no máximo 45 anos hoje. Por quê? Para cada onda, as mulheres que foram jovens na época aproveitaram o que a onda ofereceu de bom e têm uma certa attitude padrão em relação a esta onda. Este tempo todo foi de mentira histérica mais falta de autocrítica feminina sobre o que elas receberam de bom da sociedade em geral, sobre o que elas receberam de bom do movimento feminista, e sobre os homens; tudo isso em, com o suporte de ou com pouca oposição de grande parte da imprensa de livros, da imprensa jornalística, do rádio, da televisão e das instituições de ensino. Vou explicar melhor.

  • As mulheres jovens da Primeira Onda (meados do século XIX até o fim dos anos 1960) têm pelo menos uns 80 anos hoje e são aposentadas ou pensionistas, elas não dizem uma frase a respeito do movimento daquela época a não ser, talvez, um elogio à conquista do voto feminino. Como elas são geralmente de baixa escolaridade, criadas na zona rural e cristãs devotas, elas mais provavelmente criticam as ondas seguintes porque elas produziram, supostamente, uma liberdade sexual heterossexual feminina que nunca chegou ao nível em que elas colocam.
  • As mulheres jovens da Segunda Onda (fim dos anos 1960 até começo dos anos 1990) têm entre uns 55 e uns 80 anos hoje, quase todas tiveram, mesmo no Brasil, uma escolaridade de pelo menos o Ensino Fundamental e tempo de trabalho fora de casa suficiente para se aposentarem também por tempo de serviço. Talvez já ouvimos elas dizerem que não chegaram a esta altura da vida limitadas ao trabalho doméstico e sendo agredidas pelo marido como as mães delas. Elas são mais escolarizadas e urbanas que as mães, mas elas também têm aquelas críticas à suposta Revolução Sexual feminista, que elas jogam, na prática, para a onda seguinte.
  • As mulheres jovens da Terceira Onda (começo dos anos 1990 até 2012) têm entre uns 35 e uns 55 anos hoje, elas passaram pela época (que dura até hoje) em que a maioria dos estudantes universitários era de mulheres e as mulheres têm cada vez mais preferências nos cargos de mais poder e salário no serviço público e nas grandes empresas privadas. Mas esta geração é também aquela da primeira onda visível de mulheres antifeministas, porque quando as que têm hoje até uns 45 anos de idade chegaram aos 25 ou 30 anos, elas sentiram a merda feder, não raro na própria vida cotidiana (as que estão casadas literalmente dão graças a Deus). Estas mulheres antifeministas fazem o contrário das gerações mais velhas que pensam que as gerações mais novas são religiosamente relapsas e estão quase indo para a bissexualidade: elas, quase sempre cristãs, rastreiam a encrenca toda até bilionários globalistas satanistas e grupos de lésbicas psicóticas do começo da Segunda Onda do Feminismo.
  • As mulheres jovens da Quarta Onda (desde 2012) têm entre 18 e uns 35 anos hoje, elas receberam tudo que veio de bom das ondas anteriores, mas quando elas pensavam que iam oferecer nada e receber o mundo como as mães e as avós delas conseguiram, elas se perceberam evitadas pelos homens (porque nem com sexo elas conseguem atrair ou manter um homem ao lado) e tomando remédio psiquiátrico ou bebida alcóolica como prêmio por conquistar um emprego que era privilégio masculino. Já existe a onda de garotas e mulheres com uns 25 ou 30 anos se oferecendo para serem donas de casa dos tempos da vovó se a moça encontrar um marido que sustente o casal e os filhos (estas não têm filhos de relacionamentos anteriores)[10]. E também já existe uma fala que é quase uma nota de rodapé, e como se fosse uma preparação para uma morte breve por doença terminal, sobre a hipótese (ou os casos que já aconteceram) de a mulher trabalhar fora e sustentar a casa enquanto o marido ou companheiro cuida dos filhos e do trabalho doméstico, ou só tem um trabalho em que ganha menos que a esposa[11]. Agora, até as divisões menos loucas do movimento feminista tentam se desassociar das mais loucas; mas mais criticados que as lesbofeministas que vêem homens estupradores em cada ônibus urbano, são os homens que se recusam a se casar e ter filhos por causa de leis e ambientes antimasculinos.

E em todas as ondas, no feminismo de esquerda ou no antifeminismo conservador, é um sacrilégio uma mulher oferecer ou alguém querer que ela ofereça sexo a um homem com quem não esteja em relacionamento estável, só pelo prazer a dois (bom, vamos deixar só em dois pelo menos pra começar). Para as mulheres que fazem alguma crítica ao Feminismo, uma mulher assim é obra do Feminismo; para as mulheres declaradamente feministas, ela é obra da objetificação e da sexualização da mulher feita pela sociedade patriarcal, machista e cristã conservadora.

Em todas estas gerações, como eu dizia, tudo que as mulheres ganharam dentro do feminismo de esquerda e fora dele, tudo que os homens perderam para isso, toda a mediocridade ou malignidade do universo feminino e todos os problemas reais dos homens, tudo ficou escondido fora do falatório um tanto formatado daquelas pessoas que deviam saber e falar sobre o que está acontecendo ao redor e sobre a estrutura da realidade, de um anônimo com uma geração a mais de idade até um renomado especialista de nível universitário. Até que homens comuns começaram a usar o poder de descrição na discrição de perfis com pseudônimos na internet, contando observações pessoais, casos reais com homens conhecidos e trechos de fontes feministas, para desmascarar o discurso lesbofeminista popularizado e as lamúrias permanentes de mulheres sem atrativos físicos e morais. Assim começaram as comunidades masculinas antifeministas no mundo decente, como a Real no Brasil começou em uma comunidade sobre relacionamentos no Orkut[12] em 2006.

Por um lado, a manifestação de um aspecto da realidade ser de conhecimento geral não implica que este aspecto da realidade é público e notório; por outro lado, quem preza a verdade percebe imediatamente quando encontra uma verdade, mesmo que tenha passado a vida ouvindo sempre o contrário e veja aquilo com uma certa estranheza na primeira vez. É por isso que rapazes do povo falando contra o casamento e recomendando evitar contato com as mulheres (pelo menos nas condições atuais) são uma onda que só vai crescer tanto como comunidade quanto em conhecimento do público, mesmo que aumentem as difamações em desde as rodas de conversas até os grandes jornais. A imprensa dizer que os homens que boicotam as mulheres são caso de polícia (como já fez) não resolve, porque esta imprensa não tem mais a credibilidade nem o público sem outra fonte de informações para escrever o mundo como se fosse um filme. Semelhantemente, também não resolve cada vez mais mulheres aparecerem falando ou escrevendo sobre o que os homens devem ser e fazer para serem considerados maduros, masculinos ou à altura de terem uma esposa, porque estas mulheres só mostrarão por que elas mesmas estão sem companheiro ou com maridos infelizes, e quais os sinais de uma mulher de que aqueles homens devem evitá-las até no ônibus.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[01] "um recado para os homens...". Samyla Ramos, 23 de julho de 2025. https://www.youtube.com/watch?v=GtSi08duw_A

[02] "15 LIÇÕES AOS 15 ANOS | Meus MELHORES conselhos!". Samyla Ramos, 25 de janeiro de 2025. https://www.youtube.com/watch?v=ig5sxjjozho

[03] https://www.youtube.com/watch?v=GtSi08duw_A&lc=UgzhoTCJ7trPA1JNEsV4AaABAg

[04] MGTOW é "Men Going Their Own Way", homens seguindo seu próprio caminho. É uma comunidade que começou nos Estados Unidos cerca de 2010, de homens que são mais conhecidos por denunciar o Feminismo e evitar relacionamentos estáveis, mas a comunidade também tem coisas relacionadas a desenvolvimento pessoal masculino, como fisiculturismo.

[05] "Red Pill" é uma alusão à série "Matrix". Nos filmes, as máquinas entraram em guerra contra a humanidade, venceram e deixaram todos os seres humanos daí em diante ligados a uma rede que usa a energia emitida por eles para alimentar as máquinas enquanto alimenta as memórias dos seres humanos com uma simulação de realidade, e essa simulação é a Matrix. O líder da resistência, Morpheus, encontra possíveis rebeldes dentro da Matrix e lhes oferece a opção de uma entre duas pílulas, a pílula azul que deixa a pessoa na Matrix e a pílula vermelha ("red pill") que permite a pessoa ser desconectada da Matrix sem morrer para se juntar à resistência no mundo real. No contexto das comunidades masculinas antifeministas como a Real, os MGTOW e a Red Pill, uma parte da "Matrix" é o conjunto de ideias que são ensinadas aos homens: as mulheres são angelicais, elas devem receber cavalheirismo e proteção dos homens, o Feminismo só busca direitos justos para as mulheres que a sociedade machista não dá, etc.

[06] "Tem mulher babaca que se acha", 31 de outubro de 2007, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2007/10/tem-mulher-babaca-que-se-acha.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2007/10/tem-mulher-babaca-que-se-acha.html

[07] https://www.youtube.com/watch?v=GtSi08duw_A&lc=UgxQtBWyUL2trAjIRNB4AaABAg

[08] Eu comentei sobre isso no texto "Meninos, sejam homens demais engajando-se em ser homens o suficiente para impressionar as mulheres (para 19 de novembro, Dia Internacional do Homem)", 19 de novembro de 2016, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2016/11/meninos-sejam-homens-demais-engajando.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2016/11/meninos-sejam-homens-demais-engajando.html

[09] Por exemplo: "Os dois feminismos", 14 de dezembro de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/12/os-dois-feminismos.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/12/os-dois-feminismos.html

[10] Por exemplo: "'Tradwives' promote a lifestyle that evokes the 1950s. But their nostalgia is not without controversy" ("Esposas tradicionais" promove um estilo de vida que remete aos anos 1950. Mas sua nostalgia não é sem controvérsia). CNN, 27 de dezembro de 2022. https://edition.cnn.com/2022/12/27/us/tradwife-1950s-nostalgia-tiktok-cec

[11] Por exemplo: "I'm The Breadwinner In My Relationship — And It's Complicated" (Eu sou a provedora da minha relação - e isto é complicado). Refinery29, 14 de fevereiro de 2019. https://www.refinery29.com/en-us/what-its-like-being-the-female-breadwinner. Traduções minhas para o português no A Vez das Mulheres de Verdade em avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/eu-sou-provedora-da-minha-relacao.html; e no A Vez dos Homens que Prestam em avezdoshomens.blogspot.com/2020/02/eu-sou-provedora-da-minha-relacao.html

[12] Orkut foi uma rede social da Google extinta em 2014. O nome é o do turco engenheiro de software que inventou a rede, Orkut Büyükkökten. A tia Abigail não é tão velha, mas já teve perfil lá.

Texto original em português sem vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "As novinhas contra o Feminismo estão chegando, e eu já esperava", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2025/07/as-novinhas-contra-o-feminismo.html
Texto original em português com vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "As novinhas contra o Feminismo estão chegando, e eu já esperava", https://avezdoshomens.blogspot.com/2025/07/as-novinhas-contra-o-feminismo.html

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Os homens que não querem relacionamento com o sal insípido

Abigail Pereira Aranha

1) "Por que os homens não querem se relacionar?" (Marcella Malvar)[01]

@marcella.malvar Por que os homens não quererm se relacionar??? 🚨🚨🚨 #fyppppppppppppppppppppppp #FYP #viral #foryoupage #foryou #relacionamento ♬ som original - Marcella Malvar

[00:00 a 00:19] Por que que os homens estão com medo de se relacionar? Gente, eu quis muito abordar este assunto neste vídeo, porque eu vejo que não é muito falado. Eu vejo as mulheres solteiras falando "nossa, tá muito difícil arrumar um cara bacana", e de fato tá mesmo. Eu sou casada, mas a gente vê que isso é uma reclamação geral. Mas, assim, se a gente for a fundo, dá pra entender a cabeça dos homens.

[00:19 a 00:40] Você sabia que hoje muitos homens de fato estão muito resistentes a ter uma relação por medo de golpe? Pasme, gente, tem mulher que faz uma falsa acusação na Lei Maria da Penha com a finalidade somente de obter algum benefício financeiro. E que fique claro, eu não tou aqui pra passar pano pra homem abusador, mas eu também não passo pano pra mulher interesseira.

[00:40 a 01:10] Vou dar um exemplo aqui pra vocês. Você começa a namorar um cara e começa a morar com ele, você vai pra casa dele, começa a morar com ele. Aí vocês têm alguma discussão e você abre uma queixa contra ele na Lei Maria da Penha, porém é uma falsa queixa. Até o cara provar que a sua queixa é falsa, o cara pode simplesmente ser expulso da casa dele, a mulher ficar lá e acontecer o famoso golpe de patrimônio, ela simplesmente limpa a casa do cara. Isso não é estória de filme, não, gente. Tá cheio de caso assim, é só vocês procurarem na internet.

[01:10 a 01:28] Da mesma forma também que eles têm muita resistência da tal pensão socioafetiva. Inclusive eu já fiz vídeo falando aqui que é quando o cara começa a namorar uma mulher que tem filho e quando eles se separam, se essa mulher comprovar na Justiça que ele tinha algum elo com o filho dela, ele simplesmente tem que pagar pensão pra um filho que não é dele.

[01:28 a 02:03] E não para por aí não. Eles têm um outro medo também desbloqueado na cabeça deles, sabe qual que é? Os caras hoje, eles estão com medo de qualquer atitude deles ser confundida com assédio. E eu não tô aqui pra passar pano pra macho não, porque tem sim homem violento, homem que abusa, e pra esses homens, gente, já existem as devidas punições e eles têm, sim, que ser punidos. Mas aqui eu estou falando é da atitude de má fé, de má índole de algumas mulheres, e isso precisa ser falado. Sabe por quê? Porque por causa de uma ou outra eles acabam, assim, generalizando, criando esse bloqueio e não querendo mais se relacionar com ninguém.

2) Meus comentários segurando os palavrões cabeludos

Obrigada ao Felipe do canal Liga dos Homens no YouTube por ter compartilhado[02] (mas, poxa, faltou você ter dado a fonte).

Talvez pareça estranho pra quem conhece o meu trabalho que eu não estou nem um pouco alegre por ver uma mulher aleatória falando isso. Ao contrário, tive aqueles pensamentos que a gente expressa com palavrões cabeludos. Porque como quem conheceu o meu trabalho na década passada sabe, se eu mostrasse a minha cara e desse um mínimo de informações sobre onde eu moro e onde eu trabalho, eu podia ser presa em 2012 por escrever exatamente isso. Os homens que seguem seu próprio caminho (MGTOW) que nós já vemos há uns 10 anos parecem que nunca ouviram falar do Silvio Koerich (talvez não ouviram falar mesmo). Eu passei pela forja feita para incriminá-lo. Se o leitor não sabe quem é ele, pode ir na tag "silvio-koerich" deste blogue mesmo para conhecer um pouco do que ele escreveu (se estiver no celular, você pode mudar para a versão desktop e ir na lista de etiquetas lá embaixo, ou ir na barra de endereços e colar "/search/label/silvio-koerich" depois do ".com" do endereço da página inicial). Mas ainda antes disto, eu já passei pelo tempo em que a mulher que discordava do Lesbofeminismo era fake de homem que apoiava a violência contra a mulher, ou era mulher mesmo que merecia ser estuprada para dar valor ao movimento.

Em 2009, em 2011, eu já era até hostilizada pelos fóruns da Real (que era tipo os MGTOW, ou a autodenominação que eles usavam na época), só porque além de ser mulher, eu era, como disse o moderador de um grupo no Facebook em 2011, "ateia, anarquista, contra a família e promíscua confessa". Agora, de uns 5 anos pra cá, nós vemos com uma certa frequência um "red pill" compartilhar um vídeo de alguma mulher de 25 ou 35 anos em rede social onde ela confirma o que ele dizia no canal dele no YouTube. O que ele dizia e o que eu dizia antes dele. Eu nunca quis ser influenciadora da machosfera... bom, influenciar um pouquinho os homens no caminho da virtude e da inteligência usando a lascívia, eu queria sim; mas eu não deixo de me aborrecer por ter produção escrita demais para os "red pill" babarem por qualquer garota baladeira em fim de carreira que disse um rascunho do que eu disse 10 anos depois de mim.

Eu já disse algumas vezes, fazendo uma certa caricatura, que os "red pill", os MGTOW, os homens despertos fora da Matrix, eles são uma espécie de puritanos do interior frustrados porque não conseguiram uma jovem sexofóbica semianalfabeta para se casar como os bisavôs deles conseguiram, porque as moças da localidade rural deles puderam e foram tentar ser "alguém na vida", então eles entram nas fantasias difamatórias da avó contra as mulheres bonitas e alfabetizadas da cidade grande. Mas pelas mulheres que eu já vi deslumbrando esses rapazes, parece que a caricatura não é tão distorcida assim. Numa lista rápida, eu abordei o que eu chamo de fundamentalismo sertanejo em alguns textos:

  • "O lado rural do antifeminismo", 09 de abril de 2016[03];
  • "72 virgens e 30 moedas de prata", 02 de setembro de 2016[04];
  • "Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã?", parte 1, 07 de maio de 2021[05], e parte 2, 11 de maio de 2021[06]

E eu não pude deixar de observar que a moça diz no começo que é casada. Assim, ela deixou escapar: ainda bem que eu consegui o meu otário antes de a merda feder, e que ele está percebendo o que está acontecendo menos do que eu. Nos comentários de vários vídeos de pastores sobre os males do Feminismo, eu também vi várias mulheres dando graças a Deus por estarem casadas. Mas isso leva a um outro problema.

3) Um quarto motivo para os homens não quererem relacionamento

O que uma esposa tem a acrescentar na vida de um homem? Se uma esposa de meados do século XX ou antes tinha pouco a oferecer, por que um homem se ofereceria hoje em abstinência e sacrifício em um casamento tradicional, como esperam pregadores "cringes" que ignoram que todos terão direitos menos ele? Eu até já expliquei um pouco este problema em outra ocasião, no texto "Castidade é ódio aos homens - parte 3"[07], mas vou abordar novamente aqui tentando acrescentar outros pontos.

Começo a meditar sobre a esposa média citando Mt 5: 11: "Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." A namorada ou ex-esposa que faz falsa acusação de violência doméstica, a mãe solteira que dá golpe de pensão socioafetiva, a mulher que faz falsa acusação de crime sexual, nenhuma delas é a lesbofeminista de cabelo curto laranja com argola no nariz e falas de supremacia feminina. Destas, um homem mediano nem se aproxima, talvez nem ela dele. Aquelas mulheres tinham (às vezes, ainda têm) uma aparência de mulher normal; talvez sejam realmente mulheres normais (sem entrar na questão de o que isso significa). Sim, aquele texto é uma fala de Jesus Cristo sobre e para os seus discípulos, sobre eles serem melhores que o resto do mundo. Mas até isso entra no contexto aqui. A esposa cristã é mais um modelo de neurótica freudiana que um modelo de mulher admirável.

Assim, o problema não é, como as mulheres que só há pouco tempo criticam o universo feminino dizem, que poucas mulheres de um mau carater excepcional sujam a imagem do universo feminino como um todo; o problema é que as mulheres comuns não parecem diferentes delas. Não é que os homens estão com medo de o que mulheres malucas e sórdidas fizeram, esses homens simplesmente não encontram no universo feminino algo melhor que isso o suficiente para animá-los a terem um relacionamento amoroso. E aqui eu não usei a palavra "amoroso" como uma forma polida para "sexual" (já chego nesta parte). E antes que alguém diga que é nobreza ou até mandamento divino um homem amar a sua esposa, este alguém deveria falar com uma mulher sobre como ser uma boa esposa. Ele (porque geralmente é um homem) pode escolher mostrar os mandamentos bíblicos para as esposas. Já vi notícias de pregadores que fizeram isso e tiveram problemas no Judiciário e na igreja.

O que salvou a espécie humana foi a insistência histórica dos homens heterossexuais em se casarem e se reproduzirem com mocreias rústicas. Talvez não fosse insistência, mas falta de autoestima e uma visão pobre da vida, o suficiente para não ter um projeto de vida muito melhor. Mas as mulheres com menos de 45 anos hoje, num contexto de progresso geral mundial, acreditaram que ainda podiam aproveitar isso como suas avós faziam para oferecer ainda menos e receber mais. Se deram mal, e menos do que deviam, aí meia dúzia delas começaram a "acordar".

4) E onde está a mulher virtuosa?

E quando uma mulher tenta mostrar um diferencial, ela apela para o mais fácil: falta de sexo. Sim, o pecado original é a sexualidade. O seu pastor, se você for evangélico, ou o seu padre, se você for católico, vai explicar que não, mas vai mostrar na prática e na contradição que sim. Então, uma mulher bonita com um corpo minimamente feminino que demonstra desinteresse ou até desprezo pelo sexo tenta se mostrar e é vista como digna, elegante e atraente (como dizem, sexy sem ser vulgar). Ah, e uma mulher se mostrar "gostosa" ou um tanto assanhada em redes sociais ou na rua não significa que ela tem uma vida sexual muito boa, ou mesmo ânimo para ter. E até a forma física e o rosto minimamente femininos em uma mulher são um luxo mesmo hoje em dia. O que um homem maduro e honrado deve aceitar é uma esposa que tem beleza medíocre e ideias medíocres, que oferece uma vida sexual pobre e que reparte as tarefas e as contas da casa. E se um homem consegue uma esposa assim e que lhe dá um nível razoável de paz de espírito, ele dá graças a Deus (às vezes literalmente).

E depois de não ter ajudado nada trombetear que homem que gosta de pornografia e softcore é imaturo e que a prostituição e a pornografia são atividades criminosas de violência contra a mulher, as igrejas começaram a discutir Educação Sexual com os adolescentes. Naquela linha de que sexo é pecado antes ou fora do casamento, mas já foi uma coisa que os avós deles se casaram sem ver. Depois disso, algumas mulheres começaram a falar com outras mulheres sobre como dar uma boa vida sexual pro marido. Mas essas mulheres, tanto as que falam quanto o público-alvo, são mulheres casadas com homens ricos. Se o leitor for um homem de pelo menos uns 45 anos hoje, pode se lembrar da revista Cláudia ou da revista Nova Cosmopolitan, que trazia alguma reportagem sobre sexo entre outras reportagens sobre carreira profissional, Feminismo, celebridades, etc; no tempo em que ser uma pessoa com cultura acima da média no Brasil era assinar certas revistas impressas e ler jornais impressos como a Folha de São Paulo.

Hoje em dia, mais homens estão atentos aos problemas do casamento porque, por exemplo, já existem vídeos nas redes sociais sobre o "estupro marital": se a esposa recusar sexo ao marido e ele insistir, ele pode ser preso. Mas isso é só um sinal de um problema que não é recente: um homem precisa ser no mínimo de classe média para conseguir de uma eventual esposa qualquer parte do mínimo que uma mulher poderia oferecer, inclusive sexo razoável. Sim, negar sexo a todos os homens com a possível exceção de um não é demonstração de dignidade ou de moral superior. E sim, eu já tive muitos amigos fazendo visitas no meu templo nas três entradas, às vezes lambuzando a entrada de cima. Mas com uma série de progressos sociais mundiais, cada vez mais mulheres vão ser obrigadas a perceber que os homens não precisam e cada vez mais homens não querem entrar numa relação onde oferecer tudo é o mínimo e receber o mínimo é o máximo; e elas vão perceber então que oferecer o mínimo será o mínimo, não o máximo, que elas vão precisar para ter de quem receber o máximo.

5) Eu ia encerrar aqui, mas…

Enquanto eu organizava as ideias, eu vi estas matérias na sugestão do meu navegador Opera: "Ministra defende regulação das redes após aumento de vídeos na 'machosfera' do YouTube", da agência Pública[08]; e "Influenciadores faturam alto com vídeos misóginos no YouTube", da Agência Brasil[09]. Uma pequena onda de matérias com títulos semelhantes, daquelas que não são incomuns na imprensa brasileira recente.

Realmente não é a primeira vez que um governo petista tenta censurar a Real, foi o que aconteceu na falsificação do blogue do Silvio Koerich no primeiro mandato da Dilma Rousseff, mas o que é diferente aqui é que o progressismo e a extrema esquerda tentam censurar, falado por homens, o que até uma mulher está percebendo. Esta mulher nunca viu o termo "machosfera" e nunca viu qualquer conteúdo "red pill", mas ela é casada com um homem que sofreu acusação falsa de violência doméstica da ex-mulher; ou tem amigas que já se perceberam evitadas pelos homens nas diversões noturnas e fez uma associação disso ao que é chamado de combate à importunação sexual.

Houve um tempo em que era plausível acreditar que o Feminismo era um movimento por direitos legítimos para as mulheres, em que a visão dos homens como agressores reais ou potenciais e a visão do sexo heterossexual como degradação da mulher pareciam erros secundários de algumas frações que não prejudicavam a essência de um movimento nobre. Agora, está cada vez mais claro que o movimento feminista (ou LGBT-feminista) é parte da esquerda, e a esquerda não luta contra o Capitalismo, mas contra a noção da normalidade; e que as mulheres feministas são só a fração feminina da malta psicótica e semianalfabeta que se imagina parte da elite de uma futura ditadura, e que vai chegar a ser isso se distanciando do povo de verdade ou mesmo lutando contra ele. Aí nós temos, para ficarmos só no universo feminino e no universo feminista, um movimento lesbofeminista movido por uma demanda própria, as mulheres do povo de verdade com as suas demandas próprias e as intersecções entre as duas coisas, produzindo geralmente coisas que as mulheres em geral nem notam a diferença ou sentem que as prejudicam. Hoje, uma mulher honesta do povo percebe que as leis contra a "violência contra a mulher" e contra os crimes sexuais só servem para os homens se afastarem dela como de uma cobra e para dar dinheiro fácil para a ex-mulher do marido. No futuro, essa mulher pode notar, se ela tiver cultura suficiente, que a internet se transformou na televisão aberta dos anos 2000 com tanta censura, que começou com exclusão de material sexual, regulação contra conteúdo misógino, combate à desinformação sobre a gripe chinesa (CoViD-19), exclusão de conteúdo que põe em dúvida a credibilidade das eleições[10],... a lista vai só crescendo.

Sim, nós estamos, homens e mulheres, heterossexuais e não-heterossexuais, brancos e não-brancos, ricos e pobres, no caminho para conseguirmos os direitos iguais e a igualdade social. Igualdade numa miséria com direitos iguais a zero.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[01] Marcella Malvar, 04 de agosto de 2024. https://www.tiktok.com/@marcella.malvar/video/7399279070728457477

[02] "Palmas pra quem já entendeu a nossa situação - colocou os argumentos irrefutáveis na mesa". Liga dos Homens, 04 de dezembro de 2024. https://www.youtube.com/watch?v=ChExI6olOW8

[03] "O lado rural do antifeminismo", 09 de abril de 2016, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2016/04/o-lado-rural-do-antifeminismo.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com.br/2016/04/o-lado-rural-do-anti-feminismo.html

[04] "72 virgens e 30 moedas de prata", 02 de setembro de 2016, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2016/09/72-virgens-e-30-moedas-de-prata.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com/2016/09/72-virgens-e-30-moedas-de-prata.html

[05] "Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã? - parte 1", 07 de maio de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-1.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-1.html

[06] "Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã? - parte 2", 11 de maio de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-2.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-2.html

[07] "A Peituda, isca de ladrões, morreu em confronto com a polícia (Ou: Castidade é ódio aos homens - parte 3)", 05 de janeiro de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/01/a-peituda-isca-de-ladroes-morreu-em.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com.br/2017/01/castidade-e-odio-aos-homens-parte-3.html

[08] "Ministra defende regulação das redes após aumento de vídeos na 'machosfera' do YouTube". Pública, 13 de dezembro de 2024. https://apublica.org/nota/machismo-no-youtube-ministra-da-mulher-defende-regulacao-das-redes

[09] "Influenciadores faturam alto com vídeos misóginos no YouTube". Agência Brasil, 13 de dezembro de 2024 às 17:59, atualizado às 21:01. https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-12/influenciadores-faturam-alto-com-videos-misoginos-no-youtube

[10] Trechos da "Política de conteúdo do Blogger":

Conteúdo enganoso

Não distribua conteúdo que engane ou confunda os usuários. Isso inclui o seguinte:

Conteúdo enganoso relacionado a processos cívicos e democráticos: conteúdo que seja comprovadamente falso e possa comprometer, de forma significativa, a participação ou a confiança em processos cívicos e democráticos. Essa categoria abrange informações sobre procedimentos eleitorais públicos, qualificação de candidato político com base em idade ou local de nascimento, resultados de eleições ou participação em censo contrárias aos registros federais oficiais. Isso também inclui declarações incorretas de que uma figura política ou um agente do governo tenha morrido, se envolvido em um acidente ou esteja gravemente doente.

(...) Conteúdo enganoso relacionado a práticas de saúde prejudiciais: conteúdo médico ou de saúde enganoso que promova ou incentive práticas que podem causar danos graves físicos ou emocionais a indivíduos ou grande risco à saúde pública.

"Política de conteúdo do Blogger", https://www.blogger.com/content-policy?hl=pt-BR

Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "Os homens que não querem relacionamento com o sal insípido", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2024/12/os-homens-que-nao-querem-relacionamento.html
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "Os homens que não querem relacionamento com o sal insípido", https://avezdoshomens.blogspot.com/2024/12/os-homens-que-nao-querem-relacionamento.html

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Dois dias para os homens solteiros

Abigail Pereira Aranha

1) "Dia dos Solteiros: saiba como surgiu a data celebrada no Brasil em 15 de agosto" (O Tempo, 15 de agosto de 2023, trecho)[1]

Hoje, 15 de agosto, é comemorado o dia dos Solteiros no Brasil. Mas em outros países, ele só é celebrado no dia 11 de novembro, data que surgiu na década de 90 na China, mais precisamente na Universidade de Nanquim, e movimenta promoções no comércio online ao redor do mundo.

No Brasil, o Dia do Solteiro é considerado uma data comercial e foi instituída no dia 15 de agosto pela empresa AliExpress, só em 2019. Além disso, tem como objetivo criar uma perspectiva mais positiva em relação ao status de solteiro, encorajando as pessoas a apreciarem sua independência e liberdade, em vez de se sentirem pressionadas a encontrar um parceiro.

A celebração pode incluir atividades como sair com amigos, comprar presentes para si ou participar de eventos sociais.

2) Notas sobre o Dia do Homem e o Dia dos Solteiros

15 de julho é o Dia do Homem no Brasil. O Dia Internacional do Homem é 19 de novembro. Há quem pense que é bobagem existir um Dia do Homem e um Dia dos Solteiros, em geral quem pensa que homens maduros celebram o Dia Internacional da Mulher e o Dia dos Namorados. No caso do Dia dos Namorados, o homem maduro celebra com sua própria esposa. Mas enquanto o Dia do Homem tem piadas de que é 1° de abril ou 12 de outubro (Dia das Crianças), o Dia dos Solteiros não tem. E a explicação pode ser simples: uma nação de mulheres nas Américas e na Europa que não conseguiram casamento, ou, como dizemos no Brasil, mulheres "encalhadas".

Até não muito tempo atrás, um homem solteiro era visto como imaturo e uma mulher solteira era vista como libertina. Isso melhorou, e foi um avanço. Mas ainda nos anos 2020 você pode ver este mesmo preconceito sobre um dos lados. Pista: a mulher solteira de 25 anos está estudando ou consolidando uma carreira profissional e não está fazendo sexo com o auxiliar administrativo enquanto aguarda um marido com o dobro do salário dela. Ops! Mas com mulheres já como maioria nas universidades e com preferências nos processos seletivos dos cargos mais altos (porque preferência pra cozinheira ou atendente não vale), a conta não fecha. Já não cola mais aquela insinuação de que a moça atraente teve sucesso na carreira porque dava pro chefe ou era casada com um diretor, porque está faltando homem... no lugar certo, que é por trás de uma grande mulher (e pela frente também).

Mas na luta vitoriosa das mulheres contra o machismo, elas não podem estar cada vez mais infelizes com as próprias exigências e com os frutos das próprias atitudes. Então, elas têm uma autoestima que cresce quanto mais elas estão velhas, idiotas, indesejáveis e solitárias. Mas não são esses indivíduos, há um conjunto de cultura, de agentes políticos, de pessoas ricas (alguns chamam tudo isso de "sistema") que faz uma caixa amplificadora para essas loucas. E aí entra a popularidade recente do Dia dos Solteiros. Se nós virmos alguém celebrar o "Dia dos Solteiros e das Solteiras", confirmaremos a minha suspeita.

E volto à questão do Dia do Homem assumindo que um homem é casado ou terminou um relacionamento estável no qual teve um filho, o que quase sempre é o caso. Mesmo sendo casada, ou em um relacionamento igualado ao casamento, a mulher é tratada legalmente e socialmente como indivíduo, inclusive em leis específicas para mulheres (ou contra o homem). O homem não tem o mesmo tratamento como um indivíduo: em geral, ele é marido ou pai.

E falando em homem solteiro, notícia da imprensa em tom de escândalo: "pastor diz que mulher deve fazer sexo mesmo sem ter vontade: 'Deus mandou'"[2]. E você vai ver as palavras do pastor na própria matéria, elas são muito boas mesmo para quem não crê em Deus (como é o meu caso). Eu vi o título da matéria na primeira vez e tive o pensamento que eu vou compartilhar com você pra você pensar também: que situação levou um pastor a fazer uma exortação com base bíblica dirigida às mulheres do meio evangélico? A base bíblica no caso é 1Co 7: 4 e 5. Eu já deixei a pergunta pelo menos uma vez no ano passado de quando um pastor faria a pregação que este pastor fez, citando aquele texto que diz que a mulher deve satisfazer o marido sexualmente. Ele fez e causou o rebuliço. E enquanto eu procurava este caso, achei outro rebuliço parecido no ano passado: "'Esposa cansada não deve negar sexo ao marido', diz líder da Igreja Renascer"[3]. Matéria do Pragmatismo Político. "A fala ocorreu na terça-feira (7/3), véspera do Dia Internacional da Mulher". E depois de contar o caso, a matéria tem o subtítulo "Crime internacional" que mostra como o apóstolo é horrível: teve processos trabalhistas, já foi preso por estelionato e, o mais grave, foi elogiado pelo Jair Bolsonaro. E ainda enquanto eu procurava o primeiro caso, eu também achei esta pérola na página do governo do Mato Grosso do Sul: "Violência Doméstica no meio Cristão"[4]. Depois disso tudo, eu trago a você a pergunta de o que um bom rapaz evangélico pode esperar da sua futura esposa depois do "eu escolhi esperar".

Ah, e eu já estou com saudades de dar pra homens casados. Os que eu conheço têm medo de me comer e os que me comeram se separaram todos. Mas eu não estou com saudades destes homens, porque a maioria deles me comem até hoje e eles me contaram que estão até mais felizes com a nossa amizade, a deles comigo e alguns que ficaram amigos de outros.

3) Notas sobre ser um homem solteiro

Não se casar não é boicote ao sistema, como dizem os "red pill"; é só presença mental na realidade. Não é a questão do casamento ou do eventual divórcio, é a questão do universo feminino. Você mal conhece uma mulher de quem gosta de estar perto e que parece estar bem junto com homens heterossexuais. Então, hoje é quase alucinação um homem acreditar que ele conhece uma mulher com quem gostaria de se casar.

E ser um homem solteiro não significa muito mais liberdade sexual. Ser uma mulher solteira também não é tanta liberdade assim. Há quase 20 anos que eu tenho amigos com quem eu não podia ser vista porque a esposa do homem ou a mãe do rapaz tem medo de eu fazer alguma coisa com ele (e com razão, e algumas vezes eu fiz mesmo). Como disse Rosa Luxemburgo, "quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem". Não estou na Idade Média ou em um país muçulmano, mas não tenho a liberdade sexual que os conservadores pregam que nós temos aqui. Aliás, a seção de putaria no blogue A Vez dos Homens que Prestam, eu tenho consciência das barreiras por que eu tenho que passar pra fazer e das amizades masculinas que me ajudam nisso, e das barreiras que alguns leitores vão ter pra ver. Se você homem solteiro tiver interesse sexual em alguma mulher que você conhece, você tem poucas chances de conseguir o que quer com ela; geralmente porque ela está em um relacionamento convencional ou porque você é solteiro (já descobriram por pesquisas que um homem atrai mais mulheres quando é casado). Mas ser um homem solteiro significa (parece estranho) não ter uma mulher para atrapalhar a sua vida sexual.

Ser um homem solteiro não é exatamente uma opção pela liberdade. Você homem solteiro já quis se casar, mas cada possível esposa lhe deu um livramento de si mesma. Mas se você juntou isso a uma opção pessoal de evitar o casamento ou até um contato próximo com o universo feminino, você essencialmente se livrou de mais cadeias (sim, eu fiz um trocadilho). Pode ser um motivo pra celebrar, pensar que com todos os seus problemas, você poderia estar pior.

Mas você homem hétero, mesmo se for casado, também pode ser mais feliz por ser minoria desprivilegiada, porque a sua força vai ser em boa parte um mérito próprio. Assim como quase todos que se fazem de fariseus escondem os seus próprios pecados que enxergam nos outros, as lésbicas que se fazem de fortes e os "losers" metidos a ladrões de bolsa escondem a própria fraqueza e a força a quem devem o pedestal onde estão. Aliás, foi obra essencialmente de homens, sexo masculino, nós progredirmos de aldeias e povoados onde parcamente sobrevivíamos e nos protegíamos de grandes animais ferozes para cidades com uma série de confortos, de prazeres e de possibilidades de engrandecimento mental. Porque cada homem que fez parte desse processo achou algo de bom na vida e no mundo físico, e em vez de buscar do que falar mal, buscou e encontrou mais intimidade com a verdade, com o bem, superando até a eventual pobreza mental de um ambiente horroroso com sua força interior e com alguns recursos externos. E isso você homem pode encontrar em você mesmo na sua vida.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] "Dia dos Solteiros: saiba como surgiu a data celebrada no Brasil em 15 de agosto". O Tempo, 15 de agosto de 2023. https://www.otempo.com.br/interessa/dia-dos-solteiros-saiba-como-surgiu-a-data-celebrada-no-brasil-em-15-de-agosto-1.3170453

[2] "Pastor diz que mulher deve fazer sexo mesmo sem ter vontade: 'Deus mandou'". UOL, 18 de junho de 2024. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/06/18/pastor-diz-que-mulher-deve-fazer-sexo-mesmo-sem-ter-vontade-deus-mandou.htm

[3] "'Esposa cansada não deve negar sexo ao marido', diz líder da Igreja Renascer". Pragmatismo Político, 09 de março de 2023. https://www.pragmatismopolitico.com.br/2023/03/esposa-cansada-nao-deve-negar-sexo-ao-marido-diz-lider-da-igreja-renascer.html

[4] "Violência Doméstica no meio Cristão", Não Se Cale, Governo do Mato Grosso do Sul, https://www.naosecale.ms.gov.br/violencia-domestica-no-meio-cristao

Questo testo in italiano senza foto e video di dissolutezza in Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Due giorni per gli uomini single", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2024/11/due-giorni-per-gli-uomini-single.html
Questo testo in italiano con foto e video di dissolutezza in Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Due giorni per gli uomini single", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2024/11/due-giorni-per-gli-uomini-single.html
Ce texte en français sans photos et vidéos de libertinage au Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Deux jours pour les hommes célibataires", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2024/11/deux-jours-pour-les-hommes-celibataires.html
Ce texte en français avec photos et vidéos de libertinage au Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Deux jours pour les hommes célibataires", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2024/11/deux-jours-pour-les-hommes-celibataires.html
Eso texto en español sin fotos y videos de putaría en Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Dos días para los hombres solteros", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2024/11/dos-dias-para-los-hombres-solteros.html
Eso texto en español con fotos y videos de putaría en Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Dos días para los hombres solteros", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2024/11/dos-dias-para-los-hombres-solteros.html
This text in English without licentiousness photos and videos at Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Two days for the single men", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2024/11/two-days-for-single-men.html
This text in English with licentiousness photos and videos at Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Two days for the single men", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2024/11/two-days-for-single-men.html
Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "Dois dias para os homens solteiros", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2024/07/dois-dias-para-os-homens-solteiros.html
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "Dois dias para os homens solteiros", https://avezdoshomens.blogspot.com/2024/07/dois-dias-para-os-homens-solteiros.html

sábado, 31 de dezembro de 2022

"Marriage strike" é pouco - parte 2

Abigail Pereira Aranha

Olá, meus amigos e minhxs inimigxs! Eu escrevi o texto "'Marriage strike' é pouco" em 2015[1] e vou dizer aqui uma coisa que eu não disse lá: evitar o casamento não é estratégia para enfrentar o esquerdismo ou o LGBT-Feminismo, é só uma demonstração de integração com a realidade física no ambiente próximo. Na verdade, o "marriage strike" é a reação a uma frustração com uma fantasia sobre o mundo que levou a encarar a realidade, uma fantasia conservadora de que a vida terrena é a vida rural de antes de meados do século XX; e daí vem o que os MGTOW, a Red Pill e a Real descobriram sobre leis draconianas e absurdos práticos em nome da defesa da mulher. E descontando a fantasia rural puritana que exagera a vida sexual das mulheres jovens bonitas do século XXI, eles podem ver e mostrar exemplos práticos de como as mulheres em idade fértil de hoje em dia não estão apenas inviáveis para casamento, elas vão de sem proveito até perigosas mesmo para um contato próximo. E isso tem a ver com o que eu vou abordar aqui.

Mesmo sendo um homem solteiro, você não vai escapar de ter contato com mulheres: como colegas de trabalho, como atendentes, como clientes, como vizinhas, como familiares,... E vamos nos lembrar que não são só aquelas mulheres que você comeria se elas dessem motivação e chance, o universo feminino também inclui mulheres feias e mulheres idosas, daquela geração que muitos homens antifeministas fantasiam como da era dourada. A tipicidade do universo feminino vai dar a experiência esperável do contato com essas mulheres.

Se você homem vai evitar até o sexo sem relacionamento estável, você deve se perguntar por que um homem sequer procura um casamento, ou sexo de uma noite com alguma mulher pinçada em algum evento com homens agressivos, barulho e banheiro sujo. Nem é questão de leis feministas, é a questão de o que alguma mulher tem a oferecer no geral. Ou mesmo sexualmente, porque uma mulher pode ser fisicamente deslumbrante e ser desanimadora no desempenho. Eu tive a experiência já em 2005, 2007, quando eu era adolescente e o meu corpo estava criando curvas, de um homem ficar com medo de ficar a sós comigo num lugar fechado ou sentado ao meu lado num ônibus; e eu sempre acalmava o homem me abrindo pra uma conversa agradável ou dizendo que ele podia me apalpar ou me comer mais tarde (e isso às vezes acontecia).

A minha série "A Sociedade dos Garotos"[2] tenta explicar alguns aspectos do universo feminino, do universo masculino educado pelo universo feminino e da sociedade em geral. Lá eu tento explicar como uma mulher comum parece conseguir o que quer na sociedade (qualquer época em qualquer lugar) e isso NÃO DEPENDE DE OFERTA SEXUAL. Mas ainda antes da série, em dezembro de 2010, eu lancei uma pista: o seu modelo de mulher é a sua mãe?[3]. Isso tudo explica até a própria linha aparentemente conservadora das comunidades masculinas antifeministas[4], e por que essas comunidades mesmas são recentes, têm maioria abaixo dos 40 anos hoje e fazem denúncias tardias sobre a legislação, sobre os cavaleiros brancos[5] e sobre o universo feminino; e por que as críticas ao universo feminino só vêem as mulheres jovens bonitas com boa escolaridade das cidades grandes da Europa e das Américas, misturando defeitos reais com fantasias exageradas da vida sexual delas.

A "greve de casamentos" ou a "desistência da sociedade" seriam pouca coisa até para combater o LGBT-Feminismo. E o problema nem é o Feminismo atual, é as raízes que eu abordo, por exemplo, naquela série "A Sociedade dos Garotos". Essas raízes existiam no começo do próprio Feminismo, na Primeira Onda de mais de 100 anos que era conservadora. Então, enquanto as mulheres não apresentarem uma diferença que justifica a distinção entre homens e mulheres, nós precisamos praticar aquela igualdade entre homens e mulheres que a militância feminista diz ter conseguido. Essa igualdade LGBT-feminista, por sinal, beneficia até o homem que alardeia ser mulher, vulgo "mulher trans"[6]. O reconhecimento de que mulheres e homens são iguais no sentido de possibilidade de erros profissionais e morais veio contra o desejo do próprio movimento, com as sandices de mulheres reais que o movimento patrocinou (ou foi um "matrocínio"?). Então, quando uma mulher errar, que ela seja tratada como um homem ou como ela faria se as posições fossem trocadas, incluindo as medidas jurídicas cabíveis. No caso das mulheres idosas, ainda há as leis a favor das pessoas idosas que, na verdade, foram feitas para as mulheres idosas e as mulheres medíocres quando forem idosas (isso é um bom assunto para outro texto). Aliás, se uma mulher que não seja melhor que a regra geral for tratada como homem, ela já está no lucro.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] "'Marriage strike' é pouco", 03 de outubro de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/10/strike-e-pouco.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/10/marriage-strike-e-pouco.html

[2] Em A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/search/label/sociedade-dos-garotos; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/search/label/sociedade-dos-garotos

[3] "O machismo foi criado pelas mulheres - parte 3: o seu modelo de mulher é a sua mãe?", 17 de dezembro de 2010, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2010/12/o-machismo-foi-criado-pelas-mulheres.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2010/12/o-machismo-foi-criado-pelas-mulheres_17.html

[4] Outra série sobre isso:

"Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã? - parte 1", 07 de maio de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-1.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-1.html

"Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã? - parte 2", 11 de maio de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-2.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-2.html

[5] "Cavaleiro branco", ou "white knight", é um homem disposto a agir em defesa de uma mulher só por ela ser mulher.

[6] Se você notou que eu uso o termo "LGBT-Feminismo" neste texto e não entendeu por que, talvez entenda melhor lendo este outro: "O Manifesto SCUM pode explicar o Movimento LGBT?", 23 de julho de 2012, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2012/07/o-manifesto-scum-pode-explicar-o.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2012/07/o-manifesto-scum-pode-explicar-o.html

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)

Abigail Pereira Aranha

"Eu sou a provedora da minha relação - e isto é complicado" é o título de um artigo de uma mulher, Heather Sundell, no Refinery29[1] (eu traduzi o artigo na postagem anterior[2]). Mulheres descobrindo o que é ser chefe de família como os avôs delas eram. Oh! Daqui a 10 anos, mulher que não paga as próprias contas será vista como vagabunda e veremos mulheres provedoras sendo denunciadas pelos maridos por violência doméstica. Hua, hua, hua, hua, hua!

Mas como não pensamos antes que este seria o resultado de 60% de mulheres nas universidades e de "políticas afirmativas" para mulheres no mercado de trabalho? Se uma mulher tiver o interesse de se casar (com homem), ela precisa cada vez mais se preparar para essa possibilidade, a de sustentar o marido. Ah, e sustentar os filhos também (com o próprio dinheiro).

Vai parecer que eu vou sair do assunto, mas peço a sua atenção para montar o quadro e entender uma outra questão que foi a que me inspirou a escrever sobre aquele artigo. Em um dos dias em que eu organizava essas ideias, eu estava na rua esperando um ônibus e vi uma mulher (que entrou em outro ônibus) com uma daquelas camisetas "the future is female" (o futuro é feminino). A madame é gorda (eu vou explicar daqui a pouco por que eu trouxe esse detalhe). Ela está solteira ou tem um relacionamento? Se ela tem um relacionamento estável (com um homem), que perfil de homem é esse que... ama uma mulher gorda que usa uma camiseta que diz que "o futuro é feminino"? Se essa mulher está solteira, que homem vai sequer se aproximar dela quando ela se interessar nisso, ainda mais se ela estiver com aquela camiseta nojenta? Dado que a moça é gorda, quem vendeu aquela camiseta sabia que o "futuro feminino" precisa de camisetas "plus size". Quantos empresários estão preparados, para dar um exemplo, para ter um supermercado que vende mais açúcar em pacotes de 2 kg que em pacotes de 5 kg? Parece estranha a pergunta? Em uma região onde as mulheres não tentam ser humildes ou simpáticas e cada vez mais homens estão de saco cheio disso, quantos casamentos vão acontecer e quantas residências vão ter mais de 3 pessoas? Ah, eu estava voltando de um supermercado e estava pensando nisso lá. Eu estava indo para mais um encontro com 4 amigos onde eu cozinho e depois eles me penetram de quatro e soltam esperma no meu rosto.

Eu vou aproveitar que eu mencionei rapidamente a minha vida de licenciosidade para chamar a atenção para outro ponto: para uma pessoa conservadora ou uma pessoa feminista, uma mulher oferecer a alguns homens qualquer coisa mais que uma amabilidade formal é se desvalorizar (para algumas mulheres feministas de esquerda, até isso é um insulto à dignidade). As mulheres feministas em geral também creem que a mulher "que fornica peca contra o seu próprio corpo" (1Co 6: 18). Por que um homem se casaria com uma mulher para quem é degradante não apenas parecer heterossexual, mas sequer ser amável com um homem? Mais do que isso, o que essa mulher pode esperar (merecidamente) desse homem? Ou melhor, que homem ela pode esperar conseguir? O que essa mulher precisará oferecer aos homens em geral, em um futuro próximo, quando quiser qualquer coisa mais que boa convivência ou mesmo isso? Para essa mulher, até quando se mostrar "gostosa" ou mesmo oferecer sexo vai ser suficiente para um homem sequer querer estar perto? É verdade que o contato com uma mulher é muito mais fácil para um homem de hoje do que foi para os avôs dele, e as expectativas para o sexo também podem ser melhores. E também é verdade que em outras gerações, os homens em geral tratavam a mulher frígida e "difícil" como uma mulher de mais valor e mais dignidade. Mas de quanto será a conta de abusar não só da heterossexualidade dos homens, da sua urbanidade também?

Mas o que me chamou a atenção quando eu vi aquele texto, e que eu gostaria que você observasse também, é que enquanto os feministas de esquerda e os feministas conservadores podem fazer os próprios discursos como mantras, as mulheres normais do mundo real dão mais importância ao que o Feminismo (ou o Conservadorismo) consegue na vida real das mulheres do povo de verdade, muitas vezes elas fazem uma análise com horizonte mental muito pouco extenso. Enquanto nós temos algo como aquele artigo da Heather Sundell publicado no Refinery29 e compartilhado pela Tristan Offit no Yahoo! Lifestyle[3], nós temos homens feministas enxergando assédio sexual em homens se aproximando de mulheres colegas de trabalho. Sim, algumas mulheres feministas também, mas mesmo o espaço que a parte mais louca do movimento feminista consegue é trabalho de homens que estavam lá antes. Mas quando eu digo "feminismo", não é só o feminismo de esquerda. Existe o feminismo conservador, que era feito para mulheres provincianas de beleza medíocre com horror a sexo, e agora tenta agradar as netas dessas mulheres que gostam dos paparicos modernos, mas insistem em continuar em uma igreja cristã tradicional (ou algo mais "moderno" com o mesmo nome). Os homens feministas conservadores enxergam estupros alimentados pela pornografia, pedofilia nas redes sociais, tráfico de mulheres na legalização da prostituição ou sexo de homens com crianças de 8 anos na Educação Sexual nas escolas. Por sinal, onde existem leis que dizem que deve ser aceito como prova se qualquer mulher disser que foi vítima de assédio sexual, estupro ou violência doméstica (por homem), isso é obra dos homens conservadores em geral.

Por exemplo, tivemos em fevereiro do ano passado aquele artigo de uma mulher sobre como é complicado ser uma mulher casada que é a provedora da casa; em junho, uma outra mulher, Lois M. Collins, publicou em um portal da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o Deseret, um artigo intitulado "As esposas provedoras estão felizes?"[4]. Em janeiro de 2013, uma outra mulher, Hilary White, publicou no portal cristão Life Site News um artigo intitulado "Homens jovens desistindo do casamento: 'as mulheres não são mais mulheres'"[5]. Eu vou considerar só os títulos e você, lendo os textos, pode confirmar que eu não erro nos pontos fundamentais: as mulheres conservadoras abordam a crise de um modelo cujo fundamento e cuja força é a imposição política-cultural de suas próprias crenças dogmáticas; a mulher não tão conservadora, mesmo dentro do feminismo de esquerda, aborda problemas de algumas mulheres do povo de verdade.

Ah, mais um exemplo, só que mais genérico. Até a época dos nossos avós, qualquer mulher católico-protestante que só usava roupas recatadas e era um defunto na cama podia ser galanteada pelos homens da cidade onde morava apenas por ser bonita e recatada. Hoje, uma mulher grava vídeos no YouTube mostrando mais uma boa bunda ou um bom decote que qualquer bom conteúdo (eu posso dar nomes e você também), um homem ou faz um comentário capacho, ou xinga a mulher de "vadia" ou algo semelhante. Isso também acontece, de forma menos vulgar, com algumas mulheres formosas que se apresentam em vídeos com linha cristã conservadora, às vezes elas falam até contra o Feminismo (ou um puritanismo invertido a que elas dão esse nome). Aí, alguns homens aparecem nos comentários fazendo galanteios e outros homens atacam essas mulheres e esses primeiros homens, e entre esses últimos no Brasil, essas mulheres ganharam até um termo, "conservadia". Ah, e se essas mulheres antifeministas quiserem ganhar os homens, parece que até o sexo vai ser pouco (nem digo a sensualidade): já criaram as "sex dolls", que já estão sendo usadas até em alguns bordéis na Europa[6]. Eu estava comentando um texto sobre mulheres casadas com homens que ganham menos do que elas e parece que eu saí do assunto, mas não saí. Aqui eu mencionei indiretamente um homem conservador solteiro que tem sonhos eróticos não confessados com uma musa cristã conservadora, um rapaz não tão conservador que tem sonhos eróticos com uma garota youtuber... não tão conservadora, um homem que prefere procurar prostitutas e sexo casual que uma esposa e um homem que prefere acessar pornografia na internet. Em princípio, nenhum desses homens é mais fracassado ou infeliz que um homem casado que ainda tem mais escolaridade e salário que sua esposa que também é bem sucedida. Portanto, um homem que se casa com uma mulher com mais escolaridade e salário que ele precisa rebaixar as suas expectativas até em relação à vida. Não é questão de ser homem nem questão de sociedade "machista", eu que sou mulher teria vergonha de mim mesma se eu não ganhasse o dinheiro que eu gasto. Mas o problema (ou talvez não seja um problema, para quem odeia o LGBT-Feminismo) é que o tipo de homem que se permite essa opção é o perfil de homem que as mulheres vão ter para escolher um marido, se elas quiserem ter um. Os homens do nível delas de escolaridade e salário pra cima (que algumas vadias pensam até hoje que podem conseguir) estarão com cada vez mais probabilidade casados ou só interessados em sexo sem compromisso.

O meu destaque aqui não é diretamente as questões das mulheres em um ambiente de vitórias feministas. O ponto é como as mulheres cristãs tradicionalistas e especialmente os homens tradicionalistas e feministas estão mergulhados no que eles entendem como valorização da mulher e eles não percebem o quanto estão longe da realidade, do respeito e da atenção da mulher comum. Um exemplo grosseiro: um vereador (homem) faz uma lei para o metrô ter o "vagão rosa", aquele em que só mulheres podem entrar, em nome do combate ao assédio sexual e ao estupro; enquanto isso, as mulheres usuárias só se preocupam com os intervalos grandes e com a viagem em pé nos carros lotados, e é sorte de quem criou o "vagão rosa" que essas mulheres não se dão a preocupação de viajar em vagões diferentes daquele do vizinho homem ou do amigo gay do trabalho. Por tudo isso, a solução para todos os problemas e desconfortos provocados pelo feminismo de esquerda é mais fácil de ser trazida não por um grupo conservador, mas por uma onda moderada do feminismo de esquerda associada com as igrejas cristãs. Especialmente se o Movimento de Direitos Humanos dos Homens e Meninos e as comunidades masculinas antifeministas não colocarem os cristãos conservadores e os "libertarians" em posição secundária.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] "I'm The Breadwinner In My Relationship — And It's Complicated", Refinery29, 14 de fevereiro de 2019, https://www.refinery29.com/en-us/what-its-like-being-the-female-breadwinner.

[2] "Eu sou a provedora da minha relação - e isto é complicado", 09 de fevereiro de 2020, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/eu-sou-provedora-da-minha-relacao.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com.br/2020/02/eu-sou-provedora-da-minha-relacao.html.

[3] "I'm The Breadwinner In My Relationship — And It's Complicated", Yahoo! Lifestyle, 14 de fevereiro de 2019, https://www.yahoo.com/lifestyle/m-breadwinner-relationship-complicated-120000809.html.

[4] "Are 'breadwinner' wives happy?", Deseret News, 04 de junho de 2019, https://www.deseret.com/2019/6/5/20674919/are-breadwinner-wives-happy.

[5] "Young men giving up on marriage: 'Women aren’t women anymore'", LifeSiteNews, 10 de janeiro de 2013, https://www.lifesitenews.com/news/young-men-giving-up-on-marriage-women-arent-women-anymore.

[6] Por exemplo: "Sex doll brothel opens in Paris for hundreds of randy punters who prefer romping with silicone models instead of real women", The Sun, 05 de outubro de 2018, https://www.thesun.co.uk/news/5455544/sex-doll-brothel-opens-paris-france-first/amp.

Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/a-conta-do-feminismo-chegou-literalmente.html.
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)", https://avezdoshomens.blogspot.com/2020/02/a-conta-do-feminismo-chegou-literalmente.html.
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