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sábado, 16 de fevereiro de 2019

Diário filosófico da Abigail P. Aranha: as mulheres do povo de verdade e as feministas reais

Abigail Pereira Aranha

01) Você conhece algum negro digno de respeito que passou a ser discriminado por causa das sandices do Movimento Negro? Eu não. Porque os militantes não se parecem com os negros do povo de verdade. O mesmo vale pro Movimento LGBT.

02) O Feminismo de esquerda não estragou a relação homem-mulher porque as mulheres acreditaram que os homens são tão horríveis quanto as feministas radicais dizem, mas porque os homens passaram a não ver muita diferença entre as mulheres do povo de verdade e as feministas reais.

03) As mulheres antifeministas conservadoras não atacam a feminista de caricatura por burrice, mas porque ainda acreditam que basta não se parecer fisicamente com aquilo e elas vão se proteger da porcaria que elas fazem e, pensam algumas delas, ainda se esbaldar na parte boa.

04) Um sinal[1]:

Divas do Black

2 de fevereiro de 2017

Vai achando que são todas que dão 50 reais!

Se você nunca viu uma lésbica bizarra ser assediada sexualmente, e nem ficaria perto de uma se for homem, por que a maioria da violência doméstica é de mulher contra homem e a maioria dos registros é no sentido contrário e muitos deles falsos?

(https://www.facebook.com/abigail.pereira.aranha/posts/1531723643639186. Essa sequência também está no Twitter, final em https://twitter.com/AbigailPAranha2/status/1096783695816605697 e atalhos nos números das notas)

NOTA:

[1] Divas do Black, 02 de fevereiro de 2017 às 20:06, https://web.facebook.com/DIVASDOBLACKMUSIC/photos/a.1334860343243939/1364891973574109.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

A Revolução Femdom e o feminismo conservador no Legislativo brasileiro

Abigail Pereira Aranha

Enquanto eu escrevia o meu texto anterior[01], justamente sobre a Quarta Onda do Feminismo e "uma parceria do feminismo de esquerda bem comportado com o conservadorismo rural da década de 1950", eu vi uma pérola que a cantora Zélia Duncan compartilhou no Twitter, aqui vão a pérola e a resposta que eu dei:

Beta Bastos[02]

@robertabastosn

Mulher no colo de homem em posição de troféu pode.

Mas mulher com decote se tornando deputada não pode.

Brasil hipócrita.

23:59 - 2 de fev de 2019

Zélia Duncan @zdoficial 3 de fev[03]

Zélia Duncan retweetou Beta Bastos

Tem a ver isso também!

Beta Bastos @robertabastosn

Mulher no colo de homem em posição de troféu pode.

Mas mulher com decote se tornando deputada não pode.

Brasil hipócrita.

Abigail P. Aranha

@AbigailPAranha

Em resposta a @zdoficial[04]

@robertabastosn Vocês estão certas. É contraditório pensar que está tudo bem um homem tomar posse como deputado exibindo uma vadia como troféu, mas não uma vadia tomar posse como deputada. Assim como o contrário.

14:59 - 3 de fev de 2019

Ah, e não ficou claro o que eu disse, eu não chamei a esposa do deputado de vadia. O que eu argumentei seria válido mesmo que ela fosse e pressupondo que ela fosse. Ainda volto a ela.

Veremos aqui mais um exemplo do que eu chamei de Revolução Femdom[05], em que a liberdade do homem é contemplar de longe o uso que a mulher faz do corpo e da sexualidade para ofender a sociedade tradicional e, às vezes, o próprio universo masculino; além de ter como seu próprio prazer o prazer da mulher, às vezes enquanto ela ataca a heterossexualidade masculina. Eu mostro alguns exemplos em "De volta à Revolução Femdom"[06], mas aqui veremos mais um e acredito que você ainda vai entender se você não tiver lido o texto.

A "mulher com decote se tornando deputada" é Ana Paula da Silva, também conhecida como Paulinha, na posse como deputada estadual pelo PDT em Santa Catarina. Eis a foto que ela publicou na própria página no Facebook[07]:

Paulinha está com Ana Paula da Silva.

1 de fevereiro às 16:44

Primeira sessão legislativa do ano! Agora é arregaçar as mangas e trabalhar!!!

Das cerca de 13 mil reações, mais de 2.070 foram risadas (isso cerca de 23:00 do dia 13). Porque falar em trabalhar com essa roupa de piranha faz pensar em outro tipo de trabalho. E além das risadas, ela tomou uma surra nos comentários, isso só na própria página.

Ela em entrevista a Dagmara Spautz, da página NSC Total, publicada no dia seguinte[08]:

A escolha da roupa foi um protesto?

Não exatamente um protesto, mas uma forma de dizer que sou mulher e que represento muitas, todas, e temos liberdade e independência sobre nossas escolhas. Sou feminista convicta e transmito esse recado quando tenho essa oportunidade. O recado foi dado, mulheres estão na política e a sociedade tem que se acostumar com elas como são. Tem questões muito mais importantes para a Assembleia Legislativa discutir.

Só podia ser lesbofeminista, né, amigos? Mas olha só, nós temos que nos acostumar com uma deputada mulher e feminista, nós tínhamos que nos acostumar com um deputado Jean Wyllys homossexual (ele disse isso pelo menos uma vez na Câmara dos Deputados), mas os "movimentos sociais" ainda não se acostumaram com Jair Bolsonaro eleito presidente com mais de 57 milhões de votos, alguns deles de mulheres, negros, homossexuais e até índios. E também não se acostumaram com os cerca de 25% de evangélicos na população brasileira. Até eu que sou ateia reconheço e me acostumo, inclusive porque para mudar o que está errado, nós temos que saber o que está errado.

Uma outra pérola dela, respondendo a um comentário em um dos próprios perfis nas próprias redes sociais[09]:

Esse mundo machista e preconceituoso que você vive não é o meu. Visto-me como quero, como acho que devo, e não coaduno com valores moralistas que patrocinam a corrupção, por exemplo. Já vi muito homem de terno e gravata tirando dinheiro da saúde, da merenda escolar, isso sim é inaceitável.

"Valores moralistas que patrocinam a corrupção"? Amigos, se um dia eu disser que é melhor uma mulher transar com 100 homens antes dos 18 anos do que ser corrupta, ou melhor usar uma roupa que mostra os seios do que ser corrupta, orem pra eu ter um casamento convencional com um homem horrível, ser estuprada por uns 10 homens e o meu marido me matar pensando que a culpa é minha. Eu tenho de escolher se vou ser vadia ou corrupta? Ou pior ainda, se vou ser uma puritana enrustida vulgar ou uma mulher metida em corrupção? Eu posso ser uma mulher sexualmente liberal (não uma exibicionista anticatólica) e ser uma boa mulher na política, além de boa pessoa? Ah, e não me lembro se eu cheguei aos 100 gatinhos no aniversário de 18 anos.

E a senhora deputada procurou a Justiça. Uma fala dela na matéria do jornal Extra, do Rio de Janeiro[10]:

Ser criticada na vida pública é algo normal e esperado. Mas me senti psicologicamente violentada. Um internauta disse que se eu for estuprada não posso reclamar.

Estupro só psicológico? Cadê o caralho da cultura do estupro, lésbicas dementes? (Entendeu o "caralho"?) Não vou dizer que esse comentário que ela cita não existiu, mas na captura de tela do perfil dela no Instagram mostrada na própria matéria, o comentário mais feio foi "que eu saiba o parlamento ou assambleia nao e uma casa de putas". Agora estupro é dizer o que quer e ler o que não quer no Facebook?

Antes de pegar o caso de outra feminista, vou compartilhar uma brincadeira minha na página Quebrando o Tabu no Facebook:

Leonardo P. Fratini[11]

Bandido bom é bandido morto?

Também, sai de carro, relógio caro e celular dando bandeira. Se não quisesse se aparecer não era assaltado.

18 de junho de 2018 às 13:05

Quebrando o Tabu[12]

18 de junho de 2018

Nem uma a menos

Mua ha ha[13]

@Lesbicapeta

Falar p uma mulher mudar d "comportamento" p evitar estupros é o mesmo q dizer "Se modifique para q ele estupre outra no seu lugar"

Mua ha ha[14]

@Lesbicapeta

Sempre vai existir uma garota menos sóbria, menos segura, andando sozinha por aí e ela merece estar tão segura quanto você.

Abigail Pereira Aranha Obrigada ao Leonardo P. Fratini (https://www.facebook.com/leonardofratini) que me ajudou no meu comentário:

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Bandido bom é bandido morto?

Também, sai de carro, relógio caro e celular dando bandeira. Se não quisesse se aparecer não era assaltado.

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[atalho da postagem anterior, nota 11]

Não seria melhor ensinar a essa raça negra a não assaltar, não matar e não estuprar?

09 de fevereiro de 2019 às 20:30

E vamos à outra feminista. Ela é a deputada federal Shéridan Estérfany Oliveira de Anchieta, pelo PSDB de Roraima. Rapazes, olhem só a cara da moça[15]:

Deixo os comentários para os rapazes, porque eu sou hétero. Mas o caso que eu vou comentar foi do mandato anterior, em 2017. "Deputada quer punição para quem a chamou de 'gostosa' no plenário". Matéria do Catraca Livre.[16] Um trecho:

Na última quarta-feira, 2 [de agosto de 2017], a deputada Shéridan Oliveira (PSBD-RR) estava ausente da votação no Congresso da denúncia contra o presidente Michel Temer, mas mesmo assim acabou chamando a atenção e sendo vítima de machismo.

Quando seu nome foi chamado ao microfone, na votação nominal do Congresso, um grito masculino com o comentário bastante machista ecoou pelo plenário: a deputada foi chamada de "gostosa".

(...) Segundo a deputada, vários parlamentares ligaram para ela se dizendo "envergonhados" pelo comentário. "Recebi o telefonema de muitos colegas, que visivelmente envergonhados, constrangidos, prestaram solidariedade".

Uma pérola da matéria da revista Cláudia, "Deputada instaura processo após sofrer assédio no plenário"[17]:

"O machismo é a forma mais sistêmica, mais direta de tentar tolher o direito da mulher, de tentar desqualificar a mulher brasileira e nós temos que enfrentar. Fazer ouvir e valer nossos direitos", manifestou ela em sua página no Facebook.

Desqualificação da mulher brasileira: chamar uma mulher brasileira de gostosa. A mulher que pensa que é fraqueza ser agradável no trato ou visualmente acaba descobrindo que perdeu o poder que pensava que tinha.

A matéria da revista Cláudia diz que ela foi assediada na Câmara dos Deputados. A matéria da Catraca Livre diz que ela nem estava na Câmara dos Deputados naquela hora. Eu pensei em fazer piada de que daqui a pouco vão inventar o estupro remoto. Então eu me lembrei: já inventaram[18]. Os feministas de esquerda não estão em guerra só contra o homem hétero, estão em guerra contra as páginas de zoeira também.

O que a deputada disse sobre o caso na entrevista ao El País Brasil[19] dá vontade de rir. O repórter Afonso Benites perguntou: "Você apresentou alguma representação no Conselho de Ética contra quem a ofendeu publicamente?". Chamar uma mulher de gostosa é ofensa! Ele disse isso, véi! Mas temos uma outra pérola melhor ainda:

P. Se for identificado, você o representará ao Conselho de Ética?

R. Sim. Foi uma violência contra a mulher. E não é só aqui. Ela acontece na padaria, na escola, na empresa. Uma de nossas lutas é a de que a mulher possa enfrentar o desafio de vencer o machismo, ainda muito presente na nossa sociedade. E a gente não pode se calar. Senão, vamos consentir e tornar isso natural.

Socorro! Um homem me chamou de gostosa! Não é assédio nem estupro, é só a heterossexualidade masculina. Isso é violência contra a mulher! Se eu não reagir contra isso, daqui a pouco isso vai ser normal! E eu fui tentar fazer piada, me lembrei de um texto que eu escrevi sobre isso em 2008: "Papai, aquele moço quer me comer"[20]. Foi no Dia do Homem, 15 de julho, eu acho que eu nem sabia que existia o Dia do Homem. Eu tinha 17 anos, os meus seios e a minha bunda ainda estavam em desenvolvimento, mas os rapazes já tinham olhado muito pro meu corpo. Eu já tinha dado umas centenas de "foras" a centenas de homens, mas eu já tinha oferecido o meu corpo pra dezenas de homens, e eu já tinha mostrado os meus seios para outros 10 ou 20.

O Olavo de Carvalho disse uma vez que "nem Mussolini imaginava que um dia o fascismo consistiria apenas em não dar o cu"[21]. A gente pode dizer a mesma coisa do machismo. Bom, para os homens. Para as mulheres, machismo é dar o cu e chupar pinto (eu já fui chamada de machista por isso). Eu sei que não existe um projeto da esquerda de criar uma sociedade de gays e lésbicas. Mas quando a gente lê uma coisa dessas, fica difícil acreditar.

Bem que eu avisei à direita xucra pra largar a caricatura da feminista feia, gorda e esquisita.

Agora, vamos ao caso do deputado Amauri Ribeiro, deputado estadual de Goiás que tomou posse com a esposa sentada no colo. Vou pegar alguns trechos da matéria da revista Época[22].

No meio do mandato de prefeito, deu uma surra na filha de 16 anos — que denunciou o caso à polícia — ao flagrar no celular fotos íntimas dela com um namorado, para "garantir os bons costumes". O caso foi parar em todos os jornais da região.

(...) Sobre a agressão à filha, ele também afirmou ter feito a coisa certa. "Fiz o que qualquer pai faria para manter os bons costumes. Se eu não tivesse feito aquilo, tinha perdido minha filha para o mundo. Hoje ela é meu grande orgulho. E faria de novo, com ela ou com qualquer uma de minhas filhas, para que elas me respeitassem."

É que eu li isso e me lembrei: eu escrevi sobre isso na época, novembro de 2015. "Direita cristã, acabou! - parte 8: 'Prefeito espanca a filha 'em nome da moral' e é elogiado por internautas', presente do Pragmatismo Político para a direita cristã por ter me ignorado"[23]. É outro assunto, mas eu chamo a sua atenção para esse caso também. Agora sim, vamos ao caso do deputado na posse.

Na sexta-feira dia 1º, uma fotografia do deputado viralizou nas redes sociais. De chapéu, barba por fazer e com a mulher Cristhiane Rodrigues Gomes Ribeiro, de 41 anos, sentada em sua perna esquerda, ele tomava posse para a vaga na Alego. A ÉPOCA, ele fez pouco-caso da repercussão. "Era minha esposa, não era nenhuma prostituta. Uma mulher com quem vivo há quase 25 anos e com quem tive três filhas", disse. "E outra: é muito comum minha esposa sentar em meu colo em qualquer evento que vou na cidade."

(...) A cerimônia corria por pouco mais de 15 minutos quando chegou ao plenário Norma Andrade Camargo, de 84 anos. Ela procurava o neto, o mais novo deputado eleito, Wagner Neto (Patriota), de 27 anos. De pé, encostou-se em uma mesa. "Minha perna começou a doer. Esperei um tempo, mas ninguém veio me ajudar", lembrou a idosa. Durante um tempo, foi observada pelo deputado Alysson Lima (PRB). "De repente o Amauri ficou incomodado com os funcionários, que mais se preocupavam com os deputados e nada faziam para ajudar a senhora. Ele se levantou e entregou a cadeira para ela. A mulher dele se levantou, o Amauri sentou e a esposa sentou, 30, 40 segundos, na perna dele", contou Lima.

Por telefone, Norma Camargo se emocionou com a atitude de Ribeiro. "Menino, sentar na perna do marido é mais grave que uma mulher de 84 anos de pé? Queria meu velho vivo para me sentar na perna dele. Isso mostra que ainda existe amor entre o casal." O deputado completou: "Cedi a cadeira. Vi uma senhora de pé, encostada na mesa. Foi um ato falho meu. Se tivesse visto antes, teria cedido antes". E ironizou: "Se eu tivesse ficado de pé, falariam: 'Olha lá o chapeludo butinudo, não sabe se comportar'. Se eu tivesse deixado minha mulher em pé, diriam: 'Olha lá o cavalo machista'. Sempre arrumam coisas para me difamar".

Teria sido um cavalo machista? "Eu não sou machista!" Quando questionado sobre se sua atitude foi machista, ele tinha a resposta pronta. "Olha lá em meu gabinete. Tenho uma advogada. Comparo os currículos. Se a mulher for melhor, ela vai trabalhar comigo, sim. Trato todo mundo igual, tanto que tenho três filhas."

Com corpo franzino, 55 quilos em 1,60 metro de altura, a mulher do deputado, Cristhiane Rodrigues, disse que não consegue entender o motivo de tanta repercussão. Na foto, ela aparece meio de lado, expressão contida, boca fechada, os braços pousados sobre as pernas, um decote profundo e os cabelos negros caindo bem abaixo dos ombros. "Eu fico lendo e sofrendo com os comentários que dizem que estava ali obrigada, sendo humilhada." Para ela, a atitude não tem nada de chauvinista. "Quase sempre ele me ouve quando tento apaziguar seu nervosismo. Ele não é aquele homem que diz que pronto e acabou. Para você ver, eu é que escolhi o nome de nossas três filhas", disse.

Falando baixinho, com delicadeza, Cristhiane reforçou ser normal, dentro de casa e em eventos de família, sentar-se na perna do marido. "É uma forma de ficar mais perto dele. Claro que ali não era lugar apropriado, mas tinha um motivo. Faltava cadeira, e uma boa atitude de Amauri, de dar a cadeira para a avó do deputado, acabou transformando aquilo em algo inapropriado", esclareceu.

Que história linda! Foi uma boa resposta do deputado e também foi uma boa reportagem da revista Época. Bom, na parte do deputado, ele erra quando tenta provar que não é machista provando que é ginocentrista.

Agora, vamos juntar isso tudo. Mas antes, vou copiar um trecho daquele meu texto de novembro de 2015:

Nós fazemos algumas previsões esperando que elas não aconteçam. Eu já estou fazendo revisões esperando que elas parem de acontecer.

Vamos lá. Nós vimos um pai espancando a filha em nome da moral e dos bons costumes. E onde vimos a liberdade sexual? Na hora em que uma deputada escolhe uma roupa de vadia pra tomar posse no cargo. E essa deputada é livre, a mulher que não é livre é a esposa do deputado sentada no colo dele. E na hora do sexo (o assunto), uma garota vai compartilhar putaria e é espancada, a mãe dela parece uma esposa tradicional (bom, mais ou menos) e as duas deputadas recebem comentários "maldosos" uma por causa do decote e a outra por causa da beleza e se sentem estupradas psicologicamente (palavras de uma delas). E o homem deputado nos mostra mais um exemplo do velho antifeminismo conservador: mulher, você não precisa do feminismo de esquerda, o feminismo conservador já faz por você tudo que ele promete e muito mais. Mas eu chamo a sua atenção para uma coisa que parece óbvia, mas que precisamos ter em mente aqui: duas coisas contrárias não acontecem ao mesmo tempo.

As lésbicas bizarras que fizeram protestos escabrosos pedindo o direito de não serem assediadas sexualmente não foram levadas a sério e nem mereciam. Mas mulheres feministas "assediáveis" protestando contra o assédio sexual (de homens) ainda podem ser levadas a sério. Ao mesmo tempo em que produzem nos homens mais medo não da militância feminista, mas de todo o universo feminino. E ao mesmo tempo em que vão aborrecendo homens e também mulheres, em geral porque, para elas, não parecer com uma feminista radical já não é mais suficiente. Mas isso não vai acabar com o feminismo de esquerda, só vai esconder o feminismo de esquerda, principalmente a parte antissexo, no Conservadorismo e na direita. Na verdade, mesmo com um Congresso dito mais conservador, não teremos feminismo de esquerda versus antifeminismo de direita. Teremos, na melhor das hipóteses, anticatolicismo vulgar mais lesbianismo "light" versus puritanismo mangina[24].

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[01] "O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta", 13 de fevereiro de 2019, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2019/02/o-feminismo-ja-esta-na-quarta-onda-mas.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2019/02/o-feminismo-ja-esta-na-quarta-onda-mas.html.

[02] Beta Bastos, 02 de fevereiro de 2019 às 23:59, https://twitter.com/robertabastosn/status/1091878744569069569.

[03] Zélia Duncan, 03 de fevereiro de 2019 às 14:17, https://twitter.com/zdoficial/status/1092094818145263617.

[04] Abigail P. Aranha, 03 de fevereiro de 2019 às 14:59, https://twitter.com/AbigailPAranha/status/1092105199861358593.

[05] "A Revolução Femdom", 25 de julho de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/07/a-revolucao-femdom.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/07/a-revolucao-femdom.html.

[06] "De volta à Revolução Femdom", 29 de julho de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/07/de-volta-revolucao-femdom.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2017/07/de-volta-revolucao-femdom.html.

[07] Paulinha, 01 de fevereiro de 2019 às 16:44, https://www.facebook.com/DeputadaPaulinha/photos/a.256084354897304/572013466637723.

[08] "Em tempos de conservadorismo, decote de deputada é assunto mais comentado da posse em SC", NSC Total, 02 de fevereiro de 2019, https://www.nsctotal.com.br/colunistas/dagmara-spautz/em-tempos-de-conservadorismo-decote-de-deputada-e-assunto-mais-comentado.

[09] "Deputada alvo de ofensas após usar decote responde: 'Inaceitável é a corrupção'", iG, 05 de fevereiro de 2019, https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-02-05/deputada-paulinha-ataques-decote.html.

[10] "Deputada de SC criticada por decote entra na Justiça: 'Me senti psicologicamente violentada'", Extra, 08 de fevereiro de 2019, https://extra.globo.com/famosos/deputada-de-sc-criticada-por-decote-entra-na-justica-me-senti-psicologicamente-violentada-23436810.html.

[11] Leonardo P. Fratini, 18 de junho de 2018 às 13:05, https://www.facebook.com/quebrandootabu/posts/1958773677512343?comment_id=1960003247389386.

[12] Abigail Pereira Aranha, 09 de fevereiro de 2019 às 20:30, https://www.facebook.com/quebrandootabu/posts/1958773677512343?comment_id=2390404664349240.

[13] Mua ha ha, 28 de janeiro de 2016 às 09:54, https://twitter.com/Lesbicapeta/status/692677177918275585.

[14] Mua ha ha, 28 de janeiro de 2016 às 09:56, https://twitter.com/Lesbicapeta/status/692677701824614401.

[15] "Shéridan 4545 (Deputada Federal) - Eleições 2018", https://www.eleicoes2018.com/sheridan.

[16] "Deputada quer punição para quem a chamou de 'gostosa' no plenário", Catraca Livre, 07 de agosto de 2017, https://catracalivre.com.br/cidadania/deputada-quer-punicao-para-quem-chamou-de-gostosa-no-plenario.

[17] "Deputada instaura processo após sofrer assédio no plenário", Cláudia, 09 de agosto de 2017, https://claudia.abril.com.br/noticias/deputada-federal-sheridan-chamada-gostosa-processo-assedio-no-plenario.

[18]

O macho recebe uma correspondência. Abre o envelope. Cobre, com as mãos, algumas letras da parava "deputada", fantasiando que seja uma "puta", a remetente. Em seguida, rasga o papel enviado pela "puta". Todos os pequenos pedaços são colocados dentro da calça, esfregados no pau, no saco, nos pentelhos.

Na sequência, o macho junta as partes de papel (e fala do cheiro que eles levam), coloca num envelope e manda de volta para a remetente com a recomendação de que enfie tudo na bunda.

(...) Um estupro remoto, um macho resolvendo as coisas do jeitinho que aprendeu a fazer quando, do outro lado, está uma mulher. Usando a sua "arma pau" pra dominar, subjugar, humilhar a fêmea. Um "estupro educativo".

"Flávia Azevedo: Danilo Gentili e o estupro remoto", Flávia Azevedo, Correio, 03 de junho de 2017, https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/flavia-azevedo-danilo-gentili-e-o-estupro-remoto.

[19] "Nossa pauta não pode ser só delação e Lava Jato. Há meses ninguém discute o Brasil", El País Brasil, 23 de agosto de 2017, https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/18/politica/1503022093_828142.html.

[20] "Papai, aquele moço quer me comer", 15 de julho de 2008, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2008/07/papai-aquele-moco-quer-me-comer.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2008/07/papai-aquele-moco-quer-me-comer.html.

[21] Olavo de Carvalho, 17 de outubro de 2017 às 03:32, https://www.facebook.com/carvalho.olavo/posts/911387829013292; e 17 de outubro de 2017 às 09:58, https://twitter.com/odecarvalho/status/920257705931083777.

[22] "Amauri Ribeiro, o parlamentar que tomou posse com a mulher sentada em seu colo", Época, 08 de fevereiro de 2019, https://epoca.globo.com/amauri-ribeiro-parlamentar-que-tomou-posse-com-mulher-sentada-em-seu-colo-23436085.

[23] "Direita cristã, acabou! - parte 8: 'Prefeito espanca a filha 'em nome da moral' e é elogiado por internautas', presente do Pragmatismo Político para a direita cristã por ter me ignorado", 30 de novembro de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/11/direita-crista-acabou-parte-8-espanca.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/11/direita-crista-acabou-parte-8-prefeito.html.

[24] "Mangina" é um termo que é a fusão de "man" com "vagina" e é corrente em grupos masculinos antifeministas como a Real no Brasil. O "mangina" é um homem que justifica tudo que uma mulher faz só porque ela é mulher.

Texto original em português sem cartuns de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "A Revolução Femdom e o feminismo conservador no Legislativo brasileiro", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2019/02/revolucao-femdom-e-feminismo-conservador.html.
Texto original em português com cartuns de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "A Revolução Femdom e o feminismo conservador no Legislativo brasileiro", https://avezdoshomens.blogspot.com/2019/02/revolucao-femdom-e-feminismo-conservador.html.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta

Abigail Pereira Aranha

Você sabia que estamos na Quarta Onda do Feminismo desde 2012? Eu mesma descobri há poucos meses. Já existe um verbete na Wikipedia sobre isso[1], mas indico o texto "La cuarta ola feminista ha llegado y esto es lo que debes saber", publicado no portal Codigo Nuevo, que eu deixo traduzido no apêndice. Você vai ver no texto que a autora diz que "chegou o momento de os homens falarem", mas só para atacar a masculinidade e outros homens. Mas isso não é o mais preocupante hoje. Vou contar uns casos que parecem desconexos, mas não são.

Caso 1: Ativistas lésbicas bloqueiam marcha do Orgulho LGBT em Londres para protestar contra mulheres trans. "Um homem que diz que é uma lésbica é um estuprador". Vou deixar pra você ver o rebuliço no apêndice. Você acha incoerente um homem virar mulher pra ser lésbica? Eu também pensava que era, depois descobri que não, homossexualismo e transexualismo não são mutuamente excludentes. Mas esse caso foi em 07 de julho e no dia 08 algumas lésbicas gravaram um vídeo em apoio às transexuais lésbicas[2].

Caso 2: "Aluna de artes fica nua na faculdade para mostrar que não é 'objeto sexual'". Não é de perfil de paródia no Twitter nem página antiesquerdista de gozação, foi sério. Aconteceu em abril de 2015. "Monika Rostvold, aluna do curso de artes plásticas da Universidade Texas State, em San Marcos, nos Estados Unidos, fez uma performance nesta segunda-feira (27) em protesto contra a sexualização do corpo feminino. Monika tirou a roupa e passou 45 minutos sentada seminua na escada da biblioteca da faculdade com os olhos vendados e usando fones de ouvido."[3]

Caso 3: "Vídeo de polonesas contra o feminismo viraliza: 'Não queremos que nos digam o que devemos ser'". Página Sempre Família[4]. Aqui, eu vou ser menos breve porque eu preciso selecionar alguns trechos do texto.

"O feminismo tira do homem a oportunidade de ser forte, guiar o caminho e proteger a mulher. E tira da mulher as suas características naturais, como graciosidade, beleza, sensibilidade e o direito de ser frágil. O feminismo força a mulher a provar que pode ser igualzinha aos homens", diz umas das mulheres que aparecem na produção.

(...) "Gostaríamos de dizer que não estamos interessadas no mundo projetado pelas feministas. Pouco nos importam a ideologia de gênero, as teorias queer, o ecologismo e suas outras ideias esquerdistas. Não queremos que nos digam o que devemos ser", diz o texto que acompanha o vídeo. "É hora de mostrar às feministas que a sua ideologia é estúpida e danosa para todas as mulheres. É hora de mostrar às mulheres normais que há milhões de nós".

Caso 4: "'Não preciso ser de esquerda pra militar': conheça as feministas de direita". Matéria da Universa, no portal UOL[5]. Quando eu usava termos como "feminismo conservador"[6], eu estava me referindo a uma coisa que eu pensava que era dissimulada, e até é. Mas agora temos mulheres conservadoras que se dizem feministas de direita! Mas vou chamar a atenção pra um trecho da matéria para começar a explicar qual é o grande problema e o que liga os quatro casos.

Elas todas são contra o que chamam de "feminismo tradicional", resumido por elas como um "movimento radical", em que "mulheres exibem partes do corpo em manifestações" e "ferem valores morais e familiares". Buscam mudanças sociais, mas se definem como conservadoras.

Um caso na Inglaterra, um nos Estados Unidos, um na Polônia e um no Brasil; os quatro juntos podem nos mostrar o que está acontecendo na Europa e no continente americano em matéria de Feminismo e antifeminismo.

O feminismo de esquerda insano ainda existe, ainda é visível e ainda ganha espaço nos grandes portais de notícias como algo digno de ser levado a sério, mesmo que a própria reportagem pareça uma sátira. Só que até a Terceira Onda do Feminismo, a mulher não se declarava feminista ou até dizia ser contra o Feminismo por questões pontuais, mas ela usufruia o que as mulheres feministas loucas e homens feministas conseguiam para ela, como a pressão por mais mulheres nos trabalhos mais remunerados e repressão maior contra crimes sexuais reais e fictícios de homens contra mulheres. Hoje, é a mulher do povo de verdade que diz ao movimento feminista "não me representa". Mas como se o artigo daquela página cristã não tivesse mostrado que aquelas mulheres querem os homens com as cargas de antigamente enquanto elas mesmas somam os confortos antigos aos modernos, o caso das feministas de direita nos mostra que algumas delas querem abertamente juntar a parte conveniente do feminismo de esquerda com a vida de dona de casa de classe média da década de 1950. Mas há mais um problema: as tais feministas de direita atacam o feminismo caricatural e seguem (elas dizem isso) o feminismo verdadeiro.

O Feminismo está na Quarta Onda e os conservadores estão construindo a quinta. Pra começar, quanto tempo a Quarta Onda vai durar? Ainda aguenta mais 10 anos? Mesmo que o antifeminismo feminino conservador seja um debate interno do Feminismo como eu tenho dito, isso ainda significa que a militância do feminismo de esquerda já aborreceu as mulheres que diz representar. Dá pra ficar pior pras mulheres e pros homens, mas não é produtivo deixar essa turma fazer mais besteiras. Por sinal, elas mal conseguem conversar umas com as outras. Vimos aqui o feminismo lésbico contra o feminismo trans. Já tivemos o feminismo negro contra o feminismo branco. Mesmo que as universidades e a imprensa tradicional levem esse movimento a sério, as universidades estão ficando ainda mais distantes da vida do povo de verdade (isso é mais visível no Brasil) e a imprensa tradicional está perdendo leitores. Mas quem vai mostrar a essa militância onde ela errou e ela vai ouvir? A mulher do povo de verdade já sabe onde essa militância errou, pelo menos a parte da inconveniência (porque os erros convenientes, ela ainda aceita). É aí que entra o feminismo conservador. A Quinta Onda do Feminismo é uma parceria do feminismo de esquerda bem comportado com o conservadorismo rural da década de 1950.

O aspecto da sexualidade mostra como o antifeminismo feminino conservador e o feminismo de esquerda não são tão contrários quanto as mulheres de ambos os lados dizem. Algumas mulheres lésbicas dizem que as lésbicas transexuais são homens operados, uma outra lésbica usa a nudez para pregar contra o prazer sexual do homem e as mulheres feministas conservadoras (dessa vez não sou eu quem diz que elas são) criticam, como se a frigidez fosse uma virtude moral, as mulheres feministas de esquerda que usam a nudez em protestos. Isso ilustra por que as perguntas que eu fiz no meu texto "Delação sem prêmio"[7] continuam sem resposta das mulheres conservadoras.

Eu destaco essa questão sexual e fica parecendo que eu sou uma ninfomaníaca (eu já transei com 298 rapazes, mas não sou viciada em sexo). Como eu já abordei algumas vezes, o sexo é uma coisa de indivíduo. Até países podem se casar, como acontecia com a nobreza de antes da Idade Contemporânea, mas só pessoas podem fazer sexo e ter interesse sexual. Por isso existe uma ligação direta entre a liberdade sexual e a liberdade individual de um país[8]. O ataque ao sexo que vem tanto do feminismo de esquerda quanto da maioria dos conservadores é contra os homens héteros, inclusive quando mulheres são atingidas[9].

Outro problema: o homem só existe no feminismo de esquerda. Como criminoso sexual, agressor de mulheres, ladrão de poder, mas ele existe. Mas não no feminismo de direita (ou, para as que não usam o termo, no antifeminismo feminino conservador). Lá, existe marido, futuro marido, pai, irmão, colega de trabalho, trabalhador, mas não um indivíduo humano. Podemos ver isso na questão sexual. Se lembra daquela diferença entre o homem e a mulher? É, essa mesma. Ela existe no feminismo de esquerda. A mulher tem uma sexualidade que é reprimida pela sociedade e o homem tem uma sexualidade que deve ser reprimida pela sociedade (inclusive no sentido policial), mas as duas existem. A mulher conservadora não tem libido e despreza a sexualidade do homem. Para ela, a diferença entre homem e mulher está em coisas como quem vai sustentar a casa e quem vai receber o sustento (ou seria essa diferença em um casamento antigo).

Mas a Quinta Onda do Feminismo vai ter espaço para os homens. Eles vão dar popularidade e galanteios às ninfetas conservadoras que começaram a pregar contra o Feminismo Radical na Quarta Onda. Destaco que eu mesma tenho o meu trabalho antifeminista, ainda que modesto e pouco divulgado, desde 2006. Esses homens vão defender o feminismo conservador enquanto atacam o feminismo de esquerda mais insano. Eles vão se lembrar de condenar as falsas denúncias de crimes sexuais de homens contra mulheres, crianças e adolescentes para atacar o feminismo de esquerda, mas vão defender a morte ou a castração química de qualquer homem que seja meramente acusado de estupro ou pedofilia. Eles vão atacar a Ideologia de Gênero e o Movimento LGBT enquanto também condenam a prostituição, a pornografia e a liberalidade sexual heterossexual feminina que eles pensam que é generalizada embora eles mesmos ainda sejam virgens aos 25 anos.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Fourth-wave_feminism

[2] "Lesbians come out in support of trans people after group blocks Pride parade", Gay Star News, 08 de julho de 2018, https://www.gaystarnews.com/article/lesbians-come-out-in-support-of-trans-people-after-group-blocks-pride-parade.

[3] "Aluna de artes fica nua na faculdade para mostrar que não é 'objeto sexual'", G1, 28 de abril de 2015, http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/04/aluna-de-artes-fica-nua-na-faculdade-para-mostrar-que-nao-e-objeto-sexual.html.

[4] "Vídeo de polonesas contra o feminismo viraliza: 'Não queremos que nos digam o que devemos ser'", Sempre Família, 13 de fevereiro de 2018, https://www.semprefamilia.com.br/video-de-polonesas-contra-o-feminismo-viraliza-nao-queremos-que-nos-digam-o-que-devemos-ser.

[5] "'Não preciso ser de esquerda pra militar': conheça as feministas de direita", Universa, 10 de janeiro de 2019, https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2019/01/10/feministas-de-direita.htm.

[6] Por exemplo, "Os dois feminismos", 14 de dezembro de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/12/os-dois-feminismos.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/12/os-dois-feminismos.html.

[7] "Delação sem prêmio", 12 de agosto de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/08/delacao-sem-premio.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2017/08/delacao-sem-premio.html.

[8] "Viva a prostituição, a pornografia e... as liberdades civis", 20 de novembro de 2014, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2014/11/viva-prostituicao-pornografia-e-as.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com/2014/11/viva-prostituicao-pornografia-e-as.html.

[9] "Os direitos das mulheres profissionais do sexo são direitos das mulheres, o trabalho sexual é direito dos homens (para 15 de julho, Dia do Homem no Brasil)", 14 de julho de 2018, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2018/07/para-15-de-julho-de-2018.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com/2018/07/para-15-de-julho-de-2018.html.

Apêndices

"Lesbian activists block Pride in London march to protest against trans women", Gay Star News, 07 de julho de 2018. Disponível em https://www.gaystarnews.com/article/lesbian-activists-protest-against-trans-women-pride-london.

Ativistas lésbicas bloqueiam marcha do Orgulho em Londres para protestar contra mulheres trans

Uma das ativistas gritou: "Um homem que diz que é uma lésbica é um estuprador"

Ativistas lésbicas bloqueiam marcha do Orgulho em Londres para protestar contra mulheres trans
Ativistas da TERF atacam e bloqueiam a rota do desfile do Orgulho em Londres. | Foto: Jamie Tabberer

07 de julho de 2018 13:12 GMT e

Um grupo de ativistas lésbicas bloqueou o início da marcha do Orgulho em Londres hoje (7 de julho) em protesto contra as mulheres transgênero.

Um grupo de oito mulheres invadiu a rota do desfile sem credenciamento. Então, cinco delas deitaram na estrada em frente ao desfile e colocaram uma faixa sobre elas.

A faixa dizia: "O transativismo apaga as lésbicas".

Elas então bloquearam a rota do desfile por cerca de 10 minutos. Uma das ativistas gritou: "Um homem que diz que é uma lésbica é um estuprador".

Protesto no Orgulho em Londres
Foto: Gay Star News

O grupo também tinha uma faixa que dizia "lésbica = homossexual feminina", bem como panfletos com a organização "Get the L out" (algo como "saia do armário, lésbica") como título.

O panfleto afirma: "O movimento trans está... coagindo lésbicas a fazer sexo com homens. Condenamos firmemente esta forma viciosa de anti-lesbianismo disfarçada de progresso."

Ativista lésbica: "Somente mulheres podem ser lésbicas"

Falando ao Gay Star News, Jan Williams, da Object, disse: "O transgenerismo é uma terapia de conversão. Terapia de conversão é errado."

Lésbicas protestam no Orgulho em Londres
Foto: Gay Star News

Ela continuou: "Só as mulheres podem ser lésbicas. Um homem que fez uma cirurgia nunca pode ser uma lésbica."

Sarah Mason, fundadora da Get The L Out, disse ao GSN: "É uma coalizão de lésbicas e feministas individuais. Também são organizações feministas como Object, Mayday 4 Women, Critical Sisters e Lesbian Rights Alliance."

Ela disse que sua sexualidade é vista como sendo transfóbica e exclusiva "só porque nós somos mulheres atraídas por mulheres".

"Não queremos nenhum tipo de pênis no nosso quarto", disse ela. "Estou muito triste por ter que reafirmar isso novamente".

"Está em todo lugar on-line - está em todos os lugares nos centros LGBTQ", disse ela.

O Gay Star News entrou em contato com o Orgulho em Londres para comentários. Assista à cobertura do Orgulho em Londres 2018, incluindo o início do desfile sequestrado:

ATUALIZAÇÃO: Um porta-voz do Orgulho em Londres disse ao Gay Star News:

"Todos os anos, o Orgulho é assistido por centenas de milhares de pessoas que demonstram que o Orgulho ainda é importante. Dado o clima quente e no interesse na segurança para todos os presentes no evento de hoje, o grupo de desfile foi autorizado a seguir em frente.

"Não aceitamos a abordagem e mensagem delas e esperamos que as ações de um número muito pequeno de pessoas não ofusquem as mensagens das 30 mil pessoas que marcham hoje", disse o porta-voz.

"La cuarta ola feminista ha llegado y esto es lo que debes saber", Codigo Nuevo, 05 de março de 2018. Disponível em https://www.codigonuevo.com/mileniales/cuarta-ola-feminista-llegado-debes.

A quarta onda feminista chegou e é isso que você deve saber

Doutora Glas

Considere-se uma pessoa de sorte: você está participando da quarta onda de feminismo ao vivo. Muitas foram as conquistas do Iluminismo até o presente e muitas, também, são as que ainda temos que alcançar e consolidar. Mas aí estamos nós, lutando por nossos direitos e resistindo ao recorte que alguns agentes políticos e individuais preveem sobre as liberdades das mulheres. Estas são as dez coisas que você deve saber sobre essa quarta onda do feminismo:

1. O pessoal é virtual

A Internet tornou-se a estratégia mais recorrente do movimento feminista. Incentiva a participação, o acesso aos principais assuntos de debate ou a diversidade de opiniões. Na era digital, Twitter, YouTube, Instragram, Facebook ou os blogues pessoais são apresentados hoje como as novas bandeiras políticas. O último marco nesse sentido foi a campanha #MeToo para denunciar os abusos sexuais em Hollywood, lembra-se? A força coletiva já se tornou um grito global contra esse flagelo.

2. Sororidade contra o machismo

Nesta quarta onda, o feminismo deixou de ser monolítico. Temos que estar conscientes da fragmentação e encarar isso a partir do diálogo: precisamos de espaços reais para o debate e não apenas atos que justifiquem dias comemorativos ou subsídios. É possível que umas e outras tenhamos pontos de vista diferentes sobre certas questões, mas nunca devemos esquecer quem é o inimigo: o sistema patriarcal.

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3. Uma vez conquistados os direitos, agora é hora de consolidá-los

A Espanha suspende em igualdade e medidas contra a violência machista. Isso foi indicado pela ONU no relatório de 2015 da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, de acordo com a sigla em inglês). Também reafirmou isso no ano passado. Diante disso, as políticas de igualdade, o aumento orçamentário em saúde e educação, bem como o Pacto Estadual contra a violência machista são urgentemente necessários. Não podemos esquecer que a vida e a qualidade de vida das mulheres estão em jogo.

4. Os ataques ultraconservadores retornam

Se na década de 1980 foram Margaret Thatcher e Ronald Reagan as principais ameaças contra o feminismo, hoje esse conjunto retorna nas figuras de Marine Le Pen e Donald Trump. Líderes de opinião, mídia e grupos neonazistas continuam declarando sua guerra ao feminismo e às mulheres. Eles vão desde ridicularizar o movimento feminista até acusar as feministas de que estão doutrinando com o que eles chamam de ideologia de gênero. Temos que estar atentos às suas manipulações e, acima de tudo, não cair em provocações supérfluas. Afinal, é isso que eles querem: nos desestabilizar.

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5. Direitos iguais de maternidade e paternidade

A aparência de igualdade foi instalada em muitas famílias e, antes disso, não poucas mulheres são forçadas a escolher entre a maternidade e sua profissão. Euskadi é a primeira comunidade que igualou, por lei, a duração da licença-maternidade e licença-paternidade, garantindo totalmente a remuneração econômica. Fez isso entre seus funcionários. Talvez este seja o primeiro passo para estender essa medida em outras comunidades autônomas e setores trabalhistas.

Ainda não sabe por que isso é necessário? Esta medida prevê encorajar a parentalidade compartilhada e igual das crianças e as tarefas domésticas, reduzir a discriminação no trabalho sofrida pelas mulheres após a maternidade e promover nos homens uma paternidade ativa e envolvida desde o nascimento ou adoção de uma criança.

[Nota da tradutora: no Brasil, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) fez o Projeto de Lei do Senado nº 652, de 2015 "para estabelecer licença-paternidade de 120 dias" e foi uma das autoras da PEC 16/2017 "para estabelecer que o prazo da licença-paternidade poderá ser os dias correspondentes à da licença-maternidade, quando a fruição desta licença for exercida em conjunto, pela mãe e pelo pai, em períodos alternados, na forma por eles decidida". Os dois projetos foram arquivados em 21 de dezembro de 2018.]

6. Vamos falar sobre feminismos

Ecofeminismo, transfeminismo, feminismo da diferença, da igualdade, liberal, radical, libertário, islâmico, cigano, queer ou pós-colonial... diferentes correntes feministas que representam o seu próprio itinerário contra machismo. Estamos aprendendo que há diferentes maneiras de expressar que somos feministas, entrelaçando novos pontos de vista e descobrindo como aplicar a abordagem transversal no pessoal e no político.

Mas atenção! Todos têm uma base comum: questionar o sistema patriarcal e denunciar a violência, a discriminação e a desigualdade sofridas pelas mulheres. A diferença acrescenta nuances, outros itinerários de ação, diferentes estratégias de defesa política ou social, mas o fim permanece inequívoco: a igualdade real e efetiva entre mulheres e homens.

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7. Contradições e cultura feminista

Você não sabe como se posicionar diante de certos debates? Você acha que não é capaz de ter suas próprias opiniões sobre alguns assuntos? É hora de voltar aos clássicos. Faça uma pausa no Twitter e atreva-se com aquelas obras do feminismo ainda relevantes hoje: A mística da feminilidade (1963) de Betty Friedan, A irmã, a estrangeira de Audre Lorde (1984), Abraçar a vida: mulher, ecologia e desenvolvimento (1995), de Vandana Shiva, Ciência e feminismo (1996) de Sandra Harding, ou Vamps & Tramps: além do feminismo (2001) de Camille Paglia.

8. Não caia no slacktivism

É o que é conhecido como ativismo de poltrona. A palavra é composta de slacker (preguiçoso) e activism (ativismo). É próprio de pessoas que acreditam que se sentem realizadas com a luta feminista ao compartilhar notícias sobre gênero ou campanhas no site Change.org. O problema não é compartilhar, mas acreditar que a influência política é reduzida a uma mera visibilidade on-line e optar por uma forma confortável, individualista e hipócrita de fazer feminismo. Se você realmente quer erradicar a desigualdade de gênero, é importante deixar sua zona de conforto: se reúna, se associe, colabore... Alguma vez você já pensou em se tornar uma voluntária ou parceira de alguma ONG que trabalha em questões de gênero?

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9. Chegou a hora de os homens falarem

Em uma sociedade onde a violência masculina e a agressão sexual são, infelizmente, mais comuns do que parecem, por que os homens continuam sem se atrever a reconhecer que têm amigos estupradores, agressores e assediadores? Se os homens querem participar ativamente da luta feminista, devem primeiro questionar o modelo tradicional de masculinidade, o deles e o que os rodeia. Seu silêncio é cúmplice do ostracismo e sofrimento sofridos pelas vítimas.

10. Adeus à complacência feminina

Chegou a hora de romper com o papel da boa menina e encarar o mundo com coragem e determinação. A rejeição da complacência feminina está gerando de novas formas de liderança e também de que alguns senhores se sentem muito ofendidos. Nós não queremos que os estereótipos de gênero limitem nossas habilidades e competências, que nos façam duvidar de nós mesmas e nos convençam de que não valemos para ser líderes de opinião em nossa profissão ou como protagonistas absolutas de nossas vidas. Nós não queremos ser para os outros.

Queremos ser nós mesmas: livres, iguais e diversas. Queremos que isso seja finalmente possível nesta quarta onda.

Questo testo in italiano senza video e fumetti di dissolutezza in Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Il femminismo è già nella Quarta Ondata, ma le donne conservatrici stanno creando la quinta", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/il-femminismo-e-gia-nella-quarta-ondata.html.
Questo testo in italiano con video e fumetti di dissolutezza in Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Il femminismo è già nella Quarta Ondata, ma le donne conservatrici stanno creando la quinta", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/il-femminismo-e-gia-nella-quarta-ondata.html.
Ce texte en français sans vidéos et bandes dessinées de libertinage au Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Le Féminisme est déjà dans la Quatrième Vague, mais les femmes conservatrices en créant la cinquième", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/le-feminisme-est-deja-dans-la-quatrieme.html.
Ce texte en français avec vidéos et bandes dessinées de libertinage au Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Le Féminisme est déjà dans la Quatrième Vague, mais les femmes conservatrices en créant la cinquième", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/le-feminisme-est-deja-dans-la-quatrieme.html.
Eso texto en español sin vídeos y cómics de putaría en Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "El feminismo ya está en la Cuarta Ola, pero las mujeres conservadoras están creando la quinta", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/el-feminismo-ya-esta-en-la-cuarta-ola.html.
Eso texto en español con vídeos y cómics de putaría en Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "El feminismo ya está en la Cuarta Ola, pero las mujeres conservadoras están creando la quinta", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/el-feminismo-ya-esta-en-la-cuarta-ola.html.
This text in English without licentiousness videos and comics at Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Feminism is already in the Fourth Wave, but conservative women are creating the fifth", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/feminism-is-already-in-fourth-wave-but.html.
This text in English with licentiousness videos and comics at Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Feminism is already in the Fourth Wave, but conservative women are creating the fifth", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/feminism-is-already-in-fourth-wave-but.html.
Texto original em português sem vídeos e cartuns de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2019/02/o-feminismo-ja-esta-na-quarta-onda-mas.html.
Texto original em português com vídeos e cartuns de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta", https://avezdoshomens.blogspot.com/2019/02/o-feminismo-ja-esta-na-quarta-onda-mas.html.
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