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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta

Abigail Pereira Aranha

Você sabia que estamos na Quarta Onda do Feminismo desde 2012? Eu mesma descobri há poucos meses. Já existe um verbete na Wikipedia sobre isso[1], mas indico o texto "La cuarta ola feminista ha llegado y esto es lo que debes saber", publicado no portal Codigo Nuevo, que eu deixo traduzido no apêndice. Você vai ver no texto que a autora diz que "chegou o momento de os homens falarem", mas só para atacar a masculinidade e outros homens. Mas isso não é o mais preocupante hoje. Vou contar uns casos que parecem desconexos, mas não são.

Caso 1: Ativistas lésbicas bloqueiam marcha do Orgulho LGBT em Londres para protestar contra mulheres trans. "Um homem que diz que é uma lésbica é um estuprador". Vou deixar pra você ver o rebuliço no apêndice. Você acha incoerente um homem virar mulher pra ser lésbica? Eu também pensava que era, depois descobri que não, homossexualismo e transexualismo não são mutuamente excludentes. Mas esse caso foi em 07 de julho e no dia 08 algumas lésbicas gravaram um vídeo em apoio às transexuais lésbicas[2].

Caso 2: "Aluna de artes fica nua na faculdade para mostrar que não é 'objeto sexual'". Não é de perfil de paródia no Twitter nem página antiesquerdista de gozação, foi sério. Aconteceu em abril de 2015. "Monika Rostvold, aluna do curso de artes plásticas da Universidade Texas State, em San Marcos, nos Estados Unidos, fez uma performance nesta segunda-feira (27) em protesto contra a sexualização do corpo feminino. Monika tirou a roupa e passou 45 minutos sentada seminua na escada da biblioteca da faculdade com os olhos vendados e usando fones de ouvido."[3]

Caso 3: "Vídeo de polonesas contra o feminismo viraliza: 'Não queremos que nos digam o que devemos ser'". Página Sempre Família[4]. Aqui, eu vou ser menos breve porque eu preciso selecionar alguns trechos do texto.

"O feminismo tira do homem a oportunidade de ser forte, guiar o caminho e proteger a mulher. E tira da mulher as suas características naturais, como graciosidade, beleza, sensibilidade e o direito de ser frágil. O feminismo força a mulher a provar que pode ser igualzinha aos homens", diz umas das mulheres que aparecem na produção.

(...) "Gostaríamos de dizer que não estamos interessadas no mundo projetado pelas feministas. Pouco nos importam a ideologia de gênero, as teorias queer, o ecologismo e suas outras ideias esquerdistas. Não queremos que nos digam o que devemos ser", diz o texto que acompanha o vídeo. "É hora de mostrar às feministas que a sua ideologia é estúpida e danosa para todas as mulheres. É hora de mostrar às mulheres normais que há milhões de nós".

Caso 4: "'Não preciso ser de esquerda pra militar': conheça as feministas de direita". Matéria da Universa, no portal UOL[5]. Quando eu usava termos como "feminismo conservador"[6], eu estava me referindo a uma coisa que eu pensava que era dissimulada, e até é. Mas agora temos mulheres conservadoras que se dizem feministas de direita! Mas vou chamar a atenção pra um trecho da matéria para começar a explicar qual é o grande problema e o que liga os quatro casos.

Elas todas são contra o que chamam de "feminismo tradicional", resumido por elas como um "movimento radical", em que "mulheres exibem partes do corpo em manifestações" e "ferem valores morais e familiares". Buscam mudanças sociais, mas se definem como conservadoras.

Um caso na Inglaterra, um nos Estados Unidos, um na Polônia e um no Brasil; os quatro juntos podem nos mostrar o que está acontecendo na Europa e no continente americano em matéria de Feminismo e antifeminismo.

O feminismo de esquerda insano ainda existe, ainda é visível e ainda ganha espaço nos grandes portais de notícias como algo digno de ser levado a sério, mesmo que a própria reportagem pareça uma sátira. Só que até a Terceira Onda do Feminismo, a mulher não se declarava feminista ou até dizia ser contra o Feminismo por questões pontuais, mas ela usufruia o que as mulheres feministas loucas e homens feministas conseguiam para ela, como a pressão por mais mulheres nos trabalhos mais remunerados e repressão maior contra crimes sexuais reais e fictícios de homens contra mulheres. Hoje, é a mulher do povo de verdade que diz ao movimento feminista "não me representa". Mas como se o artigo daquela página cristã não tivesse mostrado que aquelas mulheres querem os homens com as cargas de antigamente enquanto elas mesmas somam os confortos antigos aos modernos, o caso das feministas de direita nos mostra que algumas delas querem abertamente juntar a parte conveniente do feminismo de esquerda com a vida de dona de casa de classe média da década de 1950. Mas há mais um problema: as tais feministas de direita atacam o feminismo caricatural e seguem (elas dizem isso) o feminismo verdadeiro.

O Feminismo está na Quarta Onda e os conservadores estão construindo a quinta. Pra começar, quanto tempo a Quarta Onda vai durar? Ainda aguenta mais 10 anos? Mesmo que o antifeminismo feminino conservador seja um debate interno do Feminismo como eu tenho dito, isso ainda significa que a militância do feminismo de esquerda já aborreceu as mulheres que diz representar. Dá pra ficar pior pras mulheres e pros homens, mas não é produtivo deixar essa turma fazer mais besteiras. Por sinal, elas mal conseguem conversar umas com as outras. Vimos aqui o feminismo lésbico contra o feminismo trans. Já tivemos o feminismo negro contra o feminismo branco. Mesmo que as universidades e a imprensa tradicional levem esse movimento a sério, as universidades estão ficando ainda mais distantes da vida do povo de verdade (isso é mais visível no Brasil) e a imprensa tradicional está perdendo leitores. Mas quem vai mostrar a essa militância onde ela errou e ela vai ouvir? A mulher do povo de verdade já sabe onde essa militância errou, pelo menos a parte da inconveniência (porque os erros convenientes, ela ainda aceita). É aí que entra o feminismo conservador. A Quinta Onda do Feminismo é uma parceria do feminismo de esquerda bem comportado com o conservadorismo rural da década de 1950.

O aspecto da sexualidade mostra como o antifeminismo feminino conservador e o feminismo de esquerda não são tão contrários quanto as mulheres de ambos os lados dizem. Algumas mulheres lésbicas dizem que as lésbicas transexuais são homens operados, uma outra lésbica usa a nudez para pregar contra o prazer sexual do homem e as mulheres feministas conservadoras (dessa vez não sou eu quem diz que elas são) criticam, como se a frigidez fosse uma virtude moral, as mulheres feministas de esquerda que usam a nudez em protestos. Isso ilustra por que as perguntas que eu fiz no meu texto "Delação sem prêmio"[7] continuam sem resposta das mulheres conservadoras.

Eu destaco essa questão sexual e fica parecendo que eu sou uma ninfomaníaca (eu já transei com 298 rapazes, mas não sou viciada em sexo). Como eu já abordei algumas vezes, o sexo é uma coisa de indivíduo. Até países podem se casar, como acontecia com a nobreza de antes da Idade Contemporânea, mas só pessoas podem fazer sexo e ter interesse sexual. Por isso existe uma ligação direta entre a liberdade sexual e a liberdade individual de um país[8]. O ataque ao sexo que vem tanto do feminismo de esquerda quanto da maioria dos conservadores é contra os homens héteros, inclusive quando mulheres são atingidas[9].

Outro problema: o homem só existe no feminismo de esquerda. Como criminoso sexual, agressor de mulheres, ladrão de poder, mas ele existe. Mas não no feminismo de direita (ou, para as que não usam o termo, no antifeminismo feminino conservador). Lá, existe marido, futuro marido, pai, irmão, colega de trabalho, trabalhador, mas não um indivíduo humano. Podemos ver isso na questão sexual. Se lembra daquela diferença entre o homem e a mulher? É, essa mesma. Ela existe no feminismo de esquerda. A mulher tem uma sexualidade que é reprimida pela sociedade e o homem tem uma sexualidade que deve ser reprimida pela sociedade (inclusive no sentido policial), mas as duas existem. A mulher conservadora não tem libido e despreza a sexualidade do homem. Para ela, a diferença entre homem e mulher está em coisas como quem vai sustentar a casa e quem vai receber o sustento (ou seria essa diferença em um casamento antigo).

Mas a Quinta Onda do Feminismo vai ter espaço para os homens. Eles vão dar popularidade e galanteios às ninfetas conservadoras que começaram a pregar contra o Feminismo Radical na Quarta Onda. Destaco que eu mesma tenho o meu trabalho antifeminista, ainda que modesto e pouco divulgado, desde 2006. Esses homens vão defender o feminismo conservador enquanto atacam o feminismo de esquerda mais insano. Eles vão se lembrar de condenar as falsas denúncias de crimes sexuais de homens contra mulheres, crianças e adolescentes para atacar o feminismo de esquerda, mas vão defender a morte ou a castração química de qualquer homem que seja meramente acusado de estupro ou pedofilia. Eles vão atacar a Ideologia de Gênero e o Movimento LGBT enquanto também condenam a prostituição, a pornografia e a liberalidade sexual heterossexual feminina que eles pensam que é generalizada embora eles mesmos ainda sejam virgens aos 25 anos.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Fourth-wave_feminism

[2] "Lesbians come out in support of trans people after group blocks Pride parade", Gay Star News, 08 de julho de 2018, https://www.gaystarnews.com/article/lesbians-come-out-in-support-of-trans-people-after-group-blocks-pride-parade.

[3] "Aluna de artes fica nua na faculdade para mostrar que não é 'objeto sexual'", G1, 28 de abril de 2015, http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/04/aluna-de-artes-fica-nua-na-faculdade-para-mostrar-que-nao-e-objeto-sexual.html.

[4] "Vídeo de polonesas contra o feminismo viraliza: 'Não queremos que nos digam o que devemos ser'", Sempre Família, 13 de fevereiro de 2018, https://www.semprefamilia.com.br/video-de-polonesas-contra-o-feminismo-viraliza-nao-queremos-que-nos-digam-o-que-devemos-ser.

[5] "'Não preciso ser de esquerda pra militar': conheça as feministas de direita", Universa, 10 de janeiro de 2019, https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2019/01/10/feministas-de-direita.htm.

[6] Por exemplo, "Os dois feminismos", 14 de dezembro de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/12/os-dois-feminismos.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/12/os-dois-feminismos.html.

[7] "Delação sem prêmio", 12 de agosto de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/08/delacao-sem-premio.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2017/08/delacao-sem-premio.html.

[8] "Viva a prostituição, a pornografia e... as liberdades civis", 20 de novembro de 2014, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2014/11/viva-prostituicao-pornografia-e-as.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com/2014/11/viva-prostituicao-pornografia-e-as.html.

[9] "Os direitos das mulheres profissionais do sexo são direitos das mulheres, o trabalho sexual é direito dos homens (para 15 de julho, Dia do Homem no Brasil)", 14 de julho de 2018, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2018/07/para-15-de-julho-de-2018.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com/2018/07/para-15-de-julho-de-2018.html.

Apêndices

"Lesbian activists block Pride in London march to protest against trans women", Gay Star News, 07 de julho de 2018. Disponível em https://www.gaystarnews.com/article/lesbian-activists-protest-against-trans-women-pride-london.

Ativistas lésbicas bloqueiam marcha do Orgulho em Londres para protestar contra mulheres trans

Uma das ativistas gritou: "Um homem que diz que é uma lésbica é um estuprador"

Ativistas lésbicas bloqueiam marcha do Orgulho em Londres para protestar contra mulheres trans
Ativistas da TERF atacam e bloqueiam a rota do desfile do Orgulho em Londres. | Foto: Jamie Tabberer

07 de julho de 2018 13:12 GMT e

Um grupo de ativistas lésbicas bloqueou o início da marcha do Orgulho em Londres hoje (7 de julho) em protesto contra as mulheres transgênero.

Um grupo de oito mulheres invadiu a rota do desfile sem credenciamento. Então, cinco delas deitaram na estrada em frente ao desfile e colocaram uma faixa sobre elas.

A faixa dizia: "O transativismo apaga as lésbicas".

Elas então bloquearam a rota do desfile por cerca de 10 minutos. Uma das ativistas gritou: "Um homem que diz que é uma lésbica é um estuprador".

Protesto no Orgulho em Londres
Foto: Gay Star News

O grupo também tinha uma faixa que dizia "lésbica = homossexual feminina", bem como panfletos com a organização "Get the L out" (algo como "saia do armário, lésbica") como título.

O panfleto afirma: "O movimento trans está... coagindo lésbicas a fazer sexo com homens. Condenamos firmemente esta forma viciosa de anti-lesbianismo disfarçada de progresso."

Ativista lésbica: "Somente mulheres podem ser lésbicas"

Falando ao Gay Star News, Jan Williams, da Object, disse: "O transgenerismo é uma terapia de conversão. Terapia de conversão é errado."

Lésbicas protestam no Orgulho em Londres
Foto: Gay Star News

Ela continuou: "Só as mulheres podem ser lésbicas. Um homem que fez uma cirurgia nunca pode ser uma lésbica."

Sarah Mason, fundadora da Get The L Out, disse ao GSN: "É uma coalizão de lésbicas e feministas individuais. Também são organizações feministas como Object, Mayday 4 Women, Critical Sisters e Lesbian Rights Alliance."

Ela disse que sua sexualidade é vista como sendo transfóbica e exclusiva "só porque nós somos mulheres atraídas por mulheres".

"Não queremos nenhum tipo de pênis no nosso quarto", disse ela. "Estou muito triste por ter que reafirmar isso novamente".

"Está em todo lugar on-line - está em todos os lugares nos centros LGBTQ", disse ela.

O Gay Star News entrou em contato com o Orgulho em Londres para comentários. Assista à cobertura do Orgulho em Londres 2018, incluindo o início do desfile sequestrado:

ATUALIZAÇÃO: Um porta-voz do Orgulho em Londres disse ao Gay Star News:

"Todos os anos, o Orgulho é assistido por centenas de milhares de pessoas que demonstram que o Orgulho ainda é importante. Dado o clima quente e no interesse na segurança para todos os presentes no evento de hoje, o grupo de desfile foi autorizado a seguir em frente.

"Não aceitamos a abordagem e mensagem delas e esperamos que as ações de um número muito pequeno de pessoas não ofusquem as mensagens das 30 mil pessoas que marcham hoje", disse o porta-voz.

"La cuarta ola feminista ha llegado y esto es lo que debes saber", Codigo Nuevo, 05 de março de 2018. Disponível em https://www.codigonuevo.com/mileniales/cuarta-ola-feminista-llegado-debes.

A quarta onda feminista chegou e é isso que você deve saber

Doutora Glas

Considere-se uma pessoa de sorte: você está participando da quarta onda de feminismo ao vivo. Muitas foram as conquistas do Iluminismo até o presente e muitas, também, são as que ainda temos que alcançar e consolidar. Mas aí estamos nós, lutando por nossos direitos e resistindo ao recorte que alguns agentes políticos e individuais preveem sobre as liberdades das mulheres. Estas são as dez coisas que você deve saber sobre essa quarta onda do feminismo:

1. O pessoal é virtual

A Internet tornou-se a estratégia mais recorrente do movimento feminista. Incentiva a participação, o acesso aos principais assuntos de debate ou a diversidade de opiniões. Na era digital, Twitter, YouTube, Instragram, Facebook ou os blogues pessoais são apresentados hoje como as novas bandeiras políticas. O último marco nesse sentido foi a campanha #MeToo para denunciar os abusos sexuais em Hollywood, lembra-se? A força coletiva já se tornou um grito global contra esse flagelo.

2. Sororidade contra o machismo

Nesta quarta onda, o feminismo deixou de ser monolítico. Temos que estar conscientes da fragmentação e encarar isso a partir do diálogo: precisamos de espaços reais para o debate e não apenas atos que justifiquem dias comemorativos ou subsídios. É possível que umas e outras tenhamos pontos de vista diferentes sobre certas questões, mas nunca devemos esquecer quem é o inimigo: o sistema patriarcal.

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3. Uma vez conquistados os direitos, agora é hora de consolidá-los

A Espanha suspende em igualdade e medidas contra a violência machista. Isso foi indicado pela ONU no relatório de 2015 da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, de acordo com a sigla em inglês). Também reafirmou isso no ano passado. Diante disso, as políticas de igualdade, o aumento orçamentário em saúde e educação, bem como o Pacto Estadual contra a violência machista são urgentemente necessários. Não podemos esquecer que a vida e a qualidade de vida das mulheres estão em jogo.

4. Os ataques ultraconservadores retornam

Se na década de 1980 foram Margaret Thatcher e Ronald Reagan as principais ameaças contra o feminismo, hoje esse conjunto retorna nas figuras de Marine Le Pen e Donald Trump. Líderes de opinião, mídia e grupos neonazistas continuam declarando sua guerra ao feminismo e às mulheres. Eles vão desde ridicularizar o movimento feminista até acusar as feministas de que estão doutrinando com o que eles chamam de ideologia de gênero. Temos que estar atentos às suas manipulações e, acima de tudo, não cair em provocações supérfluas. Afinal, é isso que eles querem: nos desestabilizar.

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5. Direitos iguais de maternidade e paternidade

A aparência de igualdade foi instalada em muitas famílias e, antes disso, não poucas mulheres são forçadas a escolher entre a maternidade e sua profissão. Euskadi é a primeira comunidade que igualou, por lei, a duração da licença-maternidade e licença-paternidade, garantindo totalmente a remuneração econômica. Fez isso entre seus funcionários. Talvez este seja o primeiro passo para estender essa medida em outras comunidades autônomas e setores trabalhistas.

Ainda não sabe por que isso é necessário? Esta medida prevê encorajar a parentalidade compartilhada e igual das crianças e as tarefas domésticas, reduzir a discriminação no trabalho sofrida pelas mulheres após a maternidade e promover nos homens uma paternidade ativa e envolvida desde o nascimento ou adoção de uma criança.

[Nota da tradutora: no Brasil, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) fez o Projeto de Lei do Senado nº 652, de 2015 "para estabelecer licença-paternidade de 120 dias" e foi uma das autoras da PEC 16/2017 "para estabelecer que o prazo da licença-paternidade poderá ser os dias correspondentes à da licença-maternidade, quando a fruição desta licença for exercida em conjunto, pela mãe e pelo pai, em períodos alternados, na forma por eles decidida". Os dois projetos foram arquivados em 21 de dezembro de 2018.]

6. Vamos falar sobre feminismos

Ecofeminismo, transfeminismo, feminismo da diferença, da igualdade, liberal, radical, libertário, islâmico, cigano, queer ou pós-colonial... diferentes correntes feministas que representam o seu próprio itinerário contra machismo. Estamos aprendendo que há diferentes maneiras de expressar que somos feministas, entrelaçando novos pontos de vista e descobrindo como aplicar a abordagem transversal no pessoal e no político.

Mas atenção! Todos têm uma base comum: questionar o sistema patriarcal e denunciar a violência, a discriminação e a desigualdade sofridas pelas mulheres. A diferença acrescenta nuances, outros itinerários de ação, diferentes estratégias de defesa política ou social, mas o fim permanece inequívoco: a igualdade real e efetiva entre mulheres e homens.

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7. Contradições e cultura feminista

Você não sabe como se posicionar diante de certos debates? Você acha que não é capaz de ter suas próprias opiniões sobre alguns assuntos? É hora de voltar aos clássicos. Faça uma pausa no Twitter e atreva-se com aquelas obras do feminismo ainda relevantes hoje: A mística da feminilidade (1963) de Betty Friedan, A irmã, a estrangeira de Audre Lorde (1984), Abraçar a vida: mulher, ecologia e desenvolvimento (1995), de Vandana Shiva, Ciência e feminismo (1996) de Sandra Harding, ou Vamps & Tramps: além do feminismo (2001) de Camille Paglia.

8. Não caia no slacktivism

É o que é conhecido como ativismo de poltrona. A palavra é composta de slacker (preguiçoso) e activism (ativismo). É próprio de pessoas que acreditam que se sentem realizadas com a luta feminista ao compartilhar notícias sobre gênero ou campanhas no site Change.org. O problema não é compartilhar, mas acreditar que a influência política é reduzida a uma mera visibilidade on-line e optar por uma forma confortável, individualista e hipócrita de fazer feminismo. Se você realmente quer erradicar a desigualdade de gênero, é importante deixar sua zona de conforto: se reúna, se associe, colabore... Alguma vez você já pensou em se tornar uma voluntária ou parceira de alguma ONG que trabalha em questões de gênero?

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9. Chegou a hora de os homens falarem

Em uma sociedade onde a violência masculina e a agressão sexual são, infelizmente, mais comuns do que parecem, por que os homens continuam sem se atrever a reconhecer que têm amigos estupradores, agressores e assediadores? Se os homens querem participar ativamente da luta feminista, devem primeiro questionar o modelo tradicional de masculinidade, o deles e o que os rodeia. Seu silêncio é cúmplice do ostracismo e sofrimento sofridos pelas vítimas.

10. Adeus à complacência feminina

Chegou a hora de romper com o papel da boa menina e encarar o mundo com coragem e determinação. A rejeição da complacência feminina está gerando de novas formas de liderança e também de que alguns senhores se sentem muito ofendidos. Nós não queremos que os estereótipos de gênero limitem nossas habilidades e competências, que nos façam duvidar de nós mesmas e nos convençam de que não valemos para ser líderes de opinião em nossa profissão ou como protagonistas absolutas de nossas vidas. Nós não queremos ser para os outros.

Queremos ser nós mesmas: livres, iguais e diversas. Queremos que isso seja finalmente possível nesta quarta onda.

Questo testo in italiano senza video e fumetti di dissolutezza in Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Il femminismo è già nella Quarta Ondata, ma le donne conservatrici stanno creando la quinta", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/il-femminismo-e-gia-nella-quarta-ondata.html.
Questo testo in italiano con video e fumetti di dissolutezza in Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Il femminismo è già nella Quarta Ondata, ma le donne conservatrici stanno creando la quinta", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/il-femminismo-e-gia-nella-quarta-ondata.html.
Ce texte en français sans vidéos et bandes dessinées de libertinage au Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Le Féminisme est déjà dans la Quatrième Vague, mais les femmes conservatrices en créant la cinquième", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/le-feminisme-est-deja-dans-la-quatrieme.html.
Ce texte en français avec vidéos et bandes dessinées de libertinage au Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Le Féminisme est déjà dans la Quatrième Vague, mais les femmes conservatrices en créant la cinquième", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/le-feminisme-est-deja-dans-la-quatrieme.html.
Eso texto en español sin vídeos y cómics de putaría en Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "El feminismo ya está en la Cuarta Ola, pero las mujeres conservadoras están creando la quinta", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/el-feminismo-ya-esta-en-la-cuarta-ola.html.
Eso texto en español con vídeos y cómics de putaría en Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "El feminismo ya está en la Cuarta Ola, pero las mujeres conservadoras están creando la quinta", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/el-feminismo-ya-esta-en-la-cuarta-ola.html.
This text in English without licentiousness videos and comics at Réflexion et Temps Libre avec Abigail: "Feminism is already in the Fourth Wave, but conservative women are creating the fifth", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2019/02/feminism-is-already-in-fourth-wave-but.html.
This text in English with licentiousness videos and comics at Amélioration et Amusement des Hommes avec Abigail: "Feminism is already in the Fourth Wave, but conservative women are creating the fifth", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2019/02/feminism-is-already-in-fourth-wave-but.html.
Texto original em português sem vídeos e cartuns de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2019/02/o-feminismo-ja-esta-na-quarta-onda-mas.html.
Texto original em português com vídeos e cartuns de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "O Feminismo já está na Quarta Onda, mas as mulheres conservadoras estão criando a quinta", https://avezdoshomens.blogspot.com/2019/02/o-feminismo-ja-esta-na-quarta-onda-mas.html.

2 comentários:

  1. Gostaria de conhecer mais sobre você. Bem interessante seu conteúdo. Abraços

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    1. Obrigada, fofinho. Peço desculpas por não ter visto antes.

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Abigail Pereira Aranha no VK: vk.com/abigail.pereira.aranha
E-mail: saindodalinha2@gmail.com

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