Quando nós ouvimos repetidamente uma certa ideia, o contrário geralmente está mais perto da verdade. Isso tem uma explicação até psiquiátrica aplicada à política: a repetição da mentira é um sufocamento da verdade, ou a tentativa disso, e a tagarelice de mentiras e loucuras pode servir à autoestima, ao poder e a fuga da realidade especialmente sobre si mesmo para desde vacas "losers" confinadas em vidas insignificantes em periferias de municípios pequenos até classes dominantes de impérios. Afinal, nunca existiu no mundo uma sapiocracia, que é o governo dos sábios (este termo, eu inventei agora). No caso de sociedades inteiras, tanto reinados de ou com religião quanto governos que se dizem antirreligiosos vão repetir suas próprias mentiras pelos meios de comunicação de massa da própria coletividade, que podem incluir, na Idade Contemporânea, a imprensa. Então, se, no caso do Brasil, uma pessoa diz num programa da Rede Globo que abalou os padrões dominantes, alguma coisa está errada.
Num exemplo rápido, nós fomos livrados pela industrialização do Brasil e pela popularização da internet daquele discurso antigo de que os idosos são sábios. Essa ideia ainda pode ser ouvida ou lida até hoje repetida por "boomers" que conseguem manejar um smartphone ou por pessoas com 30 ou 40 anos que conseguiram diploma universitário com dinheiro do pai e patrimônio de herança do avô; mas qualquer pessoa com 30 ou 40 anos fora deste caso que mora em área urbana de cidade grande se baseia nos idosos que conhece, e, portanto, associa idoso a tudo menos sabedoria.
Isso se aplica também ao LGBT-Feminismo e, particularmente, ao Dia Internacional da Mulher. Você pode saber ou descobrir que a data foi motivada por um episódio que teria acontecido quase um século antes, e mesmo este registro pode ser um mosaico de dois casos separados por décadas, uma greve sem mortes e um incêndio acidental em um galpão em más condições. Mas isso já é um conhecimento avançado, você só vai descobrir e acreditar se você se livrar mentalmente do discurso repetido especialmente nesta data comemorativa, aquele discurso que classifica quem diz o que eu disse com a palavra que junta "macho" com "ista". O que eu vou abordar aqui é a trapaça psicológica e sociopolítica do discurso lesbofeminista no Dia Internacional da Mulher (mas não só neste dia). Aquele exemplo rápido da sabedoria dos idosos tem a ver com isso também, inclusive com o dado de que pouquíssimos trabalhos antifeministas relevantes foram feitos antes dos anos 1990. Logo, raríssimas pessoas que tinham mais de 50 anos em 2000 tiveram a capacidade ou sequer o interesse de fazer um trabalho digno de nota em defesa do que é chamado de machismo ou que, mesmo com malícia, possa ser enquadrado como tal.
Você ouve que as mulheres são essenciais na nossa sociedade. E os homens, as mulheres feministas reconhecem o valor deles? Você reconhece e viu alguém reconhecer o valor dos homens?
Você ouve que a mulher é vítima de um padrão de beleza. As lesbofeministas querem nos vitimar com uma ditadura da feiura? Aliás, você sabe que padrão feminino de beleza é este?
Você ouve que a mulher não tem espaços na sociedade. Quem disse isso foi a atriz da Rede Globo, a executiva entrevistada no Fantástico da Rede Globo, a professora universitária, a deputada federal,...
Você ouve que as mulheres conquistaram muitas coisas com muita luta. É porque o vovô do policial ensinou pro neto que é feio bater em mulher.
Você ouve que a mulher é vista como objeto sexual. Você homem sem barba é mais feminino que a mulher que diz isso, ou ela tenta ser o mais repulsivo que pode.
Você ouve que a mulher pode ser o que ela quiser. E ela sempre quer ser um homem, mais exatamente o ex-namorado babaca ou o tio que a estuprou com 12 anos.
Você ouve que a mulher pode ser o que ela quiser. Mas se ela não vê problema em ser dona de casa submissa ao marido, ela é submissa ao machismo. E se ela não vê problemas em ser vista sexualmente e ter uma vida contra a castidade, tanto por trabalho sexual quanto por gostar de dar prazer aos homens, ela deve ser libertada do machismo.
Você ouve que a mulher tem medo de estar na rua à noite e ser estuprada. E se você lê estatísticas de violência, sabe que o risco de o homem ser assassinado é o mesmo.
Você ouve que a mulher é vítima de violência por ser mulher. Mas você nunca ouviu falar de homens que agridem mulheres aleatórias (só um ou outro que matou algumas mulheres em série), e ainda ouve homens dizendo que estão prontos a defender mulheres. Ah, e a mulher que diz isso quer favorecimento por ser mulher, como no emprego no serviço público ou na iniciativa privada?
Você ouve que a mulher conquistou liberdade sexual com o Feminismo. Mas se a Abigail conta que faz sexo com os amigos e compartilha conteúdos que agradam os homens héteros, ela é capacho do machismo ou fake de homem. Além de que se você homem nunca encontrou uma Abigail P. Aranha em um episódio do dia-a-dia, você nunca encontrou uma mulher interessada em sexo nem conhece um homem que encontrou.
Você ouve que a mulher merece o melhor. E o marido que paga as contas dela, ou o pai, ou os filhos e irmãos homens, merecem só obrigação?
Eu deixei aqui algumas perguntas das quais eu tenho respostas. Mas o meu ponto aqui é mostrar que as perguntas existem. Assim como não é afirmar um conjunto de dados e de ideias específicos que você não sabe ou com que você não concorda, mas mostrar a ideia de que o que você passou a sua vida ouvindo pode ser uma burrice longe da verdade, aplicando isso a um assunto específico.
Agora você, Abigail, vai me dizer que é necessário um Dia do Homem e um Movimento de Direitos dos Homens? Bom, eles já existem, sendo o Dia do Homem no Brasil o dia 15 de julho e o Dia Internacional do Homem o dia 19 de novembro. Mas você está preparado para ouvir ou ler sobre isso agora?
1) "Dia dos Solteiros: saiba como surgiu a data celebrada no Brasil em 15 de agosto" (O Tempo, 15 de agosto de 2023, trecho)[1]
Hoje, 15 de agosto, é comemorado o dia dos Solteiros no Brasil. Mas em outros países, ele só é celebrado no dia 11 de novembro, data que surgiu na década de 90 na China, mais precisamente na Universidade de Nanquim, e movimenta promoções no comércio online ao redor do mundo.
No Brasil, o Dia do Solteiro é considerado uma data comercial e foi instituída no dia 15 de agosto pela empresa AliExpress, só em 2019. Além disso, tem como objetivo criar uma perspectiva mais positiva em relação ao status de solteiro, encorajando as pessoas a apreciarem sua independência e liberdade, em vez de se sentirem pressionadas a encontrar um parceiro.
A celebração pode incluir atividades como sair com amigos, comprar presentes para si ou participar de eventos sociais.
2) Notas sobre o Dia do Homem e o Dia dos Solteiros
15 de julho é o Dia do Homem no Brasil. O Dia Internacional do Homem é 19 de novembro. Há quem pense que é bobagem existir um Dia do Homem e um Dia dos Solteiros, em geral quem pensa que homens maduros celebram o Dia Internacional da Mulher e o Dia dos Namorados. No caso do Dia dos Namorados, o homem maduro celebra com sua própria esposa. Mas enquanto o Dia do Homem tem piadas de que é 1° de abril ou 12 de outubro (Dia das Crianças), o Dia dos Solteiros não tem. E a explicação pode ser simples: uma nação de mulheres nas Américas e na Europa que não conseguiram casamento, ou, como dizemos no Brasil, mulheres "encalhadas".
Até não muito tempo atrás, um homem solteiro era visto como imaturo e uma mulher solteira era vista como libertina. Isso melhorou, e foi um avanço. Mas ainda nos anos 2020 você pode ver este mesmo preconceito sobre um dos lados. Pista: a mulher solteira de 25 anos está estudando ou consolidando uma carreira profissional e não está fazendo sexo com o auxiliar administrativo enquanto aguarda um marido com o dobro do salário dela. Ops! Mas com mulheres já como maioria nas universidades e com preferências nos processos seletivos dos cargos mais altos (porque preferência pra cozinheira ou atendente não vale), a conta não fecha. Já não cola mais aquela insinuação de que a moça atraente teve sucesso na carreira porque dava pro chefe ou era casada com um diretor, porque está faltando homem... no lugar certo, que é por trás de uma grande mulher (e pela frente também).
Mas na luta vitoriosa das mulheres contra o machismo, elas não podem estar cada vez mais infelizes com as próprias exigências e com os frutos das próprias atitudes. Então, elas têm uma autoestima que cresce quanto mais elas estão velhas, idiotas, indesejáveis e solitárias. Mas não são esses indivíduos, há um conjunto de cultura, de agentes políticos, de pessoas ricas (alguns chamam tudo isso de "sistema") que faz uma caixa amplificadora para essas loucas. E aí entra a popularidade recente do Dia dos Solteiros. Se nós virmos alguém celebrar o "Dia dos Solteiros e das Solteiras", confirmaremos a minha suspeita.
E volto à questão do Dia do Homem assumindo que um homem é casado ou terminou um relacionamento estável no qual teve um filho, o que quase sempre é o caso. Mesmo sendo casada, ou em um relacionamento igualado ao casamento, a mulher é tratada legalmente e socialmente como indivíduo, inclusive em leis específicas para mulheres (ou contra o homem). O homem não tem o mesmo tratamento como um indivíduo: em geral, ele é marido ou pai.
E falando em homem solteiro, notícia da imprensa em tom de escândalo: "pastor diz que mulher deve fazer sexo mesmo sem ter vontade: 'Deus mandou'"[2]. E você vai ver as palavras do pastor na própria matéria, elas são muito boas mesmo para quem não crê em Deus (como é o meu caso). Eu vi o título da matéria na primeira vez e tive o pensamento que eu vou compartilhar com você pra você pensar também: que situação levou um pastor a fazer uma exortação com base bíblica dirigida às mulheres do meio evangélico? A base bíblica no caso é 1Co 7: 4 e 5. Eu já deixei a pergunta pelo menos uma vez no ano passado de quando um pastor faria a pregação que este pastor fez, citando aquele texto que diz que a mulher deve satisfazer o marido sexualmente. Ele fez e causou o rebuliço. E enquanto eu procurava este caso, achei outro rebuliço parecido no ano passado: "'Esposa cansada não deve negar sexo ao marido', diz líder da Igreja Renascer"[3]. Matéria do Pragmatismo Político. "A fala ocorreu na terça-feira (7/3), véspera do Dia Internacional da Mulher". E depois de contar o caso, a matéria tem o subtítulo "Crime internacional" que mostra como o apóstolo é horrível: teve processos trabalhistas, já foi preso por estelionato e, o mais grave, foi elogiado pelo Jair Bolsonaro. E ainda enquanto eu procurava o primeiro caso, eu também achei esta pérola na página do governo do Mato Grosso do Sul: "Violência Doméstica no meio Cristão"[4]. Depois disso tudo, eu trago a você a pergunta de o que um bom rapaz evangélico pode esperar da sua futura esposa depois do "eu escolhi esperar".
Ah, e eu já estou com saudades de dar pra homens casados. Os que eu conheço têm medo de me comer e os que me comeram se separaram todos. Mas eu não estou com saudades destes homens, porque a maioria deles me comem até hoje e eles me contaram que estão até mais felizes com a nossa amizade, a deles comigo e alguns que ficaram amigos de outros.
Não se casar não é boicote ao sistema, como dizem os "red pill"; é só presença mental na realidade. Não é a questão do casamento ou do eventual divórcio, é a questão do universo feminino. Você mal conhece uma mulher de quem gosta de estar perto e que parece estar bem junto com homens heterossexuais. Então, hoje é quase alucinação um homem acreditar que ele conhece uma mulher com quem gostaria de se casar.
E ser um homem solteiro não significa muito mais liberdade sexual. Ser uma mulher solteira também não é tanta liberdade assim. Há quase 20 anos que eu tenho amigos com quem eu não podia ser vista porque a esposa do homem ou a mãe do rapaz tem medo de eu fazer alguma coisa com ele (e com razão, e algumas vezes eu fiz mesmo). Como disse Rosa Luxemburgo, "quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem". Não estou na Idade Média ou em um país muçulmano, mas não tenho a liberdade sexual que os conservadores pregam que nós temos aqui. Aliás, a seção de putaria no blogue A Vez dos Homens que Prestam, eu tenho consciência das barreiras por que eu tenho que passar pra fazer e das amizades masculinas que me ajudam nisso, e das barreiras que alguns leitores vão ter pra ver. Se você homem solteiro tiver interesse sexual em alguma mulher que você conhece, você tem poucas chances de conseguir o que quer com ela; geralmente porque ela está em um relacionamento convencional ou porque você é solteiro (já descobriram por pesquisas que um homem atrai mais mulheres quando é casado). Mas ser um homem solteiro significa (parece estranho) não ter uma mulher para atrapalhar a sua vida sexual.
Ser um homem solteiro não é exatamente uma opção pela liberdade. Você homem solteiro já quis se casar, mas cada possível esposa lhe deu um livramento de si mesma. Mas se você juntou isso a uma opção pessoal de evitar o casamento ou até um contato próximo com o universo feminino, você essencialmente se livrou de mais cadeias (sim, eu fiz um trocadilho). Pode ser um motivo pra celebrar, pensar que com todos os seus problemas, você poderia estar pior.
Mas você homem hétero, mesmo se for casado, também pode ser mais feliz por ser minoria desprivilegiada, porque a sua força vai ser em boa parte um mérito próprio. Assim como quase todos que se fazem de fariseus escondem os seus próprios pecados que enxergam nos outros, as lésbicas que se fazem de fortes e os "losers" metidos a ladrões de bolsa escondem a própria fraqueza e a força a quem devem o pedestal onde estão. Aliás, foi obra essencialmente de homens, sexo masculino, nós progredirmos de aldeias e povoados onde parcamente sobrevivíamos e nos protegíamos de grandes animais ferozes para cidades com uma série de confortos, de prazeres e de possibilidades de engrandecimento mental. Porque cada homem que fez parte desse processo achou algo de bom na vida e no mundo físico, e em vez de buscar do que falar mal, buscou e encontrou mais intimidade com a verdade, com o bem, superando até a eventual pobreza mental de um ambiente horroroso com sua força interior e com alguns recursos externos. E isso você homem pode encontrar em você mesmo na sua vida.
Oi, pessoal! Vocês amigos e leitores sabem que eu desprezo o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e eu rejeito os parabéns no mundo físico e na internet. Mas desta vez, eu gostaria de receber as homenagens de vocês e prometo me esforçar pra isso. Um abraço hétero.
(Entre os homens pelo menos do Brasil, "homenagear" uma mulher é uma gíria para se masturbar pensando nela. Aproveito a data para divertir os leitores com uma piadinha de duplo sentido.)
Você pode ter notado, se tiver pelo menos uns 40 anos hoje, que política e questões sociais não eram assuntos de conversa muito comuns nos anos 1990 em um pais como o Brasil. Política era vista como coisa suja ou, quando era discutida, era no máximo gestão de economia, de obras públicas e, talvez, de assistência social. O Feminismo às vezes era piada de programa humorístico (a lésbica bisonha ainda era uma figura excêntrica e sem destaque social), às vezes era assunto de militante de esquerda esquisito ou de pregador excêntrico que era contrário. Uma militância LGBT unida com uma militância feminista não era assunto de conversa porque ainda era o tempo em que dava pra fazer piadas com gays, alguns deles amigos ou vizinhos. Por quê? Até então, a sociedade era uma extensão da família, ou não dava grandes sinais de ser outra coisa.
O fim do mundo não é algo que desperta interesse há pouco tempo. Mas o governo do Anticristo ou algo semelhante parece que é. Sim, muita gente se diz cristã e os sinais do fim do mundo estão descritos na Bíblia. Mas quase toda essa muita gente que se diz cristã parecia pensar que o mundo ia acabar com um meteoro, ou com catástrofes naturais, ou com a explosão de um depósito de bombas atômicas; e só agora essas pessoas parecem pensar em um governo tenebroso antes.
Eu coloco aqui a imagem do governo do Anticristo, mesmo eu sendo ateia, porque é o que muitas pessoas acreditam que vai ser. Pode acontecer algo nessa direção mesmo que o Deus cristão não exista, mas visto que o Cristianismo é a religião com mais professantes no mundo e, fora da Ásia, é a religião da maioria da população, o problema essencial continua: um sistema político mundial à revelia da população. E quanto mais a preparação para esse sistema avança, mais pessoas comuns se percebem não representadas. Isso não é no sentido de ter um político eleito que venceu aquele que essas pessoas preferiam. A coisa parece avançar para a não representação no ambiente social, e está indo até pra uma porcaria contra a própria noção de normalidade.
Isso não é uma trama contra a família, como os pregadores conservadores dizem, é algo maior. É o que eu vou tentar explicar, passando por alguns assuntos que podem parecer desconexos.
2) A vitória contra Donald Trump, Jair Bolsonaro e o povo de verdade
Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil não representavam a direita ou o Conservadorismo, eles representavam a correspondência entre o povo de verdade e uma classe política eleita por esse povo. Joe Biden foi empossado na presidência dos Estados Unidos e Lula na do Brasil como parte de um projeto contra o povo de verdade, especialmente contra o povo mentalmente normal. Quem está lamentando isso hoje e tentou evitar isso enquanto podia só entendeu primeiro. Os eleitores reais e pobres dos presidentes empossados, quando os presidentes eleitos foram os concorrentes, ainda vão perceber que os votos de todos eles juntos foram desnecessários na eleição. No caso brasileiro, segundo o próprio resultado oficial da eleição, quase 30% da população do país e quase 40% do eleitorado SABE que o atual presidente não foi eleito. O problema não foi fraude eleitoral. O adversário da esquerda era a verdade e a percepção da realidade. A esquerda recente não é uma ideologia. Fora a elite que comanda tudo, a coletividade esquerdista é um eleitorado de "losers" que pensam que são espertalhões que vão ganhar migalhas da Administração Pública mais uma militância de loucos.
3) Por falar em loucura, vamos comentar sobre o transexualismo e a linguagem politicamente correta
Uma pessoa transexual é alguém que não se identifica com o gênero do próprio corpo. Portanto, é uma pessoa para quem o mundo real físico e observável não é referência nem para a identidade dela mesma. Uma pessoa com dificuldades de percepção do mundo real é doente mental por definição. O transexualismo estava na Classificação Internacional de Doenças, código F64.0, entre as parafilias. Esse foi um erro que a militância LGBTQIA+ aproveitou, inclusive porque os críticos a esse movimento seguiram esse erro: o transexualismo foi colocado como um transtorno sexual (como o homossexualismo já foi em versões anteriores) quando devia estar entre os transtornos psiquiátricos.
Você nunca viu nem vai ver uma pessoa transexual com qualidade acima de medíocre como pintora, escritora, jornalista, filósofa, programadora, engenheira, ou coisas assim. Você já viu alguns gays (de hoje em dia e de épocas passadas). Isso deve chamar a atenção. A sexualidade exagerada e até a sexualidade pervertida são compatíveis com talentos artísticos, profissionais e intelectuais. A transexualidade nunca.
Mas eu lembro a questão dos transexuais aqui porque essa questão ilustra o próprio relacionamento da coletividade em geral com a noção de normalidade. Mas mais do que isso, a ideia de quem nos empurra esse assunto falso é nos tirar ainda mais da integridade mental e da conexão com a realidade que os alienados do fim do século XX ainda tinham. E aqui, eu trato a coisa no sentido de imagem do cotidiano: você não pode ver homem que se identifica como mulher e ver que a pessoa não é mulher, ou, se puder ver, dizer isso.
Ah, e ainda temos a linguagem neutra e outras tentativas de políticas para a linguagem adequada contra o machismo, o racismo, etc. Sempre políticas conduzidas por militantes de esquerda que são lésbicas ou subalfabetizados. A linguagem neutra é lesbianismo psicótico. A linguagem politicamente correta é uma espécie de transexualismo da linguagem, no sentido da incapacidade para perceber e descrever a realidade.
4) O aspecto sociojurídico das minhas aventuras não-familiares
O aspecto mais visível da sociedade como extensão da família medíocre é a quase clandestinidade da heterossexualidade no sentido jurídico-policial. Um homem que se aproxima de uma mulher não-autorizada pode se encaixar em tipos penais. Uma mulher que se aproxima de um homem não-autorizado também se arrisca a ter dissabores ou até prisão. A prostituição, a pornografia e o softcore precisam ficar escondidos. Escondidos das mulheres. Ainda volto a elas.
Eu já falei no transporte público de sexo com alguns homens que estavam ao meu lado (ou com eles sobre sexo). Eu me divirto com homens colegas de trabalho no vestiário masculino. Eu já fiz sexo com rapazes adolescentes. Eu já fiz sexo com homens casados. A fantasia que eu trago aqui é uma sociedade em que eu não sou vista como excêntrica e caso de polícia.
A ideia do decreto da pandemia da CoViD-19 (não uso aqui a palavra "decreto" por acaso) foi criar as condições para aquele extermínio de dois terços da humanidade que alguns conservadores dizem que os Illuminati querem. Agora que ninguém viu alguém antes saudável morrer da doença, ficou claro que as únicas coisas que funcionaram no #StayHome foram a distribuição mundial de um antivírus no ano seguinte, a vigilância do trabalho honesto e a punição legal, ilegal ou extralegal por crime de opinião. Qual linha de ônibus no seu país melhorou os quadros de horários de 2019 para 2022? Ou mesmo na saúde, você no Brasil viu o Sistema Único de Saúde melhorar?
A parte menos subalfabetizada e mesquinha da população já percebeu o que está acontecendo desde o começo. Até a parte da população menos interessada em política que vive do próprio trabalho percebeu algo errado na época do isolamento social. O pânico histérico da maioria da população não a fez saber a diferença entre CoViD-19 e gripe comum. Mas quando o projeto se aproximar mais do que era planejado, mais gente burra vai perceber coisas erradas.
Num país onde você pode ser preso por fazer a ceia de Natal com pessoas da sua família, como alguns já propuseram em 2020, qual a conexão que você consegue ter com outras pessoas? Não está na questão se você é antissocial ou tem dificuldades pra conversar. Estar em uma coletividade significa ter interações com outras pessoas para interesses pessoais, mútuos ou de terceiros. Então, qual a comunhão entre as pessoas de uma cidade desse projeto pós-pandemia? E por quais vias, que passam por onde?
Se realmente existia um plano para redução da população mundial para no máximo 2 bilhões de habitantes no tempo em que eram 6, isso não é algo que vá ser executado por baixo do tapete. Mas a gripe chinesa não foi feita pra ser instrumento pra isso, nem a sua suposta vacina. A preparação deveria ser cultural, depois sociopolítica. Mas a própria fraudemia foi resultado de uma preparação assim. Por sinal, alguns já falaram em 2020 em "lockdown climático" contra o aquecimento global, no mesmo espírito do #FiqueEmCasa.
6) O combate ao povo de verdade passa pelo combate ao Cristianismo
Mesmo que você não creia no Cristianismo e acredite que ele já devia ter sido extinto (como eu acredito), você não pode deixar de observar que esta é a religião de mais de 2 bilhões de pessoas no mundo. Uma coisa é dizer que esse tanto de gente, cerca de um terço da população mundial, crê em restos da ignorância feudal da Idade Média. Algo assim, até eu já disse por aqui. Outra coisa é dizer que essas mesmas pessoas, ou pelo menos as que levam a religião a sério, são agressores de mulheres, racistas, especistas (especismo é racismo contra bichos e vegetais), contra a Ciência e coisas do tipo.
E você percebeu que você não vê intelectuais da esquerda falando sobre educação revolucionária dos cristãos? Sim, a Dª. Maria Madalena não sabe o quanto a Igreja Católica apoiou a escravidão, o extermínio de pagãos, a misoginia e a repressão sexual, mas ela é uma senhora católica amável e de bom caráter. Por que não apresentar o Evangelho comunista para ela de uma forma que ela queira mesmo entrar na união dos proletários de todo o mundo? No Brasil, você pode estar na rua e ser abordado por uma garota jovem, cuja aparência agrada os rapazes, fazendo um trabalho evangelístico. Aí, quem combate as trevas da Idade Média são um grupo de lésbicas feias com um visual e um discurso que as deixa pior ainda.
7) Salvando as mulheres, como sempre (e agora chego no ponto)
Até a Terceira Onda do Feminismo, mulheres conservadoras ou apenas mulheres comuns pareciam conviver bem com a militância LGBT-feminista. As mulheres da mediocridade física e mental pra baixo pareceram acreditar que quanto mais elas eram antipáticas e menos elas tinham o que acrescentar, mais elas tinham poder. Na Quarta Onda, desde 2012, a experiência começou a mostrar o contrário: o poder delas foi de criar repulsa em colegas de trabalho, afastar candidatos a padrasto dos filhos e até de não conseguir sexo. E as melhores mulheres (no sentido de mentalidade) não mostraram muita diferença pras feministas de esquerda, isso quando elas realmente não queriam ser identificadas com aquelas. Uma mulher honesta ficou cada vez mais associada a uma interiorana com pouca escolaridade e neurose antissexual (e não é que isso estava errado). Então, cada vez mais mulheres cristãs jovens, aquelas que levam a religiosidade cristã a sério, passaram a associar o LGBT-Feminismo à devassidão heterossexual, como já faziam as suas mães, e a pregar contra o feminismo maluco. Aparentemente, a maioria dessas mulheres estão procurando casamento com um homem conservador.
Volto à questão transexual. Alguns homens conservadores abordam a parte das chamadas "mulheres trans" em banheiros femininos como se essas... mulheres fossem homens cis heterossexuais com intenção de estupro em um banheiro feminino. Quando um homem pensa que nasceu para combater um certo perigo, ele enxerga este perigo maior do que o real. A mulher se sente ameaçada pela questão trans em geral, porque ela percebe que o preço de não ser mulher está começando a ser cobrado. Então, o homem conservador vai lá em defesa dela.
Mas a "mulher trans" mostra o que as mulheres reais falham em ser. Se uma mulher média não tratasse a falta de sexo como medida de dignidade, um homem não tentaria imitar essa mulher, com chances reais, em alguns casos, de ser confundido com ela.
As mulheres são preocupação até dos homens antifeministas. O rapaz tem menos de 45 anos e já passou os últimos 10 ou 20 anos lendo e assistindo vídeos sobre uma Nova Ordem Mundial satânica, ele passou a associar esse esquema à esquerda maluca recente e a partir daí, ele já teve perfis suspensos no Facebook e no Twitter (aqueles perfis com pseudônimo no lugar do nome e personagem de filme no lugar da foto, porque ele não pode ser descoberto por colegas de trabalho), e ele conheceu canais do YouTube e perfis de redes sociais cujos usuários foram importunados pela polícia. E ainda assim, ele ainda pensa que um dia vai ter que proteger a tia velha alienada que mal consegue manejar o próprio celular. Os Illuminati passaram esse tempo todo planejando campos de concentração para senhoras interioranas aposentadas?
8) O preço da mediocracia (e, novamente, sobre as mulheres)
Uma sociedade só pode ter suas posições de destaque ocupadas por medíocres na melhor das hipóteses e bandidos na pior quando as classes poderosas seguram a estrutura toda sabendo onde querem e vão chegar. E essas classes poderosas precisam não estar nas mãos desses desqualificados no poder formal, além de não estarem elas próprias entre aqueles. A não ser na situação instável em que a inteligência, a comunhão com a verdade ou sequer a competência técnica estão tão improváveis ou impotentes no meio da coletividade que não vão assumir posição de autoridade. Isso ajuda a explicar por que o Feudalismo durou mais de um milênio na Europa, e, um século depois do fim dele na Europa, outros sistemas políticos com a mesma miséria ainda existiam na Ásia e na África. E aqui, eu não digo que uma elite maligna deixou o povo pobre de espírito, alienado e analfabeto. Eu digo que a massa nesse nível de pobreza de espírito foi patrocinada pela elite da ocasião. Se eu disser que qualquer semianalfabeto fracassado pode ser da igreja estatal do Império Romano, eu não estou fazendo uma ofensa barata; eu estou dizendo algo que no fim do século XX ou neste século XXI, pode ser comprovado por pesquisa escolar ou por observação de campo em um país como o Brasil (e isso também não é uma caricatura).
Aí, caímos na mediocracia da esquerda recente. Eu passei pelo Feudalismo pra lembrar, mais uma vez, que a História não dá saltos. A esquerda maluca vem da esquerda intelectual, a esquerda intelectual tem sua herança no Catolicismo Romano e no Protestantismo (que tem sua raiz no Catolicismo Romano), a Igreja Católica da época salvou alguma coisa do Feudalismo. Na parte antes da esquerda inteligente, não posso me aprofundar porque essa é uma longa história. Mas hoje está cada vez mais claro, mesmo para pessoas com pequenez de intelecto, que o patrocínio da mediocridade tem um preço com dois aspectos. O primeiro é que não há vaga em posições destacadas para todos os espertalhões medíocres. O segundo é que pessoas medíocres em posições onde elas não deveriam estar podem encontrar outras pessoas como elas nessas posições ou acima delas.
Os negros e os não-héteros não seguiram a onda dos seus supostos representantes de esquerda. Os que eram bem-sucedidos ou apenas conseguiam ter uma vida razoável sendo pessoas ordeiras competentes não sentiam que ganhariam algo nessa onda. Os medíocres e os abaixo da mediocridade não tinham nem força nem voz pra encher o saco, e a esquerda da época não se interessava neles. Mas o Feminismo já existia na primeira metade do século XX. Se uma mulher não aderiu à militância feminista na Primeira Onda e na Segunda Onda, isso não foi porque ela tinha uma convicção cristã contrária, mas exatamente porque ela era muito pouco instruída e muito mal informada para saber a respeito, ou porque ela tinha um bom casamento; mas isso não tirou dessa mulher algo que o Feminismo poderia ter feito a favor dela. Sim, o Feminismo fez bem a quase todas as mulheres: as bonitas puderam fazer carreira com a beleza (ou conseguir um casamento), as feias tiveram os seus casamentos com mais liberdade para atormentar os seus maridos (isso ficou mais visível com as leis recentes), as que puderam conseguir bons empregos tiveram oportunidades, as que não puderam conseguir bons empregos tiveram seus maridos (ou rendas de ex-maridos), e assim por diante.
Na verdade, todo o apoio popular à mediocracia foi para favorecer as mulheres em geral, às vezes em especial as mulheres idosas. Tanto mulheres pensando em benefícios próprios (recentemente em vários países, em benefícios sociais próprios) quanto homens pensando nessas mulheres (algumas mulheres individualmente ou as mulheres em geral). O protesto contra a esquerda veio quando a porcaria ficou visível até para os alienados. Mas o problema maior é que, como eu estou tentando demonstrar, um novo sistema pode estar se desenhando cujo projeto pode eliminar milhões de pessoas.
9) Salvando as mulheres do sexo, como sempre... e pagando por isso
Eu estava dizendo antes que o Feminismo fez bem a quase todas as mulheres. As mulheres que o feminismo conservador e o feminismo de esquerda despreza ou ataca diretamente são as mulheres que são sexualmente ativas (por trabalho ou por gosto) ou que são apenas agradáveis aos homens no sentido físico ou comportamental. Para os homens e as mulheres feministas da esquerda recente, elas devem ser salvas do machismo; para os tradicionalistas, elas devem ser salvas do pecado; para ambos, talvez elas devam ser queimadas na fogueira como cabras expiatórias do plano de salvação.
Os conservadores apoiaram censura contra as mulheres profissionais do sexo e os conteúdos eróticos e sexuais. Eles já pregaram várias formas de censura à internet dizendo que as crianças podem encontrar (ou já encontram) pornografia bizarra com facilidade. Eles sempre lutaram contra a Educação Sexual nas escolas e já fizeram professores serem demitidos por tocar no assunto. Eles também sempre aceitaram com facilidade acusações falsas sem provas de crimes sexuais de homens contra mulheres e crianças. Quando a esquerda se mostrou mais louca já na política oficial de vários países relevantes, os conservadores de direita viram tudo isso ser usado contra eles mesmos. O "dicionário" que os conservadores tentam contornar nas redes sociais e no YouTube hoje ("dicionário" é o conjunto de palavras que dão sinal para análise de censor ou eliminação automatizada do conteúdo) começou pra salvar filho adolescente de mocreia puritana de ver corpo de mulher gostosa. Assim como os bloqueios da internet em nível nacional em alguns países (bloqueios políticos), que começaram com softwares para computadores domésticos para "controle dos pais". A direita conservadora ainda insiste em criar uma imagem mental no público que associa a esquerda em geral a sexo com crianças, mulheres que se fazem disponíveis aos homens ou à socialização das mulheres. Novamente, os homens conservadores lutam para proteger as mulheres e as crianças de perigos inexistentes. Mas nem isso a esquerda atual permite, porque, novamente, o seu adversário não é a direita conservadora, é o povo de verdade.
Até recentemente, as igrejas cristãs só demonstraram posição política pra seguir a onda da esquerda ou pra reprimir o sexo. Hoje, até temos alguns cristãos lendo os noticiários e vendo sinais do fim do mundo, mas confundindo o fim deles mesmos como ideia com o fim do mundo. A família tende à mediocridade (no sentido estatístico), mas se há um projeto contra a família, esse projeto é de um sistema sociopolítico sem participação da normalidade mental e moral das pessoas decentes.
Olá, meus amigos e minhxs inimigxs! Eu escrevi o texto "'Marriage strike' é pouco" em 2015[1] e vou dizer aqui uma coisa que eu não disse lá: evitar o casamento não é estratégia para enfrentar o esquerdismo ou o LGBT-Feminismo, é só uma demonstração de integração com a realidade física no ambiente próximo. Na verdade, o "marriage strike" é a reação a uma frustração com uma fantasia sobre o mundo que levou a encarar a realidade, uma fantasia conservadora de que a vida terrena é a vida rural de antes de meados do século XX; e daí vem o que os MGTOW, a Red Pill e a Real descobriram sobre leis draconianas e absurdos práticos em nome da defesa da mulher. E descontando a fantasia rural puritana que exagera a vida sexual das mulheres jovens bonitas do século XXI, eles podem ver e mostrar exemplos práticos de como as mulheres em idade fértil de hoje em dia não estão apenas inviáveis para casamento, elas vão de sem proveito até perigosas mesmo para um contato próximo. E isso tem a ver com o que eu vou abordar aqui.
Mesmo sendo um homem solteiro, você não vai escapar de ter contato com mulheres: como colegas de trabalho, como atendentes, como clientes, como vizinhas, como familiares,... E vamos nos lembrar que não são só aquelas mulheres que você comeria se elas dessem motivação e chance, o universo feminino também inclui mulheres feias e mulheres idosas, daquela geração que muitos homens antifeministas fantasiam como da era dourada. A tipicidade do universo feminino vai dar a experiência esperável do contato com essas mulheres.
Se você homem vai evitar até o sexo sem relacionamento estável, você deve se perguntar por que um homem sequer procura um casamento, ou sexo de uma noite com alguma mulher pinçada em algum evento com homens agressivos, barulho e banheiro sujo. Nem é questão de leis feministas, é a questão de o que alguma mulher tem a oferecer no geral. Ou mesmo sexualmente, porque uma mulher pode ser fisicamente deslumbrante e ser desanimadora no desempenho. Eu tive a experiência já em 2005, 2007, quando eu era adolescente e o meu corpo estava criando curvas, de um homem ficar com medo de ficar a sós comigo num lugar fechado ou sentado ao meu lado num ônibus; e eu sempre acalmava o homem me abrindo pra uma conversa agradável ou dizendo que ele podia me apalpar ou me comer mais tarde (e isso às vezes acontecia).
A minha série "A Sociedade dos Garotos"[2] tenta explicar alguns aspectos do universo feminino, do universo masculino educado pelo universo feminino e da sociedade em geral. Lá eu tento explicar como uma mulher comum parece conseguir o que quer na sociedade (qualquer época em qualquer lugar) e isso NÃO DEPENDE DE OFERTA SEXUAL. Mas ainda antes da série, em dezembro de 2010, eu lancei uma pista: o seu modelo de mulher é a sua mãe?[3]. Isso tudo explica até a própria linha aparentemente conservadora das comunidades masculinas antifeministas[4], e por que essas comunidades mesmas são recentes, têm maioria abaixo dos 40 anos hoje e fazem denúncias tardias sobre a legislação, sobre os cavaleiros brancos[5] e sobre o universo feminino; e por que as críticas ao universo feminino só vêem as mulheres jovens bonitas com boa escolaridade das cidades grandes da Europa e das Américas, misturando defeitos reais com fantasias exageradas da vida sexual delas.
A "greve de casamentos" ou a "desistência da sociedade" seriam pouca coisa até para combater o LGBT-Feminismo. E o problema nem é o Feminismo atual, é as raízes que eu abordo, por exemplo, naquela série "A Sociedade dos Garotos". Essas raízes existiam no começo do próprio Feminismo, na Primeira Onda de mais de 100 anos que era conservadora. Então, enquanto as mulheres não apresentarem uma diferença que justifica a distinção entre homens e mulheres, nós precisamos praticar aquela igualdade entre homens e mulheres que a militância feminista diz ter conseguido. Essa igualdade LGBT-feminista, por sinal, beneficia até o homem que alardeia ser mulher, vulgo "mulher trans"[6]. O reconhecimento de que mulheres e homens são iguais no sentido de possibilidade de erros profissionais e morais veio contra o desejo do próprio movimento, com as sandices de mulheres reais que o movimento patrocinou (ou foi um "matrocínio"?). Então, quando uma mulher errar, que ela seja tratada como um homem ou como ela faria se as posições fossem trocadas, incluindo as medidas jurídicas cabíveis. No caso das mulheres idosas, ainda há as leis a favor das pessoas idosas que, na verdade, foram feitas para as mulheres idosas e as mulheres medíocres quando forem idosas (isso é um bom assunto para outro texto). Aliás, se uma mulher que não seja melhor que a regra geral for tratada como homem, ela já está no lucro.
1) "Torcedora argentina que fez topless na final da Copa do Mundo não é vista desde que foi retirada do estádio Lusail" (Page Not Found, Extra, 19 de dezembro de 2022)[01]
Por: Fernando Moreira em 19/12/22 16:47
Torcedora argentina faz topless na final da Copa contra a França no estádio Lusail Foto: Reprodução
Uma torcedora argentina que fez topless na final da Copa do Mundo não é vista desde que foi retirada do estádio Lusail, em Doha (Catar), no domingo (18/12), por seguranças.
De acordo com o "Sun", a torcedora violou gravemente as rígidas leis de vestimenta do país do Oriente Médio, ao celebrar o pênalti convertido por Gonzalo Montiel, que decretou o título argentino. Ela cobria os mamilos com bandeiras argentinas pintadas.
"A única maneira pela qual a mulher poderia evitar a prisão é se um juiz mostrasse misericórdia e a punisse com uma multa pesada", escreveu o diário britânico".
Torcedora argentina faz topless na final da Copa contra a França no estádio Lusail Foto: Reprodução
Nos estádios que receberam jogos do Mundial havia agentes do governo infiltrados para coibir exageros dos torcedores, de acordo com a mídia que cobriu o evento. Uma das imagens da torcedora divulgada em redes sociais mostra que ele estava sendo observada por pelo menos um homem dentro do campo.
"Eu a vi, muito corajosa! Ela vai ser presa se não tomar cuidado", disse um compatriota.
Imagens no Twitter mostraram que duas torcedoras fizeram topless, mas não há informações sobre o que aconteceu com a segunda argentina:
Argentinas fazem topless no Lusail Foto: Reprodução/Twitter
De acordo com a imprensa argentina, as duas foram identificadas como Milu e Noe. A última fez uma postagem no Instagram após o jogo afirmando que "os campeões comemoram como quiser". Já Milu, que seria a detida, não posta na rede social desde um registro na arquibancada durante o jogo contra a França.
2) "Torcedora argentina deixa Catar após polêmico topless na final da Copa" (iG Esporte, 20 de dezembro de 2022)[02]
Transmissão de TV flagrou a cena enquanto mostrava a torcida comemorando o título da Albiceleste nas arquibancadas do Lusail Stadium
Em postagem feita por meio dos stories do Instagram, a torcedora argentina publicou uma mensagem se despedindo do país que sediou a Copa do Mundo 2022.
"Minha primeira Copa do Mundo e saio coroada com a taça. Agora nos vemos na Disney. Catar obrigado por tudo", escreveu.
Milu ainda aproveitou e mandou um recado para a amiga, que também fez topless nas arquibancadas do Lusail.
"Literalmente a melhor viagem de nossas vidas de longe! Um mês que não faltou nada".
ENTENDA A POLÊMICA
Desafiando as rígidas leis do Catar, a torcedora tirou a camisa e mostrou os seios após Gonzalo Montiel marcar o pênalti decisivo que coroou o título. No código de vestimenta era recomendado "cobrir a barriga e os ombros, além de usar saias, vestidos e calças para cobrir os joelhos". Roupas justas e decotes eram desencorajados.
3) "Irã: jogador de futebol pode ser enforcado após defender direitos das mulheres no país durante protesto" (Page Not Found, Extra, 12 de dezembro de 2022)[03]
Por: Fernando Moreira em 12/12/22 20:03
Amir Nasr-Azadani Foto: Reprodução/Instagram
O jogador de futebol iraniano Amir Nasr-Azadani, de 26 anos, pode ser executado por fazer campanha pelos direitos das mulheres no seu país.
O sindicato dos jogadores de futebol do Irã (FIFPRO), organização representativa mundial de 65.000 jogadores profissionais, postou no Twitter na noite desta segunda-feira (12/12):
"A FIFPRO está chocada e enojada com os relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdade básica em seu país. Somos solidários com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição."
De acordo com a IranWire, o sistema judicial da República Islâmica planeja enforcar o zagueiro pela morte do coronel Esmaeil Cheraghi e dois membros do Basij (oficialmente Nirouye Moqavemate Basij), uma milícia paramilitar voluntária fundada por ordem de aiatolá Khomeini em novembro de 1979, após a Revolução Islâmica.
Atualmente, o Irã enfrenta protestos em todo o país que foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial em setembro. Mahsa, que tinha 22 anos, teria sido detido pela polícia por supostamente violar as estritas regras sobre coberturas para a cabeça.
Mahsa Amini Foto: Reprodução
De acordo com a IranWire, Nasr-Azadani e outros dois acusados apareceram na televisão estatal em 20 de novembro, quando leram uma confissão "forçada". A IranWire acrescentou que estava ciente de que Nasr-Azadani, que anteriormente já atuou pelos times Rah-Ahan, Tractor e Gol-e Rayhan, no Irã, estava presente nos protestos.
No entanto, aelga-se que ele nunca esteve perto da área onde Cheraghi e os dois membros do Basij foram mortos. Uma fonte acrescentou que o seu envolvimento nos protestos se limitou a entoar palavras de ordem por algumas horas.
A seleção iraniana, que participava na Copa do Mundo no Catar, também fez o seu próprio protesto, ao se recusar a cantar o hino nacional antes do confronto de estreia contra a Inglaterra, no dia 21 de novembro. Sob ameaça de prisão e violência contra familiares, os atletas cantaram o hino nos jogos seguintes.
Aos rapazes antifeministas que dizem "rejeite a modernidade", eu respondo: rejeite a Idade Média. Aqui eu vou tentar fazer uma análise sociopolítica que inclui o Islamismo, mas é principalmente sobre o anticristianismo nos países decentes. Por sinal, você pode ver um texto jornalístico chamando algum grupo ou governo muçulmano de "conservador" quando faz absurdos contra mulheres ou homossexuais. O texto deve sair um pouco longo porque eu mesma estou organizando os dados e as ideias, mas eu vou usar o princípio de que duas coisas contrárias não podem acontecer no mesmo lugar ao mesmo tempo.
Em maio de 2010, então com 19 anos, eu escrevi isto[04]:
O Brasil e outros países de brancos ou colonizados pelos brancos têm preconceito contra os ateus? Têm, até hoje. Têm preconceito contra mulheres sexualmente livres? Têm, até hoje. Mas eu ainda consigo escrever meus blogs pregando o ateísmo e a safadeza, com umas fotos de safadeza. Na Arábia, no Egito, na China eu já estaria presa ou morta.
A liberdade que aquela moça pensava que tinha de fazer topless no Oriente Médio, ela mal tem na Argentina de onde ela veio. Há uns 2 anos, o povo de lá estava na "cuareterna", como eles chamavam, sob ameaça de perder a carteira de motorista se saísse de casa no próprio carro sem um "bom motivo".[05] E todo o ataque contra as liberdades, contra a economia e contra a saúde mental da população não funcionaram nem contra o motivo alegado, que foi parar a gripe chinesa.[06] Isso foi admitido pela própria mídia tradicional brasileira empenhada em atacar a "gestão da pandemia" do presidente Jair Bolsonaro. Eu pego este cenário extremo para fazer uma ligação, que eu vou deixar mais clara depois, entre liberdades fundamentais e liberdade sexual, ou algo relacionado sem sexo envolvido, como neste caso e nos outros casos que eu vou abordar depois. Ops! Me lembrei agora, falando em sexo, Argentina e panicodemia, de dois casos de setembro de 2020 que eu já abordei[07]. O primeiro caso: o deputado Juan Ameri teve de renunciar ao cargo porque estava em sessão remota da Câmara dos Deputados e beijou um seio da esposa.[08] O segundo caso: "profissionais do sexo protestam contra violência policial na Argentina"[09]; ou, como diz o título da matéria do La Nación de novembro de 2020, "profissionais do sexo denunciam assédio policial durante a pandemia"[10].
Os piores países em Direitos Humanos são os mesmos que mais reprimem a prostituição e a pornografia (China e países islâmicos).
E aí nós vemos o caso do jogador Amir Nasr-Azadani. Ele foi lá defender os direitos das mulheres? Ele não errou tanto, mesmo se todo esse rebuliço for para as garotas muçulmanas saírem pra rua como as biscates do Brasil (nem toda mulher brasileira em idade fértil usa roupas contra a modéstia frequentemente). Mas nós vemos agora que os direitos dos homens não vão tão bem assim.
Mas você percebeu que nós vemos um homem defendendo valores feministas no Oriente Médio, mas o caso da moça que foi detida por um topless não foi comentado por nenhuma mulher lesbofeminista? Você pode pesquisar no Google ou no Duck Duck Go como eu fiz, você não deve achar nada. Mas antes de compartilhar o que eu achei, eu ainda preciso trazer outros dois casos no Oriente Médio.
"Musa da Copa do Mundo, modelo croata é banida de estádios".[12] "A modelo croata, Ivana Knoll, é considerada a musa da Copa do Mundo do Catar. Porém, ela terá que acompanhar o restante da competição longe das arquibancadas. Isso porque ela foi banida dos estádios do país acusada de 'atentar contra os costumes locais'."
Este outro caso é de antes da Copa do Mundo 2022 (a notícia é de fevereiro) e a moça é do Afeganistão: "Estrela pornô usa hijab em filmes e é ameaçada de morte pelo Talibã"[13]. "A estrela pornô Yasmeena Ali usa o hijab (conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica) em seus filmes pornô, como Mia Khalifa fez no passado, e diz que os combatentes do Talibã lhe enviam ameaças de morte por causa de seu trabalho sexual." Vou destacar uma fala dela em uma entrevista:
Estou completamente bem em usá-lo para pornografia. Isso faz uma declaração e quando você vê uma mulher fazendo sexo em um hijab, isso quebra um tabu. É algo que você não deveria fazer e cria um diálogo e eu sou a favor disso. Nos anos 80 e 90 havia muito pornô com freiras, isso cria uma conversa e é isso que estou fazendo.
Yasmeena, entendeu agora por que "abrir o diálogo" essencialmente só funciona contra o Cristianismo? É porque o Cristianismo atual é um resto da igreja estatal romana que sobrou da Revolução Francesa, um resto colado e sustentado por tradição das classes altas e analfabetismo das classes baixas; e não por acaso, nenhum país que já não era do antigo Império Romano do Ocidente ou ex-colônia destes países se tornou cristão depois. Nós podemos dizer que isso mostra que o Deus cristão não existe. Mas se Alá também não existe, por que "abrir o diálogo" sobre o Islamismo pode dar até morte? Porque politicamente, Alá existe. Ah, e pessoas que nasceram em um país cristão e vivem nele ainda podem criticar as ideias cristãs e as igrejas cristãs, como eu faço hoje no país mais católico do mundo; mesmo que isso não venha da essência da Igreja Católica Apostólica Romana, mas da sua derrota. Mas quem nasceu em um país muçulmano ou de maioria muçulmana só consegue contato com valores superiores à cultura islâmica recebendo algo de fora, e não é incomum que a pessoa precise sair dos países islâmicos para poder aprender a ter uma vida humana. E o Islamismo só existe politicamente no Oriente Médio porque o anticristianismo existe politicamente na Europa e nas Américas. E aí está o ponto.
Enquanto eu pesquisava sobre os casos que eu contei até aqui, eu descobri isto:
1) Os resultados da busca no Google sobre a mulher detida pelo topless no estádio no Catar não dão nenhuma página feminista, pelo menos nos primeiros 50.
2) Nenhuma página feminista apareceu nos resultados da busca no Google sobre a condenação do jogador Amir Nasr-Azadani. Bom, isso não é tão estranho, porque lésbicas não aceitam homens apoiando o movimento delas.
3) Todas essas matérias que eu citei até aqui e as outras matérias que eu vou citar são de páginas da imprensa geral, e nenhuma delas é de alguma das seções dedicadas ao LGBT-Feminismo. Algumas vêm de seções como a Page Not Found do Fernando Moreira, que é dedicada, como diz o próprio autor, ao "inusitado, curioso, bizarro".
4) Nos artigos relacionados àquele sobre o jogador iraniano condenado por defender os direitos das mulheres, há uma denúncia que parece que a militância LGBT-feminista não comentou: "Forças do Irã estão mirando nas partes genitais e nos seios de ativistas nas ruas, denunciam médicos"[14].
5) Na onda de protestos, o governo do Irã já prometeu acabar com a Polícia da Moralidade. Este é o apelido da Gasht-e-Ershad, que ao pé da letra é "patrulha de orientação". Eu fui pesquisar o termo "Polícia da Moralidade", que eu vi neste artigo que eu citei no item anterior, e descobri um artigo da Deutsche Welle.[15]
6) Enquanto eu estava no artigo da Deutsche Welle que eu citei no item anterior, eu rolei a página por curiosidade e descobri pelos menus laterais o artigo "Como ser um pop star politicamente correto"[16]. Não é crítica e nem piada. Você que sabe de onde vem o termo "politicamente correto" sabe que é da ditadura sino-soviética. Aí eu leio o artigo e descubro que a Britney Spears apoiou aquela onda de protestos no Irã no seu perfil no Twitter. E segundo o artigo, isso é um exemplo de ser uma celebridade politicamente correta (e isso é bom). E quando a autora do artigo comenta sobre esse tuíte, ela dá um atalho para outro artigo, "Por que o Irã quer cancelar Britney Spears"[17]. A acusação do governo do Irã, como diz o artigo, é que ela e outras celebridades que apoiam os protestos estão divulgando "fake news". Se a Britney Spears fizesse um tuíte sobre os efeitos adversos da vaChina ou as atrocidades da fraudemia, ela seria cancelada e acusada de espalhar "fake news" na própria democracia onde ela vive, além de não ser uma celebridade politicamente correta.
7) Agora eu volto ao caso que alegrou o público masculino hétero: o UOL publicou a matéria "Argentinas viralizam após fazer topless para comemorar título da Copa; veja"[18], mas mesmo dizendo que elas conseguiram sair do Catar, a matéria não menciona o dissabor que aconteceu.
8) Aquele caso do deputado argentino acusado de "ato erótico"[19] foi o único em que eu achei um resultado de busca em páginas de esquerda: no Diário do Centro do Mundo[20], com atalho para a fonte no portal Metro World News Brasil. Mas no fim da matéria no Diário do Centro do Mundo, o colunista reproduz uma postagem no Twitter da jornalista Maria Laura Assis[21], que é conservadora. Alguns conservadores brasileiros destacaram que o deputado é da base do presidente Alberto Fernández, que é de esquerda, e associaram o caso com isso.
O pior do puritanismo ou de algo equivalente para religiões não-cristãs pode conviver com o Feminismo. Desde 2010, eu passo por acaso por portais de notícias ou perfis de amigos em redes sociais e descubro casos de atrizes pornôs e mulheres que posaram para a Playboy que foram assassinadas ou estupradas, mas nenhuma mulher feminista comentou.
O que teve o nome de Revolução Sexual terminou não indo além de uma briga entre mulheres frígidas exibicionistas, mulheres profissionais do sexo e vacas da população geral que usam os bons costumes como outro nome para a inveja dessas outras. Os homens não têm interesse em combater mulheres que, digamos, querem mostrar sua beleza, a não ser que sejam muito revoltados com seus próprios corpos feios. Portanto, não faz sentido chamar de "machismo" a detenção de uma mulher que mostra os seios num jogo de futebol ou apenas o rosto e o cabelo.
Todo esse rebuliço acontecendo em 2022 no Oriente Médio que eu mostrei aqui, incluindo o caso da Yasmeena Ali, e se fosse no Brasil? No Brasil de 2022, segundo a esquerda, teocracia era o presidente Jair Bolsonaro se declarar cristão e nomear pastores para cargos ministeriais, mais a existência de congressistas eleitos que se declaram cristãos.
Pela minha longa experiência (aos 31 anos), eu sei o risco que eu corro para ter e dar uma vida heterossexual gostosa sem casamento no Brasil do século XXI. Assim, fico chateada quando a liberdade e a liberação sexual heterossexual feminina são substituídas pela vaidade exibicionista de mulheres com alguma atratividade física, e esse exibicionismo é usado como símbolo contra o que ainda há de bom no tal Ocidente. Ou quando a repressão até contra isso é varrida pra debaixo do tapete também por quem luta contra o que ainda há de bom no tal Ocidente. E o que há de bom inclui a oportunidade de ver "mulher pelada" gostosa pelo menos pela internet e a possibilidade sociopolítica real de compartilhar e encontrar coisas sobre qualidade de vida neste mundo físico.
Argentinas viralizam após fazer topless para comemorar título da Copa; veja
Do UOL, em São Paulo
20/12/2022 16h17
Duas torcedoras argentinas desafiaram as orientações do Qatar e fizeram topless ainda no Estádio Lusail, palco da final da Copa do Mundo 2022, para celebrar o título da seleção sul-americana (veja mais abaixo).
As torcedoras são conhecidas como "Noe Dreams" e "Milu Barbie" nas redes sociais e viralizam depois da cena. Até o momento, as garotas estão com mais de 50 mil seguidores no Instagram.
"Dedico esta bandeira a vocês meus amigos, familiares e toda a população de Quilmes, que sempre me apoia com mensagens e palavras tão lindas. Toda a minha vida está em Quilmes... tenho orgulho de ter nascido na cidade da cerveja. Observação: quem é campeão mundial comemora como quer", afirmou uma das argentinas que fez topless.
Aparentemente, as argentinas já deixaram o Qatar. Uma deles postou nas redes sociais passeando pelas ruas de Madri.
No Qatar, país de maioria muçulmana, as mulheres precisam de autorizações masculinas para tomar decisões importantes, como casar, viajar e estudar. Até por isso, o ideal para as mulheres é cobrir os ombros e joelhos em público.
Forças do Irã estão mirando nas partes genitais e nos seios de ativistas nas ruas, denunciam médicos
Por: Fernando Moreira em 09/12/22 03:30
Mulheres marcham durante protesto em Teerã Foto: AFP
As forças de segurança do Irã estão alvejando mulheres em protestos contra o regime teocrático do país com tiros de espingarda nos seus rostos, nos seios e nos órgãos genitais, de acordo com entrevistas com médicos em todo o país feitas pelo jornal britânico "The Guardian".
Médicos e enfermeiras – tratando os manifestantes em segredo para evitar a prisão – disseram que observaram a prática pela primeira vez depois de perceber que as mulheres costumavam chegar com ferimentos diferentes dos homens, que mais comumente tinham projéteis de espingarda nas pernas, nas nádegas e nas costas.
Embora um blecaute na internet tenha ocultado grande parte da sangrenta repressão aos manifestantes, fotos fornecidas por médicos ao "Guardian" mostraram ferimentos por todo o corpo causados pelos chamados "birdshot" (projéteis que espalham pequenas esferas), que as forças de segurança dispararam contra as pessoas à queima-roupa. Algumas das fotos mostravam pessoas com dezenas de minúsculas esferas alojadas no fundo da carne.
'Birdshot': tipo de projétil que está sendo usado contra manifestantes no Irã Foto: Reprodução
O jornal conversou com dez profissionais da área médica que alertaram sobre a gravidade dos ferimentos que podem deixar centenas de jovens iranianos com danos permanentes. Tiros nos olhos de mulheres, homens e crianças eram particularmente comuns, disseram eles.
Um médico da província central de Isfahan disse acreditar que as autoridades estavam atacando homens e mulheres de maneiras diferentes "porque queriam destruir a beleza dessas mulheres".
"Tratei uma mulher de 20 e poucos anos, que foi baleada nos órgãos genitais por dois projéteis. Dez outros projéteis estavam alojados na parte interna de sua coxa. Essas 10 pílulas foram facilmente removidas, mas essas duas pílulas foram um desafio porque estavam presas entre a uretra e a abertura vaginal", disse o médico. "Havia um sério risco de infecção vaginal, então pedi para ela ir a um ginecologista de confiança. Ela disse que estava protestando quando um grupo de cerca de 10 agentes de segurança circulou e atirou nos seus órgãos genitais e nas coxas", completou ele.
Traumatizado com a experiência, o médico, sob anonimato, disse ter tido dificuldade em lidar com o estresse e a dor que presenciou.
"Ela poderia ter sido minha própria filha", desabafou.
Mahsa Amini em coma Foto: Reprodução
Mahsa Amini Foto: Reprodução
Os protestos começaram depois da morte de Jina Mahsa Amini. Em 13 de setembro, a jovem foi presa pela Polícia da Moralidade supostamente por usar um "traje não islâmico". Com sinais claros de espancamento, a iraniana chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu. No seu epitáfio está escrito: "Querida Jina, você não está morta. Seu nome será um símbolo." E assim foi: protestos eclodiram por várias regiões do Irã. Muitas mulheres queimaram os seus véus em público. Nesta semana, o regime de Teerã anunciou a execução do primeiro condenado pelas manifestações. Por outro lado, o governo disse que daria um fim à Polícia da Moralidade.
"Mohsen Shekari, um desordeiro que bloqueou a avenida Sattar Khan em Teerã em 25 de setembro e feriu um basich (membro de força paramilitar) com um facão, foi executado na manhã de quinta-feira (8/12)", afirma o site da agência de notícias do Poder Judiciário.
Autoridades iranianas, que denunciam as manifestações como "distúrbios", acusam com frequência os EUA e seus aliados ocidentais, assim como grupos curdos no exterior, de estimular o movimento oposicionista.
Desde setembro, cerca de 500 mulheres já foram mortas e outras 1.800 acabaram presas durante as manifestações no Irã.
As mulheres iranianas foram eleitas pela revista americana "Time" como "Heroínas do Ano".
Estrela pornô usa hijab em filmes e é ameaçada de morte pelo Talibã
A atriz pornô Yasmeena Ali, de 28 anos
Imagem: Reprodução/Instagram
Colaboração para Splash, em São Paulo
08/02/2022 10h28
A estrela pornô Yasmeena Ali usa o hijab (conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica) em seus filmes pornô, como Mia Khalifa fez no passado, e diz que os combatentes do Talibã lhe enviam ameaças de morte por causa de seu trabalho sexual.
"Recebo muito ódio dos homens afegãos. Muitas pessoas seriam afetadas por isso, mas eu não sou. Mensagens como: 'Como você se atreve a envergonhar o Islã e o Afeganistão'; 'Espero que você morra'; e eles dizem que estou vendendo meu corpo como um cachorro", disse a jovem de 28 anos ao Daily Star.
Yasmeena Ali trabalha com pornografia desde 2016, depois de fugir de um casamento arranjado. Na época, ela estudava ciências biomédicas e, em vez de se casar, deixou o lar e o Islã para trás.
"Eles dizem as coisas mais loucas e são tantas mensagens que não consigo lidar com todas. Às vezes eu apenas respondo 'eu também te amo' e eles odeiam isso. Acho muito divertido. Eles não gostam porque esperam que eu diga que estou com medo, mas não tenho nada a temer. Sempre fui uma lutadora", comentou.
Apesar de abandonar o Islã para se tornar ateia na adolescência, Yasmeena agora usa o hijab enquanto filma conteúdo adulto explícito.
"Estou completamente bem em usá-lo para pornografia. Isso faz uma declaração e quando você vê uma mulher fazendo sexo em um hijab, isso quebra um tabu. É algo que você não deveria fazer e cria um diálogo e eu sou a favor disso. Nos anos 80 e 90 havia muito pornô com freiras, isso cria uma conversa e é isso que estou fazendo", completou.
Ali se mudou para o Reino Unido aos 19 anos, depois que o Talibã ganhou o controle do Afeganistão na década de 1990.
Yasmeena também explicou como seu primeiro orgasmo desencadeou seu despertar sexual - a levando a uma carreira no pornô. A ativista sexual disse que está orgulhosa de quão longe chegou a garotinha assustada que foi proibida de estudar no Afeganistão.