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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

LGBT-Feminismo primeiro, Conservadorismo atrás, adolescência depois, sexo sabe Deus quando

Abigail Pereira Aranha

1) Introdução

Foi bom eu ter demorado para comentar sobre a campanha de abstinência sexual da pastora-ministra Damares Alves, porque aconteceram mais algumas coisas que mostraram por que essa campanha "Tudo Tem Seu Tempo" foi um tiro no pé. Eu vou trazer aqui rapidamente algumas notas e vou comentar o conjunto depois. Entre os pontos, a própria campanha como comentada pelo jornal esquerdista Brasil de Fato; e uma palestra da travesti ativista LGBT Amanda Palha, da qual alguns trechos circularam fora de contexto entre os conservadores (o trecho que "prova" que o Movimento LGBT é contra a família, nos primeiros um minuto e meio).

2) Ponto 1: "Damares Alves tenta impor doutrina em campanha por abstinência sexual" (Brasil de Fato[01], trechos)

Para pastor, medida não é eficaz nem mesmo entre evangélicos

Lançada essa semana pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, a campanha "Tudo tem seu tempo: adolescência primeiro, gravidez depois" tem o estímulo à abstinência sexual como principal política de prevenção da gravidez precoce. A iniciativa, no entanto, é vista como problemática por especialistas em saúde, por mulheres e até por evangélicos.

Ao custo de R$ 3,5 milhões, a campanha terá como foco adolescentes de duas faixas etárias, de 15 a 19 anos e abaixo de 15 anos. A iniciativa também não menciona o uso de camisinha ou de qualquer método contraceptivo. A ideia é promover o que a ministra chamou de "reflexão".

Pastor da Igreja de Deus desde 1994, Alexandre Gonçalves (...) considera que o projeto erra "por um ponto de vista muito simples" e ressalta que a abstinência sexual tem pouca adesão mesmo entre convertidos e frequentadores da igreja.

3) Ponto 2: "O movimento LGBT e o fim da família" (Amanda Palha, Seminário Internacional "Democracia em colapso?"[02], trechos)

[00:07 a 00:38] Quando dizem pra gente "ah, o Movimento LGBT quer acabar com a família, o Movimento LGBT é um movimento promíscuo, que defende o sexo desregrado", a gente entrou numa lombra dos anos 90 de se colocar numa posição defensiva de dizer "não, não, a gente não quer destruir família nenhuma, não, a gente só quer amar". Ou "não, não, a gente não tem nada a ver com promiscuidade, não, a gente até casa, a gente até tem filhos, a gente até constitui família". E isso é de um retrocesso político violento.

[00:48 a 01:34] Então, cabe a radicalização nossa também de afirmar com todas as letras o que é uma estratégia política crítica antissistêmica. "Ah, porque vocês querem destruir a família". Sim. [Risos e aplausos na plateia] Queremos. E se a gente não quer, não vai ser ameaça. E se a gente não é capaz de perceber isso, a direita faz questão de corrigir nossa burrice, porque eles falam isso pra gente. Essa retórica da direita é a direita dizendo "vocês só são ameaça se quiserem mexer na família"; "vocês só são ameaça se quiserem desregrar o sexo, se quiserem desnormatizar o desejo"; "vocês só são ameaça se mexem nisso daqui". E a gente vai dizer o quê? Então a gente não quer ser ameaça?

[03:15 a 03:38] Agora, como trabalhar o processo de fazer... de tornar nítido, por exemplo, que essas vinculações de cumplicidade e apoio mútuo não são sinônimos de família? Família é outra coisa. De que... dizer que a gente quer o fim da família não quer dizer que a gente quer o fim do afeto, ou das vinculações de autocuidado. Né? De que a discussão é outra. Construir esse caminho é um outro processo.

[06:28 a 07:02] Entender que... essa organização familiar diz respeito à manutenção da ordem social significa que a gente vai olhar pra um desejo subsumido às relações sociais mais macro. Significa que a gente está olhando pra um desejo, e pra um corpo, subsumido no sentido que eles não... eles deixam de existir para nós. O nosso desejo não existe pra nós, ele não é constituído pra gozo pessoal. Nosso desejo é constituído pra manutenção de uma ordem social, pra sermos esposas e maridos, pra sermos produtoras e reprodutoras da força de trabalho. Nosso desejo existe pra isso.

4) Ponto 3: "Prefeitura do Recife convoca Gretchen para a campanha de combate ao assédio durante o Carnaval 2020" (Prefeitura do Recife[03], trechos)

"Lança tua braba, mulher, e faz o que quiser" é o recado que Gretchen, a rainha da Internet e do rebolado, traz para o Carnaval do Recife. A gíria "lança tua braba", que saiu das ruas e ganhou as redes, pode se traduzir em "mostra tua atitude". A cantora é a protagonista da quinta edição do Pequeno Manual Prático de Como Não Ser um Babaca no Carnaval, a campanha da Prefeitura do Recife (PCR) voltada para o combate ao assédio contra as mulheres nos dias de folia. A versão "Conga la Conga" do guia chega, primeiro, em formato de videoclipe e foi lançada, nas redes sociais da PCR, nesta quinta-feira (13).

(...) Além das versões impressa (para distribuição na Central do Carnaval) e digital (para compartilhamento em redes sociais), o manual conta com videoclipe, spot para rádio, conteúdo para WhatsApp, gifs e memes. Conhecido internacionalmente, o Pequeno Manual de Como Não Ser um Babaca no Carnaval faz parte ainda dos Kits do Folião, entregues pela Secretaria municipal de Turismo e Lazer aos turistas que chegarão para a folia de Momo.

5) Pequeno Manual Prático de Como Não Ser um Babaca no Carnaval - Versão Conga La Conga (Prefeitura do Recife[04])

A braba tá lançada

-

(Lança a tua braba, mulher)

Amadas, eu tô contando com vocês,

todas as minas, manas e monas.

Aqui, babaca não têm vez.

-

Não puxe o braço da mina, não encoste com malícia.

Assédio é crime boy, é caso de polícia.

Shortinho, top, eu vou me produzir,

nenhum babaca vai dizer o que eu vou vestir.

-

Lança a tua braba, mulher,

e faz o que quiser.

Baila la conga, poderosa.

Lança a tua braba, mulher,

e faz o que quiser.

-

Eu bebo o quanto quero,

eu vou até o chão.

E você ficar na sua,

não tô facinha, não.

Não força babaca,

eu beijo quem eu quero

E se insistir,

eu ligo 180.

-

Lança a tua braba, mulher,

e faz o que quiser.

Lança a tua braba, mulher,

e faz o que quiser.

Baila la conga, rainha.

-

Não vem com preconceito

nem paga de machão.

Eu exijo respeito,

se eu digo não, é não.

Curtiu o meu rebolado,

então não fala nada.

Se eu te quiser, eu pego,

mas não quero babaca.

-

Lança a tua braba, mulher,

e faz o que quiser.

Eles que lutem, bebê!

6) Juntando tudo

A campanha da pastora-ministra Damares Alves mostra que ela e quem apoia o projeto estão com a cabeça em um mundo paralelo. Primeiro, um mundo onde isso daria certo. Projeto de aulas de abstinência sexual na escola pública já foi feito nos Estados Unidos e não deu certo. Segundo, um mundo muito sexualizado. Já volto a este ponto. Terceiro, um mundo onde é necessária uma campanha de abstinência sexual para pré-adolescentes. Sim, eu li isso em comentários no Facebook.

"Adolescência primeiro, gravidez depois" é uma frase de uma boçalidade imensa por dois motivos. O primeiro é que a gravidez não pode acontecer antes da puberdade. Portanto, mesmo como frase de efeito é um desastre. O segundo motivo é que a frase chegou tarde: a bisavó do entusiasta da campanha, que já era casada e mãe de dois filhos aos 16 anos, já morreu.

Quanto à suposta sexualização da sociedade, se for verdade que vemos muito sexo na televisão, no cinema, nas músicas, nas propagandas, isso é prova do contrário da tese. Um produto não é vendido quando é amplamente disponível. No caso do sexo, você até pode ser um homem que tem contato diário com alguma mulher "gostosa", mas não vai ter sexo uma vez por semana nem com a própria esposa. Se esse exemplo não convence, vamos voltar àquela notícia da campanha contra "o assédio" (a mulher por homem) da Prefeitura de Recife. Melhor: vamos à letra da musiquinha. Uma mulher está rebolando de shortinho debaixo do seu nariz, mas se você tocar ou puxar conversa, vai preso; e isso no Carnaval. Aí temos dois problemas: 1) Quanta vida sexual ou mesmo contato amigável homem-mulher acontece no dia-a-dia? 2) Quais seriam os sinais de uma mulher de que ela "quer" um homem e ele pode se aproximar com segurança?

E em vídeos de homens antifeministas no YouTube sobre a Gretchen nessa campanha contra "o assédio" (a mulher por homem), alguns homens antifeministas lembraram nos comentários que ela foi "atriz pornô". Ela fez um filme com a Brasileirinhas e quem viu sabe que foi o pior filme da história do cinema pornô brasileiro. Eu até tenho o filme, mas não compartilho com vocês que não viram para vocês não compartilharem o desgosto.

Aí vem a pastora Ministra da Mulher fazer uma campanha para os irmãos mais novos da geração de jovens que faz menos sexo que os pais e os avós quando tinham a mesma idade (este estudo estadunidense, ela não viu)[05] para eles resistirem à carne e praticarem a abstinência. Não digo pra ela tomar no cu porque a... vizinha da frente ainda não ganhou "XP"[06] pra avançar no jogo.

Mas ainda temos um outro aspecto em que os conservadores têm uma cabeça em um mundo paralelo, e por isso eu trouxe o vídeo da palestra do travesti ativista LGBT: eles têm uma imagem errada dos próprios adversários, imagem vinda dos próprios preconceitos ou produzida para consumo interno. O vídeo em questão tem quase 20 minutos, o recorte que circula entre a direita conservadora cristã foi feito nos primeiros um minuto e meio. Depois disso, a palestra é um bocado de verborreia de esquerda, mas tem um pouco de coisas boas, que foi o que eu selecionei lá atrás. Eu estava começando a me sentir de esquerda, vi uma outra palestra da Amanda Palha no mesmo seminário, "A política da não-monogamia"[07]:

[02:05 a 02:18] E como que eu questiono a monogamia, então? É só eu me colocar como mercadoria, sair dando pra todo mundo, consumindo todo mundo, que afinal das contas isso é revolucionário pra caralho? Isso é muito fácil de fazer. Só que isso não é questionador da ordem, isso é a própria ordem que coloca essa dinâmica relacionamental pra gente.

É fácil o caralho! Nos meus 15, 16 anos, eu já sabia por experiência como era entrar escondido no banheiro masculino da escola, dar pra homem casado, convencer um amigo dos meus pais ou dos meus irmãos a me comer; e esconder as aventuras do pai e dos irmãos até uma hora boa pra contar tudo (ou melhor, um pouquinho). Mas se uma mulher ter uma vida licenciosa não é algo "questionador da ordem", por que isso é mal visto e às vezes criminalizado? Aqui nós vemos que a esquerda atual também tem o que chama de "alienação".

Para os que insistem que o LGBT-Feminismo incentiva a liberação sexual, especialmente a heterossexual feminina, o movimento... faz questão de corrigir a nossa burrice. Essa é a nossa sorte. O grupo conservador que apoia o governo Jair Bolsonaro e o próprio governo só não caem pelos próprios erros (teóricos e práticos) porque a oposição ao governo Jair Bolsonaro não tem méritos morais, intelectuais, judiciais e psiquiátricos para tomar o lugar dele. Da parte da campanha pró-abstinência da pastora-ministra Damares Alves, das críticas razoáveis da esquerda à campanha (vou pular as críticas estúpidas) e da campanha paralela LGBT-feminista, eu vou fazer uma seleção de coisas que eu disse anos antes e que parecem se confirmar. Os liberais e os conservadores insistem em catar qualquer pessoa (principalmente mulher) que pareça boa garota-propaganda dos seus próprios discursos prontos, enquanto ignoram ou atacam pessoas que também apoiam o governo Jair Bolsonaro e poderiam trazer boas contribuições intelectuais ou práticas ao grupo de apoiadores do presidente, mas são de outros pensamentos. Essas pessoas de outros pensamentos vão de Abigail Pereira Aranha a Olavo de Carvalho. Com a minha rápida seleção, de textos de antes da campanha presidencial, eu concluo os meus comentários.

7) Atualização 1 (e o texto nem tinha sido publicado)

Pessoal, eu ia publicar isso tudo ontem, mas foi bom eu não ter conseguido: apareceu mais uma pérola. "Bolsonaro, sobre repórter da Folha: 'Ela queria dar um furo'; jornal reage"[08]. A repórter é a Patrícia Campos Mello, aquela que fez a reportagem que dizia que Jair Bolsonaro havia pagado por "fake news" no WhatsApp na campanha presidencial de 2018. "Nesta terça-feira, Bolsonaro voltou ao tema usando a palavra 'furo' em duplo sentido. 'Ela [Patrícia] queria um furo. Ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim', disse aos risos." Isso foi na matéria do Correio Braziliense. Matéria do jornal O Globo: "Bolsonaro insulta jornalista com insinuação sexual; entidades reagem"[09]. Ou seja: você pode dizer que uma mulher jornalista produz calúnias em forma de artigo de jornal, mas não que ela tem (ou procura ter) vida sexual ativa (com homem). Portanto, ministra Damares Alves, a esquerda também pratica a Educação Sexual baseada na abstinência. Pelo menos de sexo hétero.

8) Atualização 2 (agora sou eu quem vai compartilhar dois furos de uma vez)

Eu, 14:46: "LGBT-Feminismo primeiro, Conservadorismo atrás, adolescência depois, sexo sabe Deus quando".

NSC Total, 10:11, atualização às 14:11: "Escola de Blumenau proíbe que alunas usem shorts e gera polêmica com pais e estudantes"[10]. Lead: "Caso ocorreu na escola Elza Pacheco, na Vila Nova. Direção diz que trata-se apenas de uma orientação contra o assédio".

NSC Total, 14:07: "Alunas protestam após escola proibir uso de shorts em Blumenau"[11]. "Vestindo shorts como os que a diretoria repreendeu no dia anterior, as alunas aproveitaram o horário de intervalo para protestar com cartazes no pátio da escola. As faixas diziam 'ensinem os homens a respeitar, não as mulheres a temer', entre outros protestos."

O que temos aqui? 1) Um protesto feminista não contra o "machismo", mas contra uma ação da direção da escola que também foi feminista (se tanto, do feminismo conservador). 2) Mesmo que a liderança ou a organização do protesto seja adulta, as moças que participaram foram adolescentes. 3) Adolescentes do sexo feminino foram à escola usando shorts que mostravam algumas coxas e nádegas femininas em desenvolvimento... para ensinar os adolescentes do sexo masculino a baixarem suas duas cabeças.

Alguém ainda deve pegar esse caso para falar em guerra cultural. Será um youtuber conservador que se desentendeu com outro e os dois dizem um para os inscritos do canal do outro saírem do canal dele, e um para os seus próprios inscritos não irem ao canal do outro nem pra dar "dislike". E eu, que nem sou conservadora, o que eles vão ver de edificante comigo, tipo como confirmar amanhã o texto de hoje? A primeira notícia que eu citei aqui, eu descobri visitando o perfil no Facebook de um homem conservador que me bloqueou. E ele me bloqueou porque eu compartilhei uma outra postagem dele fazendo este comentário[12]:

Muitos homens antifeministas já estavam atentos sobre mulher fazer falsa denúncia de crime sexual de homem contra ela. Agora eles acreditam em falsa denúncia de mulher de crime sexual de homem contra criança. Estes homens não aprenderam nada comigo?

É isso que é a guerra cultural dos conservadores do Brasil. E nessa guerra cultural entra a campanha da Ministra da Mulher e pastora Damares Alves. Véi, é numa escola como essa que ela vai pregar abstinência sexual na adolescência! De que porra de sexo esses meninos e meninas vão fazer abstinência?

9) Um pouco do que eu disse sobre educação (antis)sexual conservadora e LGBT-Feminismo

25 de julho de 2015[13]:

O maior bem que os antissocialistas fizeram à esquerda foi associar uma liberação sexual, ou a defesa dela, ao Feminismo e ao Socialismo. Isso levou para a militância socialista uma multidão de homens inteligentes e de bom caráter que não sabiam a diferença entre combater o Socialismo-Feminismo e ter inveja do prazer sexual dos outros, até descobrirem pessoalmente já dentro do movimento.

(...) Conservadores cristãos, de que liberação sexual vocês tanto falam? Que a chamada Revolução Sexual foi um movimento contra o Cristianismo, vocês acertaram. Mas não aconteceu uma Revolução Sexual. Aconteceu uma revolução femdom: o prazer foi principalmente das mulheres, o prazer dos homens foi mais de contemplar o prazer delas do que um prazer deles próprios.

Para quem ainda não entendeu: 1) Que Revolução Sexual aconteceria na mesma época, e supostamente feita pelos mesmos atores, do Manifesto SCUM e do Lesbianismo Político? 2) Como pode um bar ter uma placa de proibição de "excesso de carinho" de casais geralmente héteros em uma cidade brasileira em que é ilegal discriminar casais homossexuais? (...) 5) Como aconteceu a prisão de uma professora nos Estados Unidos por ter feito sexo com três alunos (rapazes) duas semanas depois de aprovado o casamento gay para todos os estados?

08 de janeiro de 2016[14]:

Mas enquanto a direita e os conservadores cristãos insistirem em misturar pedofilia e abuso sexual contra crianças, criança e legalmente menor de idade, sexo com crianças e sexo com adolescentes e se casar com uma menina pré-adolescente e ter relações sexuais com essa menina, tudo que eles vão conseguir é 1) cooperar com as piores seções feministas em infernizar a vida dos homens honestos e ilegalizar o sexo heterossexual; 2) lutar não contra o Feminismo, mas contra o que resta da heterossexualidade feminina, ou qualquer coisa que se pareça com ela; 3) fazer as feministas parecerem que lutam pela liberdade sexual, tanto das mulheres quanto dos homens; 4) a médio prazo, serem descartados junto com a extrema-esquerda.

(...) No curto prazo, os conservadores e os liberais podem ver veículos de transporte público em que os homens não podem entrar em uma cidade onde gays e lésbicas podem se casar e beijar uns aos outros nas ruas; da mesma forma, eles podem ter uma censura nacional contra a pornografia, pelo bem das crianças, onde escolas e faculdades desprezam os meninos, em atos e teoria, com dinheiro público. Em algum momento, quando a estupidez e a loucura diminuírem, a esquerda moderada pode acusar os conservadores remanescentes pelos seus aplausos ao seu Estado odiado quando ele censurava ou criminalizava a pornografia, a prostituição, o sexo fora do casamento, a nudez e a sensualidade. Tudo pelo bem das crianças. Melhor, para torná-las tão frustradas como eles mesmos, não apenas sexualmente. Assim, o Conservadorismo será enterrado.

04 de julho de 2016[15]:

A liberação sexual heterossexual feminina vai ser colocada em um mesmo pacote que o homossexualismo e o transexualismo, nas escolas e nos meios de comunicação, de forma que não só vai ser mostrado que os que condenam a licenciosidade feminina são os mesmos que condenam o homossexualismo (o que já acontece), também vai ser difundida a ideia de que desejar a liberdade sexual heterossexual exige a defesa da homossexualidade.

29 de agosto de 2016[16]:

Uma lésbica pode estar vestida de forma provocativa e pode dizer que ela gosta de sexo com nenhum outro objetivo além de zombar, desprezar e difamar os homens e sua heterossexualidade. Ela odeia homens e sexo, não atenção do sexo masculino. E, insisto, uma mulher que não mostra um interesse em homens similar ao que os homens mostram em mulheres é uma lésbica.

Na minha adolescência, eu tive muitos olhares de homens, enquanto meu corpo estava ficando desenvolvido. Eu recebi algumas abordagens ruins, também. Mas eu respondi a eles criticando a estupidez, não a heterossexualidade masculina. Uma coisa é gostar de mulheres, outra coisa é desrespeito. Eu disse isso para alguns homens, aliás. Mas eu via um homem olhando para mim e, geralmente, me aproximei dele gentilmente, dizendo algo como "bom dia". O homem geralmente ficava envergonhado e eu dizia "calma, você pode ficar olhando para o meu corpo, eu não estou incomodada com isso". Às vezes, eu estava acompanhada com meu pai ou algum dos meus irmãos homens. Então (não apenas quando eu não estava sozinha), tivemos uma breve conversa, mas eu fiz algumas amizades desta forma. Se eu não pudesse encontrar qualquer outra razão para ter relações sexuais com um homem bom típico ou usar roupas que lhe permitem ver o meu corpo, eu iria ter em mente que dar algo de bom para os homens bons não deve me fazer sentir mal.

06 de abril de 2017[17]:

Vamos escolher o Lesbianismo Político ou o moralismo sertanejo? Vamos defender o aborto junto com a liberdade sexual ou a repressão sexual junto com o direito à vida? Eu tenho que ser lésbica para ser ateia ou tenho que ser puritana para ser hétero? Vamos virar uma Cuba de Fidel Castro em nome do proletariado ou defender o fim dos direitos trabalhistas para não virarmos uma Cuba? (...)

O pior de Valesca Popozuda ganhar homenagens por uma música horrível e um lesbofeminismo barato é que isso mostra que se o contrário disso é o Conservadorismo, o limite do Conservadorismo é o "progressismo" e o limite do "progressismo" é ele mesmo.

13 de junho de 2018[18]:

Quando os conservadores se mostraram antissexuais, eles se voltaram para as suas próprias pessoas. A inveja enrustida que as mulheres feias, rudes e semianalfabetas do interior tinham das mulheres bonitas, agradáveis e cultas da cidade grande ou da elite da própria região; ou a inveja que os homens que mal viram os corpos das mulheres com quem se casaram tarde e a contragosto sentem dos rapazes de hoje que podem ver um vídeo pornográfico de uma atriz exuberante num "smartphone" antes dos 16 anos. Mas eles sempre agiram contra o sexo heterossexual e a exposição de corpos nus para pessoas do sexo oposto. Quando o movimento esquerdista tinha abraçado movimentos homossexuais e os conservadores começaram a atacá-los, já era tarde. O Conservadorismo e o Cristianismo já estavam caindo em status e até em respeitabilidade, e não estávamos muito longe da ideia "se os conservadores falam mal, é porque é bom". Qualquer ação violenta ou esdrúxula de um grupo esquerdista já é considerada pelo menos digna de atenção intelectual só por questionar ideias ditas conservadoras. Foi assim que "nós" demos compreensão ao atentado ao World Trade Center, ao Movimento dos Sem-Terra ou à Marcha das Vadias. Os conservadores tentaram fazer ser feio uma pessoa mostrar que é heterossexual, acabaram fazendo ser bonito uma pessoa mostrar que é homossexual.

13 de julho de 2018[19]:

Os rapazes adolescentes dos anos 1970 cresceram ouvindo dos cristãos conservadores que admirar o corpo de uma mulher gostosa era indelicadeza e dos feministas que era desrespeito à mulher. Eles ouviram dos cristãos conservadores que procurar por sexo era pecado e dos feministas que isso era degradar as mulheres. Se eles tiveram a sorte de ler livros, eles viram os cristãos conservadores dizer que a prostituição era um serviço contra os valores conservadores e a militância esquerdista dizer que a prostituição era um serviço da sociedade conservadora para acalmar os homens. Mas onde tivemos alguma liberalidade sexual heterossexual, geralmente a esquerda estava lá. Mas onde havia alguma liberalidade sexual heterossexual, havia, geralmente, alguma liberalidade homossexual também.

E onde acabamos? Primeiro, naquilo que eu já alerto há alguns anos: em nome de combater o Feminismo de esquerda, os antifeministas conservadores estavam combatendo não o Feminismo, mas o que sobrava da liberalidade sexual heterossexual feminina. Segundo, naquilo que eu comecei a alertar no mês passado e é consequência disso: os conservadores tentaram fazer ser feio uma pessoa mostrar que é heterossexual, acabaram fazendo ser bonito uma pessoa mostrar que é homossexual.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[01] "Damares Alves tenta impor doutrina em campanha por abstinência sexual", Brasil de Fato, 08 de fevereiro de 2020, https://www.brasildefato.com.br/2020/02/08/damares-alves-tenta-impor-doutrina-em-campanha-por-abstinencia-sexual.

[02] "O movimento LGBT e o fim da família | AMANDA PALHA", TV Boitempo, 20 de janeiro de 2020, https://www.youtube.com/watch?v=mIi2tFYbGmc.

[03] "Prefeitura do Recife convoca Gretchen para a campanha de combate ao assédio durante o Carnaval 2020", Prefeitura do Recife, 13 de fevereiro de 2020, http://www2.recife.pe.gov.br/noticias/13/02/2020/prefeitura-do-recife-convoca-gretchen-para-campanha-de-combate-ao-assedio.

[04] "Pequeno Manual Prático de Como Não Ser um Babaca no Carnaval - Versão Conga La Conga", Prefeitura do Recife, 13 de fevereiro de 2020, https://www.youtube.com/watch?v=nqvKanNhH2Q.

[05] "Casais jovens fazem menos sexo que os de gerações anteriores", Correio Braziliense, 07 de março de 2017, https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2017/03/07/interna_ciencia_saude,578896/amp.html.

[06] "XP": (em inglês, se lê "ecs pi") de "experience" (experiência).

[07] "A política da não-monogamia | AMANDA PALHA", TV Boitempo, 27 de janeiro de 2020, https://www.youtube.com/watch?v=zcRDrqvddNo.

[08] "Bolsonaro, sobre repórter da Folha: 'Ela queria dar um furo'; jornal reage", Correio Braziliense, 18 de fevereiro de 2020, https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/02/18/interna_politica,828834/bolsonaro-sobre-reporter-da-folha-ela-queria-dar-um-furo-jornal-reage.shtml.

[09] "Bolsonaro insulta jornalista com insinuação sexual; entidades reagem", O Globo, 18 de fevereiro de 2020, https://oglobo.globo.com/brasil/bolsonaro-insulta-jornalista-com-insinuacao-sexual-entidades-reagem-24255450.

[10] "Escola de Blumenau proíbe que alunas usem shorts e gera polêmica com pais e estudantes", NSC Total, 19 de fevereiro de 2020, https://www.nsctotal.com.br/noticias/escola-de-blumenau-proibe-que-alunas-usem-shorts-e-gera-polemica-com-pais-e-estudantes.

[11] "Alunas protestam após escola proibir uso de shorts em Blumenau", NSC Total, 19 de fevereiro de 2020, https://www.nsctotal.com.br/noticias/alunas-protestam-apos-escola-proibir-uso-de-shorts-em-blumenau.

[12] Abigail Pereira Aranha, 17 de fevereiro de 2020 às 18:28, https://www.facebook.com/abigail.pereira.aranha/posts/1885805714897642.

[13] "A revolução femdom", 25 de julho de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/07/a-revolucao-femdom.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/07/a-revolucao-femdom.html.

[14] "Seis e dezesseis (Ou: direita cristã, acabou! - parte 10)", 08 de janeiro de 2016, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2016/01/seis-e-dezesseis-ou-direita-crista.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2016/01/seis-e-dezesseis-ou-direita-crista.html.

[15] "A sociedade não morreu, só o Conservadorismo-Liberalismo - parte 3: professoras presas por sexo com alunos adolescentes", 04 de julho de 2016, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2016/07/a-sociedade-nao-morreu-so-o.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2016/07/a-sociedade-nao-morreu-so-o.html.

[16] "Por que as mulheres usam roupas sensuais se elas não querem atenção? Porque o que elas odeiam é sexo, não a atenção dos homens (29 de agosto, Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil, nós vamos dar visibilidade às lésbicas)", 29 de agosto de 2016, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2016/08/por-que-as-mulheres-usam-roupas.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2016/08/por-que-as-mulheres-usam-roupas.html.

[17] "Direita cristã, acabou! - parte 29: Marcha das Vadias ou casamento no arraial?", 06 de abril de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/04/direita-crista-acabou-parte-29-marcha.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2017/04/direita-crista-acabou-parte-29-marcha.html.

[18] "Nanda Costa, Camila Pitanga e como os conservadores fizeram feio ser hétero e bonito ser lésbica", 13 de junho de 2018, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2018/06/nanda-costa-camila-pitanga-e-como-os.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2018/06/nanda-costa-camila-pitanga-e-como-os.html.

[19] "Como os conservadores fizeram feio ser hétero e bonito ser homo: um 'reacting' contra um vídeo para agradar os LGBT's depois de outro contra um para agradar os homens héteros", 13 de julho de 2018, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2018/07/como-os-conservadores-fizeram-feio-ser.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2018/07/como-os-conservadores-fizeram-feio-ser.html.

Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "LGBT-Feminismo primeiro, Conservadorismo atrás, adolescência depois, sexo sabe Deus quando", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/lgbt-feminismo-primeiro-conservadorismo.html.
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "LGBT-Feminismo primeiro, Conservadorismo atrás, adolescência depois, sexo sabe Deus quando", https://avezdoshomens.blogspot.com/2020/02/lgbt-feminismo-primeiro-conservadorismo.html.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)

Abigail Pereira Aranha

"Eu sou a provedora da minha relação - e isto é complicado" é o título de um artigo de uma mulher, Heather Sundell, no Refinery29[1] (eu traduzi o artigo na postagem anterior[2]). Mulheres descobrindo o que é ser chefe de família como os avôs delas eram. Oh! Daqui a 10 anos, mulher que não paga as próprias contas será vista como vagabunda e veremos mulheres provedoras sendo denunciadas pelos maridos por violência doméstica. Hua, hua, hua, hua, hua!

Mas como não pensamos antes que este seria o resultado de 60% de mulheres nas universidades e de "políticas afirmativas" para mulheres no mercado de trabalho? Se uma mulher tiver o interesse de se casar (com homem), ela precisa cada vez mais se preparar para essa possibilidade, a de sustentar o marido. Ah, e sustentar os filhos também (com o próprio dinheiro).

Vai parecer que eu vou sair do assunto, mas peço a sua atenção para montar o quadro e entender uma outra questão que foi a que me inspirou a escrever sobre aquele artigo. Em um dos dias em que eu organizava essas ideias, eu estava na rua esperando um ônibus e vi uma mulher (que entrou em outro ônibus) com uma daquelas camisetas "the future is female" (o futuro é feminino). A madame é gorda (eu vou explicar daqui a pouco por que eu trouxe esse detalhe). Ela está solteira ou tem um relacionamento? Se ela tem um relacionamento estável (com um homem), que perfil de homem é esse que... ama uma mulher gorda que usa uma camiseta que diz que "o futuro é feminino"? Se essa mulher está solteira, que homem vai sequer se aproximar dela quando ela se interessar nisso, ainda mais se ela estiver com aquela camiseta nojenta? Dado que a moça é gorda, quem vendeu aquela camiseta sabia que o "futuro feminino" precisa de camisetas "plus size". Quantos empresários estão preparados, para dar um exemplo, para ter um supermercado que vende mais açúcar em pacotes de 2 kg que em pacotes de 5 kg? Parece estranha a pergunta? Em uma região onde as mulheres não tentam ser humildes ou simpáticas e cada vez mais homens estão de saco cheio disso, quantos casamentos vão acontecer e quantas residências vão ter mais de 3 pessoas? Ah, eu estava voltando de um supermercado e estava pensando nisso lá. Eu estava indo para mais um encontro com 4 amigos onde eu cozinho e depois eles me penetram de quatro e soltam esperma no meu rosto.

Eu vou aproveitar que eu mencionei rapidamente a minha vida de licenciosidade para chamar a atenção para outro ponto: para uma pessoa conservadora ou uma pessoa feminista, uma mulher oferecer a alguns homens qualquer coisa mais que uma amabilidade formal é se desvalorizar (para algumas mulheres feministas de esquerda, até isso é um insulto à dignidade). As mulheres feministas em geral também creem que a mulher "que fornica peca contra o seu próprio corpo" (1Co 6: 18). Por que um homem se casaria com uma mulher para quem é degradante não apenas parecer heterossexual, mas sequer ser amável com um homem? Mais do que isso, o que essa mulher pode esperar (merecidamente) desse homem? Ou melhor, que homem ela pode esperar conseguir? O que essa mulher precisará oferecer aos homens em geral, em um futuro próximo, quando quiser qualquer coisa mais que boa convivência ou mesmo isso? Para essa mulher, até quando se mostrar "gostosa" ou mesmo oferecer sexo vai ser suficiente para um homem sequer querer estar perto? É verdade que o contato com uma mulher é muito mais fácil para um homem de hoje do que foi para os avôs dele, e as expectativas para o sexo também podem ser melhores. E também é verdade que em outras gerações, os homens em geral tratavam a mulher frígida e "difícil" como uma mulher de mais valor e mais dignidade. Mas de quanto será a conta de abusar não só da heterossexualidade dos homens, da sua urbanidade também?

Mas o que me chamou a atenção quando eu vi aquele texto, e que eu gostaria que você observasse também, é que enquanto os feministas de esquerda e os feministas conservadores podem fazer os próprios discursos como mantras, as mulheres normais do mundo real dão mais importância ao que o Feminismo (ou o Conservadorismo) consegue na vida real das mulheres do povo de verdade, muitas vezes elas fazem uma análise com horizonte mental muito pouco extenso. Enquanto nós temos algo como aquele artigo da Heather Sundell publicado no Refinery29 e compartilhado pela Tristan Offit no Yahoo! Lifestyle[3], nós temos homens feministas enxergando assédio sexual em homens se aproximando de mulheres colegas de trabalho. Sim, algumas mulheres feministas também, mas mesmo o espaço que a parte mais louca do movimento feminista consegue é trabalho de homens que estavam lá antes. Mas quando eu digo "feminismo", não é só o feminismo de esquerda. Existe o feminismo conservador, que era feito para mulheres provincianas de beleza medíocre com horror a sexo, e agora tenta agradar as netas dessas mulheres que gostam dos paparicos modernos, mas insistem em continuar em uma igreja cristã tradicional (ou algo mais "moderno" com o mesmo nome). Os homens feministas conservadores enxergam estupros alimentados pela pornografia, pedofilia nas redes sociais, tráfico de mulheres na legalização da prostituição ou sexo de homens com crianças de 8 anos na Educação Sexual nas escolas. Por sinal, onde existem leis que dizem que deve ser aceito como prova se qualquer mulher disser que foi vítima de assédio sexual, estupro ou violência doméstica (por homem), isso é obra dos homens conservadores em geral.

Por exemplo, tivemos em fevereiro do ano passado aquele artigo de uma mulher sobre como é complicado ser uma mulher casada que é a provedora da casa; em junho, uma outra mulher, Lois M. Collins, publicou em um portal da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o Deseret, um artigo intitulado "As esposas provedoras estão felizes?"[4]. Em janeiro de 2013, uma outra mulher, Hilary White, publicou no portal cristão Life Site News um artigo intitulado "Homens jovens desistindo do casamento: 'as mulheres não são mais mulheres'"[5]. Eu vou considerar só os títulos e você, lendo os textos, pode confirmar que eu não erro nos pontos fundamentais: as mulheres conservadoras abordam a crise de um modelo cujo fundamento e cuja força é a imposição política-cultural de suas próprias crenças dogmáticas; a mulher não tão conservadora, mesmo dentro do feminismo de esquerda, aborda problemas de algumas mulheres do povo de verdade.

Ah, mais um exemplo, só que mais genérico. Até a época dos nossos avós, qualquer mulher católico-protestante que só usava roupas recatadas e era um defunto na cama podia ser galanteada pelos homens da cidade onde morava apenas por ser bonita e recatada. Hoje, uma mulher grava vídeos no YouTube mostrando mais uma boa bunda ou um bom decote que qualquer bom conteúdo (eu posso dar nomes e você também), um homem ou faz um comentário capacho, ou xinga a mulher de "vadia" ou algo semelhante. Isso também acontece, de forma menos vulgar, com algumas mulheres formosas que se apresentam em vídeos com linha cristã conservadora, às vezes elas falam até contra o Feminismo (ou um puritanismo invertido a que elas dão esse nome). Aí, alguns homens aparecem nos comentários fazendo galanteios e outros homens atacam essas mulheres e esses primeiros homens, e entre esses últimos no Brasil, essas mulheres ganharam até um termo, "conservadia". Ah, e se essas mulheres antifeministas quiserem ganhar os homens, parece que até o sexo vai ser pouco (nem digo a sensualidade): já criaram as "sex dolls", que já estão sendo usadas até em alguns bordéis na Europa[6]. Eu estava comentando um texto sobre mulheres casadas com homens que ganham menos do que elas e parece que eu saí do assunto, mas não saí. Aqui eu mencionei indiretamente um homem conservador solteiro que tem sonhos eróticos não confessados com uma musa cristã conservadora, um rapaz não tão conservador que tem sonhos eróticos com uma garota youtuber... não tão conservadora, um homem que prefere procurar prostitutas e sexo casual que uma esposa e um homem que prefere acessar pornografia na internet. Em princípio, nenhum desses homens é mais fracassado ou infeliz que um homem casado que ainda tem mais escolaridade e salário que sua esposa que também é bem sucedida. Portanto, um homem que se casa com uma mulher com mais escolaridade e salário que ele precisa rebaixar as suas expectativas até em relação à vida. Não é questão de ser homem nem questão de sociedade "machista", eu que sou mulher teria vergonha de mim mesma se eu não ganhasse o dinheiro que eu gasto. Mas o problema (ou talvez não seja um problema, para quem odeia o LGBT-Feminismo) é que o tipo de homem que se permite essa opção é o perfil de homem que as mulheres vão ter para escolher um marido, se elas quiserem ter um. Os homens do nível delas de escolaridade e salário pra cima (que algumas vadias pensam até hoje que podem conseguir) estarão com cada vez mais probabilidade casados ou só interessados em sexo sem compromisso.

O meu destaque aqui não é diretamente as questões das mulheres em um ambiente de vitórias feministas. O ponto é como as mulheres cristãs tradicionalistas e especialmente os homens tradicionalistas e feministas estão mergulhados no que eles entendem como valorização da mulher e eles não percebem o quanto estão longe da realidade, do respeito e da atenção da mulher comum. Um exemplo grosseiro: um vereador (homem) faz uma lei para o metrô ter o "vagão rosa", aquele em que só mulheres podem entrar, em nome do combate ao assédio sexual e ao estupro; enquanto isso, as mulheres usuárias só se preocupam com os intervalos grandes e com a viagem em pé nos carros lotados, e é sorte de quem criou o "vagão rosa" que essas mulheres não se dão a preocupação de viajar em vagões diferentes daquele do vizinho homem ou do amigo gay do trabalho. Por tudo isso, a solução para todos os problemas e desconfortos provocados pelo feminismo de esquerda é mais fácil de ser trazida não por um grupo conservador, mas por uma onda moderada do feminismo de esquerda associada com as igrejas cristãs. Especialmente se o Movimento de Direitos Humanos dos Homens e Meninos e as comunidades masculinas antifeministas não colocarem os cristãos conservadores e os "libertarians" em posição secundária.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] "I'm The Breadwinner In My Relationship — And It's Complicated", Refinery29, 14 de fevereiro de 2019, https://www.refinery29.com/en-us/what-its-like-being-the-female-breadwinner.

[2] "Eu sou a provedora da minha relação - e isto é complicado", 09 de fevereiro de 2020, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/eu-sou-provedora-da-minha-relacao.html; e A Vez dos Homens que Prestam, http://avezdoshomens.blogspot.com.br/2020/02/eu-sou-provedora-da-minha-relacao.html.

[3] "I'm The Breadwinner In My Relationship — And It's Complicated", Yahoo! Lifestyle, 14 de fevereiro de 2019, https://www.yahoo.com/lifestyle/m-breadwinner-relationship-complicated-120000809.html.

[4] "Are 'breadwinner' wives happy?", Deseret News, 04 de junho de 2019, https://www.deseret.com/2019/6/5/20674919/are-breadwinner-wives-happy.

[5] "Young men giving up on marriage: 'Women aren’t women anymore'", LifeSiteNews, 10 de janeiro de 2013, https://www.lifesitenews.com/news/young-men-giving-up-on-marriage-women-arent-women-anymore.

[6] Por exemplo: "Sex doll brothel opens in Paris for hundreds of randy punters who prefer romping with silicone models instead of real women", The Sun, 05 de outubro de 2018, https://www.thesun.co.uk/news/5455544/sex-doll-brothel-opens-paris-france-first/amp.

Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/a-conta-do-feminismo-chegou-literalmente.html.
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)", https://avezdoshomens.blogspot.com/2020/02/a-conta-do-feminismo-chegou-literalmente.html.

Eu sou a provedora da minha relação - e isto é complicado

Heather Sundell

14 de fevereiro de 2019 às 10:00

Desde que me lembro, eu sou viciada em trabalho. Romanticamente, eu sempre fui quase exclusivamente atraída por artistas. Não deve ser surpresa para ninguém que eu tenha acabado sendo o ganha-pão do meu relacionamento.

Esse nem sempre foi o caso - mas agora meu marido, Jacob, é freelancer, enquanto meu trabalho assalariado como chefe de conteúdo de uma startup se tornou nossa principal fonte de renda e seguro de saúde. Quando nos casamos em 2017, a situação foi revertida. Eu estava trabalhando em casa como diretora de comunicações de uma agência remota, enquanto a carreira de Jacob como diretor criativo estava decolando, e ele estava me superando significativamente em salário pela primeira vez em nossos seis anos juntos. Mas o equilíbrio do poder financeiro é um pêndulo e, cinco meses depois, voltou na minha direção. Jacob decidiu deixar seu emprego na agência repentinamente devido a um ambiente de trabalho tóxico - sua chefe foi abruptamente dispensada sem motivo. Como eu não pude apoiar totalmente essa decisão? Ele estava infeliz, eu estava ganhando muito dinheiro para pagar nosso aluguel (felizmente razoável), e ele estava recusando trabalho freelance para a esquerda e para a direita em sua posição de tempo integral. Nós dois pensamos que seria uma transição fácil.

O que eu não esperava era que ele realmente não encontrasse trabalho por um tempo, e o ressentimento cresceu nos dois lados. Fiquei frustrada porque a casa estava uma bagunça quando chegava em casa do trabalho. Ele ficou chateado porque eu não conseguia ver o quanto ele estava tentando encontrar emprego. Fiquei zangada por ainda estar fazendo a maior parte das compras de supermercado e por não poder usar sapatos, mesmo que trabalhasse tanto. Ele estava se sentindo desvalorizado. Eu estava com ciúmes do tempo que ele tinha, porque eu estava arrebentando meu traseiro no escritório o dia todo, enquanto também participava de shows freelancers nas noites e nos fins de semana. Eu estava com medo de que, nos dias ruins do trabalho, estivesse presa no meu trabalho porque um de nós precisava de uma renda e um seguro de saúde estáveis, e essa responsabilidade recaía sobre mim. Embora meus sentimentos fossem válidos, eles nem sempre eram necessariamente justos. Afinal, tomamos a decisão juntos.

Isso é tudo para dizer, assumir o papel de ganhador principal durante o primeiro ano de nosso casamento tem sido um exercício interessante de comunicação, papéis familiares e muito para meu desgosto... matemática.

Obviamente, eu não sou a primeira mulher ganha-pão a lutar contra a realidade turbulenta de fazer o papel de provedor: um estudo da Pew Research de 2014 descobriu que as mulheres eram a única ou principal provedora financeira em quatro em cada dez famílias com crianças menores de 18 anos. No entanto, a cobertura da mídia levaria você a acreditar que esse tipo de relacionamento está condenado. Todos são rápidos em citar o estudo de 2013 que descobriu que em relacionamentos em que a mulher ganha mais que o homem, o casal faz menos sexo. No final do ano passado, Tucker Carlson atraiu o Twitter antes de afirmar que "há mais abuso de drogas e álcool em áreas onde as mulheres ganham mais que os homens". E em 2017, Ashley C. Ford escreveu um artigo para a Refinery29, onde ela pesquisou mais de 100 mulheres "millennials" sobre seu status de ganha-pão, muitas das quais expressaram sua infelicidade de serem colocadas no papel que consideravam estressante e pesado.

Eu tenho que acreditar que o status de ganha-pão é difícil para todos, independentemente do sexo. Mas eu aprendi é que é especialmente preocupante para mulheres heterossexuais. Mesmo quando mais de nós apoiamos financeiramente nossas famílias, esse não é realmente um tópico popular de conversa. Jacob e eu somos incrivelmente comunicativos sobre tudo e, no entanto, quando se tratava dessa nova dinâmica, frequentemente parecia que não estávamos falando a mesmo linguagem.

Sentindo-me frustrada e sozinha em meu novo papel como ganha-pão, eu queria saber mais. Foi por isso que entrevistei mais de 20 mulheres chefes de família, heterossexuais e homossexuais, de várias idades e lugares em suas vidas, para descobrir como exatamente elas gerenciam os desafios. Eu queria saber como elas lidam, se abraçam o manto, e como podemos avançar em direção a uma nova realidade em que todos - homens ou mulheres - podem se sentir bem com os papéis que assumem no casamento. De proprietários de empresas, diretores de contas e coordenadores de mídia social a professores universitários e escritores freelancers, as mulheres com quem conversei abrangeram uma ampla gama de setores, com uma coisa em comum: seu status de ganha-pão havia afetado drasticamente seus relacionamentos de formas que elas nunca imaginaram, boas e más, mas a maioria não teria outro jeito.

Enquanto todas elas compartilham uma variedade de frustrações e revestimentos de prata, uma coisa que é clara é que o velho ditado é verdadeiro: dinheiro é poder. E quando uma mulher assume o papel masculino tradicional de provedor, isso pode ser confuso - é difícil abalar as normas de gênero da sociedade. Temos a tendência de colocar essas relações sob o microscópio e examinar cada dinâmica. É quase como se nós super-exagerássemos os piores estereótipos sobre homens (veja todas as comédias que exibem idiotas adoráveis incapazes de colocar carga em u'a máquina de lavar) e mulheres (veja aquelas mesmas comédias com chatas arrogantes).

Eleanor*, uma empresária de 39 anos, culpa a "atitude de merda do marido em relação às tarefas domésticas" por sua educação, e ela não conecta seus conflitos sobre as responsabilidades domésticas à sua posição como principal ganhadora. De fato, fiquei um pouco surpresa ao descobrir que apenas um terço das mulheres que entrevistei indicou que as brigas por responsabilidades domésticas aumentavam juntamente com seus salários. Afinal, as mulheres normalmente assumem mais responsabilidades domésticas, independentemente de com quanto elas estão contribuindo financeiramente por causa das normas e expectativas da sociedade. De fato, quanto mais uma mulher ganha mais que o seu marido, menos tarefas domésticas ele realiza: observou-se que muitas ganha-pão assumem a maioria das responsabilidades domésticas, além de sua carga de trabalho profissional, para amenizar os sentimentos de emasculação de seus maridos.

"As mulheres conhecem as regras", diz Farnoosh Torabi, especialista em finanças pessoais e autora de She Makes More. "A casa é o nosso domínio se não estivermos trabalhando e faremos um bom trabalho. Para os homens, esse não é o instinto."

Isso faz sentido quando você considera que o estereótipo de mulheres cuidando de casas é reforçado nos filmes, na TV, em todos os comerciais de detergente para roupa e, provavelmente, até assistindo nossos pais interagirem. Quando os homens são colocados na mesma posição, eles não têm um plano a seguir instintivamente. Basta assistir Michael Keaton lutar para "se tornar a dona da casa" no clássico de 1983 Mr. Mom. Esse filme tem mais de 35 anos e, no entanto, não houve nenhuma atualização icônica desse tropo da cultura pop. A mídia feminina repete regularmente que as meninas não podem se tornar o que não podem ver. Mas isso também é verdade para os meninos.

Para as mulheres chefes de família que não estavam brigando por causa de louça suja, seus relacionamentos foram construídos com base no entendimento de que seus parceiros assumiriam ativamente responsabilidades não tradicionais - seja cuidado com crianças, limpeza ou apoio emocional - e seriam valorizados por essa contribuição.

Sara, 37, assistente jurídica, foi demitida ao mesmo tempo que o marido, mas conseguiu um novo emprego primeiro. Depois que ela deu à luz o primeiro filho, eles decidiram que fazia sentido o marido ficar em casa. "O mais importante foi confiar nele para assumir o papel de cuidador principal. Não faço o segundo turno em casa ou espero executar tudo enquanto meu marido apenas ajuda. Eu também não sou exigente sobre como ele faz as coisas, pai sábio. Eu me concentro na minha parte, deixo que ele faça sua parte e gosto de sair com meu bebê."

Mas Sara pode ser uma exceção. Mesmo que o status de ganha-pão faça com que as mulheres se sintam autorizadas a exigir mais dos parceiros em casa, normalmente nem sempre é tão uniforme, especialmente se houver crianças envolvidas. Enquanto a maioria dos pais de famílias que trabalham em dois empregos e em tempo integral afirma que certas responsabilidades são compartilhadas igualmente, cerca da metade diz que a mãe faz mais quando se trata de gerenciar os horários e atividades das crianças. (Por outro lado, um dos segredos de se tornar uma executiva é ter um marido disposto a ser o principal cuidador.)

Algumas das mulheres com quem falei acham que esses sentimentos de paridade podem ser alcançados alternando o status de ganha-pão durante toda a duração do relacionamento. Quando você está envolvido a longo prazo, a menos que tenha decidido papéis permanentes desde o início, faz sentido que o ganhador principal flutue ao longo dos anos à medida que a vida acontece.

"O saldo de quem ganha mais foi pra trás e pra frente em nosso relacionamento de mais de 20 anos. Neste ponto, não é um problema para nós", diz Jamie Beth, escritora e assistente administrativa de 42 anos.

"Nós meio que desligamos quem tem o 'bom emprego' (aquele que ganha dinheiro) e qual de nós faz a parte criativa por um tempo", diz Julie, 41, uma agente de talentos, descrevendo o dar e receber no casamento dela. "No momento, eu tenho uma empresa start-up e, no ano passado, ele teve um bom emprego, mas nos seis anos anteriores fui eu."

Mas havia outras mulheres que abraçavam sua ambição e não conseguiam imaginar outro modo de vida. Jane*, uma diretora criativa que entrevistei, descobriu que a única maneira de fazer seu relacionamento funcionar era rejeitando as normas. "Quando tentamos ter um relacionamento 'normal', falhamos miseravelmente. Mas, assim que começamos a ficar estranhos e a fazer o que queríamos, em vez do que era suposto que deveríamos fazer, as coisas ficaram cada vez melhores."

Foram histórias como as de Jane que eu achei mais úteis. Ser o ganha-pão é difícil, mas muitas dessas mulheres encontraram maneiras de fazer isso dar certo e, como resultado, seus relacionamentos prosperaram.

"De certa forma, isso coloca um microscópio sobre problemas que você talvez nunca tenha notado antes", diz Jennifer, 32 anos, comerciante. "É realmente ótimo ver esses problemas claramente e ter a oportunidade de sair deles. E se você o fizer, será mais forte do que nunca."

Como observa Martha, 33, uma profissional de marketing de biofarma, pode ser um presente se você tiver um parceiro que não seja ameaçado pela dinâmica e tiver um plano claro para que cada pessoa se sinta valorizada e produtiva. Ela descobriu que é mais confiante e gosta de gastar dinheiro sem precisar de permissão.

Parece que o verdadeiro segredo do sucesso como uma mulher ganha-pão é não deixar ninguém no relacionamento parecer acomodado. O que, sejamos honestos, deve ser o caso em todos os relacionamentos, independentemente de quem ganha mais. Toda contribuição é valiosa e ninguém quer sentir que seus esforços, sejam domésticos ou financeiros, contam pouco. Além disso, há algo verdadeiramente mágico em descobrir alguém que apóia suas ambições.

"Eu estou no meu auge profissional, fazendo e alcançando o que realmente sonhei que faria quando criança", compartilha Jane, diretora criativa. "E isso se fez possível pelo meu parceiro que literalmente está sempre lá para mim, substituindo silenciosamente a coleção de canecas vazias na minha mesa por uma fresca de La Croix quando estou em longas chamadas e me lembrando de ser uma pessoa."

Ainda assim, esse status de principal ganhador é assustador e vem com muita pressão. Eu tive momentos de me sentir presa, ressentida e sobrecarregada com uma responsabilidade que assumi sem realmente entender como isso me faria sentir. Mas isso também me fez me tornar mais forte, mais engenhosa e mais vocal em todas as partes da minha vida. Tenho orgulho de ter o poder de fornecer o apoio financeiro necessário quando minha família precisava.

Mesmo eu sendo uma viciada em trabalho autodiagnosticada, essa pode nem sempre ser a minha realidade. Mas, um dia quando não for, ficarei feliz em saber que é algo que sou mais do que capaz de fazer e que meu relacionamento pode suportar mudanças de equilíbrio e poder com algumas (ou muitas) conversas duras. Provavelmente também ficarei chateada por não poder usar meu status de ganha-pão para alavancar tanto a arrumação da cama.

*Os nomes foram alterados.

"I'm The Breadwinner In My Relationship — And It's Complicated", Refinery29, 14 de fevereiro de 2019, https://www.refinery29.com/en-us/what-its-like-being-the-female-breadwinner.

Comentários da tradutora

"Eu sou mulher e a provedora da relação (ou: a conta do Feminismo chegou - literalmente)". Versão sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: https://avezdasmulheres.blogspot.com/2020/02/a-conta-do-feminismo-chegou-literalmente.html. Versão com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: https://avezdoshomens.blogspot.com/2020/02/a-conta-do-feminismo-chegou-literalmente.html.

Abigail Pereira Aranha

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