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sábado, 6 de setembro de 2014

Mulheres Contra o Feminismo e o Feminismo contra elas - parte 1: comentando postagem de professora universitária lesbonazista

Abigail Pereira Aranha

Pérolas de "Mulheres contra o feminismo", da professora da Universidade Federal do Ceará, Brasil, Lola Aronovich

"Mulheres contra o feminismo", 28/07/2014, http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2014/07/mulheres-contra-o-feminismo.html

Mulheres anti-feministas são mais que conservadoras -- são reacionárias. Querem voltar aos anos 1950, quando, segundo elas, os homens respeitavam as mulheres (decerto não existia estupro naquela época), eram cavalheiros, as mulheres (ricas e de classe média) podiam ficar em casa cuidando dos filhos, em vez de (argh!) trabalhar fora, e todo mundo se casava virgem (decerto não existia prostituição) e vivia feliz para sempre, sem essas libertinagens como os adultérios de hoje em dia (decerto não existia traição).

(...) O feminismo é um movimento (ou melhor, vários) que luta para mudar o status quo. É óbvio ululante que muita, muita gente que não quer mudanças não aceita que tentem mudar o mundo em que vivem. Essas pessoas conservadoras estão desesperadas. São aquelas do "mundo está perdido", "ninguém presta", "antes é que era bom", porque elas percebem que a sociedade mudou muito nessas últimas décadas e continuará mudando.

(...) Não é lindo você, mulher anti-feminista, se aliar à fina flor dos homens que odeiam mulheres?

Comentário: E qual o título e o assunto do texto? Mulheres contra o Feminismo! O primeiro parágrafo na verdade vem depois do segundo e tem bastante coisa no meio dos dois, fiz essa troca pra vocês pegarem a piada. Segundo a mestra, algumas mulheres estão desesperadas porque não aceitam o fim do estupro, da prostituição, da violência contra a mulher e da falta de mulher ter vida fora de casa. E para isso, se aliam aos misóginos, que, como ela própria já explicou em outra postagem, são mais do que apenas machistas.

(...) E as anti-feministas também detestam com todas as forças a ideia do aborto. Para elas, foram as feministas que inventaram o aborto, que obviamente não existia antes da década de 60, e que hoje é realizado apenas por feministas (o perfil das mulheres que abortam no Brasil -- casada, com filhos, religiosa -- não parece ser o estereótipo da feminista; nos EUA, seis em cada dez mulheres que abortam já são mães, mas claro que devem ser todas mães feministas).

Comentário: A professora foi tão infeliz em surrar o espantalho que... fez uma observação genial. Na parte 2, eu explico.

Segundo que falta muito para alcançarmos a igualdade, que é o que o feminismo quer. Mulheres ainda ganham quase 30% a menos que homens, em média. (...) No parlamento, as mulheres são em média apenas 22% dos representantes (no Brasil, 8,6%).

Nas universidades sim, as mulheres entraram com tudo. (...) E as docentes não estão em cargos de chefia. Só 10% dos reitores brasileiros são mulheres.

Comentário: E dessa vez, os dois parágrafos são seguidos, hehehehe. As mulheres eleitoras brasileiras são 52% do eleitorado, nem 30% dos candidatos são mulheres e as mulheres públicas (com cargo político) são 9% do total? Esclarecendo para quem não é do Brasil, e até muitos que são, o Código Eleitoral distribui as vagas do Poder Legislativo usando "para cada Partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração" (art. 107), sendo o quociente eleitoral o número de votos válidos dividido pelo número de vagas (art. 106). Portanto, 1) poucas mulheres votam em mulheres; 2) poucas mulheres candidatas conseguem se eleger; 3) além disso, algumas mulheres só conseguiram uma vaga nas costas de candidatos homens muito melhor votados. Se elas não chegam a 9% com os próprios votos, o que vamos fazer para ter 30% de mulheres no Legislativo? Sistema de cotas? Já pensou em mulheres "eleitas" com menos votos juntas do que os 5 ou 10 primeiros homens eliminados? Há menos mulheres que homens em cargos de chefia, cujo salário é maior, e a média salarial geral das mulheres é menor que a média salarial geral dos homens. Como resolvemos isso? Meio a meio nos cargos de chefia? E os motoristas de caminhão? Vão ganhar mais ou vamos criar cotas de 50% pra mulher também? Já pensou você rapaz motorista de escavadeira numa obra de uma rodovia nova e uma loura boazuda e calorosa é a motorista do caminhão fora de estrada?

Ao mesmo tempo, é muito pouca gente que realmente se opõe ao feminismo. (...) Sei que é difícil de acreditar se lermos os comentaristas de grandes portais (...). Mas há mais gente que se assume feminista do que gente que se assume anti-feminista.

(...) E terceiro: mesmo que, graças ao feminismo que as anti-feministas condenam, tenhamos conquistado muita coisa, é preciso lutar para essas conquistas não sejam tiradas da gente, para que não haja retrocessos. Há um projeto tramitando na Câmara contra a lei do divórcio, lei conquistada, com muito esforço feminista, apenas em 1977. E em toda eleição alguém (como esta notória anti-feminista americana [Charlotte Perkins Gilman, autora de "Are Women Human Beings?"]) diz que o voto feminino deveria ser revogado, porque não foi uma boa ideia.

Comentário: Muito pouca gente é antifeminista, mas os direitos das mulheres estão ameaçados pelos antifeministas. E esse "pouca gente" são só mulheres ou mulheres e homens? Se os homens contra o Feminazismo são poucos, isso explica muita coisa. E se poucas mulheres são antifeministas, mesmo poucas mulheres sendo feministas militantes, isso também explica muita coisa. Vou chegar lá na parte 2.

Na quinta-feira [24/07/2014], a revista americana Time validou a "moda" de mulheres contra o feminismo com um artigo ["Stop Fem-Splaining: What ‘Women Against Feminism’ Gets Right", http://time.com/3028827/women-against-feminist-gets-it-right] dizendo que alguns cartazes têm pontos relevantes, como afirmar que certas partes do feminismo reduzem todas as mulheres a vítimas e todos os homens a predadores. Eu odeio termos como "vitimização" e "vitimista", porque eles implicam que pessoas que de fato foram vítimas devem ficar caladas. "Vitimização", pra mim, é alguém "se fazer de vítima" por algo que não aconteceu ou que não tem importância. E não sei como estupro e violência doméstica entrariam nessas categorias.

Comentário: E condenar a Ku Klux Klan implica que órfãos e viúvos de mulheres brancas estupradas e mortas por negros nojentos devem ficar calados.

Ao mesmo tempo, é muito pouca gente que realmente se opõe ao feminismo. (...) Sei que é difícil de acreditar se lermos os comentaristas de grandes portais (...). Mas há mais gente que se assume feminista do que gente que se assume anti-feminista.

(...) Na quinta-feira [24/07/2014], a revista americana Time validou a "moda" de mulheres contra o feminismo (...).

(...) O que as anti-feministas têm em comum, além do desprezo por feministas? Elas são em sua grande maioria mulheres conservadoras. É só ver as anti-feministas famosas, como Ann Coulter, Phyllis Schlafly, Esther Vilar (ok, não existem muitas anti-feministas famosas) -- todas conservadoras.

(...) Uma excelente e divertida resposta às mulheres anti-feministas foi um tumblr criado faz poucos dias, o "Gatos Confusos contra o Feminismo". Alguém poderia fazer algo parecido aqui no Brasil, né? (fica a dica).

Os cartazes de gatos posando com dizeres anti-feministas incluem:

"Não preciso do feminismo porque sou pela opressão de todos os seres humanos", "Não preciso do feminismo porque preciso de atum. Onde está o atum? Eu pedi atum", ou "Eu me oponho ao feminismo porque eu amo caixas e todo mundo sabe que feministas odeiam caixas". São respostas tão eficientes que o tumblr já está fazendo sucesso na grande mídia.

Comentário: E por falar em grandes portais, o da Editora Abril tem a seção M de Mulher; o UOL tem a seção UOL Mulher; o Yahoo tem a seção Yahoo Mulher, onde a seção de sexualidade é de uma feminista que gosta de homem mas tem medo quando um chega perto; o portal da revista Época tem a seção Mulher 7 por 7. Entendeu por que pouca gente se manifesta contra o Lesbonazismo? Uma macaquice para caricaturar a oposição ganha tanto espaço quanto a própria oposição (quando ganha espaço). Não preciso do Feminismo porque se a mulher tiver mais conquistas, as críticas às mulheres vão diminuir e o castigo de quem fizer vai aumentar, os gatinhos vão ter mais medo de chegar perto de mim e eles vão ter mais medo se eu chegar perto deles.

Mais uma pérola feminista: mulheres lutaram pelas conquistas femininas... mas onde estavam elas?

Para a Time, um "argumento poderoso" das anti-feministas é que o patriarcado não existe. Afinal, um patriarcado que permite (a autora [Cathy Young, do artigo citado] realmente usa essa palavra, sem se dar conta da ironia e da contradição) que as mulheres votem, trabalhem, cursem faculdade, se divorciem, se candidatem a cargos públicos, e sejam donas de empresas, não pode ser considerado um patriarcado.

Ahn, sério?! Primeiro que não foi assim que aconteceu: um grupo de homens se reuniu e decidiu que, opa, tava na hora de deixar as mulheres terem esses direitinhos aí. Muitas mulheres -- mulheres que essas anti-feministas ignoram ou desprezam -- lutaram para que todas nós usufruíssemos dessas conquistas. Não foi um progresso natural da humanidade, sabe? Eleanor Roosevelt, primeira-dama americana entre 1933 e 45, já dizia: "Os homens precisam ser lembrados que as mulheres existem".

Mas quem foram essas mulheres guerreiras? Vou pegar o caso do Brasil.

1) Voto para mulheres: a Constituição de 1934 diz que "são eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei" (art. 108), mas a Constituição de 1891 dizia que "são eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei" (art. 70). As duas só têm nome de homem, mas não podia deixar de ser.

2) A pena por estupro deixando de depender de se a mulher é "virgem ou não, mas honesta" ou "publica ou prostituta" (Art. 268, Código Penal de 1890): Código Penal de 1942, Ministro da Justiça Francisco Campos, presidente Getúlio Vargas.

3) Proteção do trabalho da mulher: CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio Alexandre Marcondes Machado Filho, presidente Getúlio Vargas. No artigo 379 do decreto-lei original, o trabalho noturno (de 22:00 a 05:00) era proibido para mulheres com exceção para "a) as mulheres maiores de dezoito (18) anos, empregadas em empresas de telefonia, rádio-telefonia ou radiotelegrafia; b) as mulheres maiores de dezoito (18) anos, empregadas em serviços de enfermagem; c) as mulheres maiores de vinte e um (21) anos, empregadas em casas de diversões, hotéis, restaurantes, bars, e estabelecimentos congêneres; d) as mulheres que, não participando de trabalho contínuo, ocupem postos de direção".

4) Descriminalização da prostituição: Lei nº 12.015, de 7 de Agosto de 2009, Deputado Tarso Genro, presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o deputado falhou porque mudou o título do art. 228 do Código Penal de "Favorecimento da prostituição" para "Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual". Confundir prostituição com exploração sexual é como confundir cerimônia de casamento com violência doméstica.

5) Regulamentação da prostituição: projeto de lei PL 4211/2012, deputado Jean Wyllys, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). O deputado é esquerdista, bichona / ganda paneleiro, gayzista e anticristão (eu sou ateia, mas ele parece que só é contra o Judaísmo e o Cristianismo), mas se o projeto dele virar lei eu vou até me lembrar dele com mais carinho, porque vai me ajudar muito no meu segundo emprego, hehehehe.

Curiosidade da Constituição de 1891: O artigo 8º, parágrafo único, das Disposições Transitórias diz que "a viúva do Dr. Benjamin Constant terá, enquanto viver, o usufruto da casa mencionada [a casa onde ele morreu, transformada em patrimônio nacional]".

Ah, e uma pérola de um anônimo (ou uma anônima) nos comentários: "a primeira pessoa a criar um programa de computador foi Ada Lovelace. Sem ela os machos que produziram PCs, tablets, internet e notebooks seriam realmente inúteis". Ada Lovelace criou esse programa de computador de 1842 a 1843. O primeiro grupo feminista foi o Langham Place Circle, nos anos 1850.

Comentário de uma Mulher Anônima Contra o Feminismo 1

Sou contra feminismo por vários motivos,o primeiro é que vocês só respeitam a mulher que é feminista,várias vezes bastou eu dizer "não concordo com isso" para ser brindada com um monte de suposições e asneiras sobre mim " deve ser machista,homofóbica,racista..." e claro,quem discorda de algo,só pode ser burra e desinformada. Pois eu fiquei contra depois que comecei a ler blogs de feministas e a falar com feministas onde trabalho.

Não discordo de tudo,existe padrões de beleza que nos infernizam,muita violência contra as mulheres,mas o feminismo de hoje,porque eu não sei como era antigamente,parece machismo às avessas.

Já vi muita hipocrisia e padrão duplo no discurso de vocês.

Vocês sempre negam mas demonizam o homem sim,com a história de que todo homem é um estuprador em potencial,coisas que segundo vocês são os homens que dizem,eu nunca vi homem nenhum se gabando de que era um estuprador fodão e que tinha todo direito de fazer isso,só quem deve pensar assim,é o próprio estuprador.

Um exemplo claro da demonização de homens e vitimismo de algumas mulheres foram com dois posts,em um ,uma mulher perguntando se estaria abusando de uma garota de 16 ou 15 anos porque estava se relacionando com ela,acho que ninguém viu nada de errado,com essa idade a mulher já pode decidir por si.

Em outro,uma menina da mesma idade da outra,que se relacionava com um homem pela net,com fotos pornográficas,no texto dela estava bem claro que ela fez porque quis e gostava,mas como era com um homem(lixo opressor),a coisa toda virou abusou sexual,mesmo sem nenhum contato físico,manipulação,pressão psicológica...Meu deus!A garota não sabia o que fazia!

Mas ficou bem claro que ela tinha se arrependido do que fez e agora tinha que jogar a culpa em alguém(no cara,na escola,nos pais).

Porque na época ela não estava nem aí para nada e gostando da situação e ainda teve a cara de pau de jogar a culpa nos pais,sendo que eles uma hora descobriram,afastaram o cara e ela se lixou para ajuda,já que correu atrás dele de novo.

Vitimismo puro.

Então,sim,vocês se vitimizam sempre e isso não quer dizer que mulher não seja vítima de nada,de violência nenhuma,só que nem sempre somos vítimas,mulher também faz merda e erra.

E tem outras coisas que eu discordo e as feministas ficam putas.

-Homem agredindo mulher é errado,ao contrário não é tanto assim,porque a gente não é tão forte.

-Feministas se preocupam com o mundo inteiro mas só querem resolver problemas de metade população,os das mulheres,os homens que se fodam e se virem,mas ao mesmo tempo quer que eles ajudem a causa feminista.

Coerência cadê você???

Não vou falar mais,mas não tenho a esperança de que vocês acreditem que eu seja mulher,nem vou por meu nome,já que vocês acham que esse movimento é realmente incrível,a verdade absoluta,sem erros,que é impossível uma mulher não engolir tudo que vocês falam.

Comentário de uma Mulher Anônima Contra o Feminismo 2

Absurdo mesmo! Eu e outras mulheres não sermos feministas,por quê será?

Por que temos direito a opinião própria e não obrigadas a engolir tudo que vocês fala?

Por que não temos que achar que todos os problemas do mundo se resumem a machismo,que tudo é culpa dos homens,que mulheres são santas e nunca erram,nunca cometem crimes,não achar que todo homem é um estuprador em potencial,não sair na rua aterrorizada(como vocês garantem que toda mulher age ),não me vitimizar o tempo todo,não achar que tenho direito de abortar,não achar que devo minha vida a vocês,não ver coerência em ser contra objetificação feminina e ser a favor de prostituição e usar o corpo para aparecer e conseguir algo,vide marcha das vadias?

Claro que não!não seguimos cegamente o feminismo porque somos burras,ignorantes,mal sabemos ler,que só querem atenção e um pouco de ração de algum macho!

Dispenso me unir a mulheres hipócritas,arrogantes,que se julgam donas da verdade.

Mudem o discurso hipócrita de vocês de respeito a diversidade,quando mal conseguem respeitar opiniões divergentes.

*Apesar de ser burra o bastante para não ser uma feminista,não sou racista,homofóbica,não chuto cachorros. Segundo vocês,quem não é feminista é um lixo humano,enquanto vocês estão cheias de amor no coração.

Dá para notar...

Beijinho no ombro queridas!

Apêndice

Trechos do que eu escrevi em "Quem não é contra o lesbocomunismo é parte dele – parte 2: de onde saíram tantas mulheres contra o feminismo?", 26 de fevereiro

(http://avezdasmulheres.blog.com/2014/02/26/quem-nao-e-contra-o-comunismo-e-parte-dele-parte-2)

Eu defino Feminismo como justificar tudo que uma mulher é e faz, dar todo o suporte a toda a baixeza de espírito dela, dar a ela os direitos que ela tem e os que não tem só por ela ser mulher e defender o que satisfaz ou beneficia às piores mulheres como regra para a sociedade como um todo. (...)

(...) Explicando melhor: ser contra pelo menos parte do Feminismo virou obrigação psiquiátrica para pessoas comuns e agora até estratégica para quem não tem patrimônio moral; defender o Feminismo na íntegra é coisa de lésbicas insensatas, sindicalistas e homens frouxos esquizofrênicos.

(...) Uma mulher deve muito aos homens, principalmente aos homens que prestam, inclusive a oportunidade de fazer feminismo no mundo desenvolvido. Se uma mulher não está interessada em fazer mais pela sociedade, principalmente os homens que prestam, do que a sociedade faz por ela, ou, no pior dos casos, recebe mais da sociedade ou dos homens bons do que dá a eles sem ter vergonha, humildade ou gratidão, ela deve ser classificada como feminista.

Trechos do que eu escrevi em "Minha vida sexual não me desqualifica", em 27 de agosto de 2009

(http://avezdasmulheres.blog.com/2012/09/12/minha-vida-sexual-nao-me-desqualifica)

Eu nunca fui prostituta, eu transo com vários por prazer mesmo, e isso não me desqualifica. O que desqualifica uma mulher é ela se separar metendo a mão no patrimônio do marido e ainda jogar os filhos contra o pai ganhando pensão dele.

Eu já desvirginei rapazes que tinham namorada que amarrava sexo até o casamento, e isso não me desqualifica. O que desqualifica uma mulher é ela engravidar pra prender um homem ou ganhar pensão.

(...) Eu tenho vários amigos homens que transam comigo e todos eles gostam de mim pelo que eu sou e pelo sexo, e isso não me desqualifica. O que desqualifica uma mulher é ela ter um marido que só está com ela por causa dos filhos.

(...) Dizem que eu sou muito bonita e atraente, mas eu não dou uma de gostosona quando um gatinho chega junto, e se eu vir que vale a pena eu dou pra ele sem frescura, e isso não me desqualifica. O que desqualifica uma mulher é ela achar que ser mulher bonita e ter um corpo bonito dá o direito de ela ter o defeito que quiser.

(...) Eu vejo muita coisa boa e produtiva na internet, e também estou num grupo de foto de homem pelado, e isso não me desqualifica. O que desqualifica uma mulher é ela cuidar muito do cabelo e pouco do que tem na cabeça.

(...) Eu perdi minha virgindade aos 14 anos com dois rapazes, e isso não me desqualifica. O que desqualifica uma mulher é ela achar que o valor e o caráter de uma mulher têm a ver com ela gostar de sexo.

Trechos do que eu escrevi em "O antifeminismo será comandado pelas mulheres? - parte 2: minha previsão do futuro do antifeminismo", 06 de dezembro de 2012

(http://avezdasmulheres.blog.com/2012/12/06/antifeminismo-comandado-pelas-mulheres-parte-2)

Eu descobri as pérolas da parte 1 de um ano pra cá. Aí eu fiquei meio chateada porque até uns dois anos atrás, eu era quase a única mulher que denunciava o feminismo e a canalhice feminina em geral, e tinha isso como diretriz de um trabalho na internet. Fora isso, era só uma mulher ou outra com talvez um ou outro texto sobre algum ponto específico. Quando eu comecei o trabalho em 2006, eu fiz isso apenas por amor à ética e ódio à imaturidade das mulheres em geral. Vi algumas coisinhas erradas, achei que isso devia ser mais discutido e eu mesma decidi colocar certas coisas às claras. Mas o que me deixou chateada não foi perder o monopólio da defesa do caráter, da maturidade, do ateísmo, da anarquia e da putaria por uma mulher. Foi que em primeiro lugar a coisa era pior do que eu pensava no começo, em segundo lugar algumas mulheres de medianas para cima que não fariam (e não fizeram) o que eu fiz em 2006 acharam que a coisa estava feia demais para continuarem não dando a cara a tapa.

(...) E por que as mulheres podem ser as principais responsáveis por parar (embora não destruir) o feminismo? Por um lado, pelo lado bom do feminismo (para as mulheres medíocres): o feminismo busca poder para as mulheres apenas por serem mulheres. O masculinismo é um movimento reativo, que luta para que os homens não sejam prejudicados só por serem homens. Pelo outro lado, pelo lado mau do feminismo (para todos): o destaque social de cada vez mais mulheres medíocres ou de mau caráter vai destruir os homens, prejudicar a coletividade como um todo e colocar as mulheres umas contra as outras. Teremos mulheres passando dificuldade financeira porque o marido foi destruído financeiramente pela ex-mulher que está ganhando pensão, e lutando contra a pensão alimentícia. Teremos mulheres contra o aborto. Teremos mulheres lutando contra a discriminação de outras mulheres no mercado de trabalho.

Mas toda esta luta não vai ser movida por princípios éticos elevados ou amor ao próximo, pelo menos não necessariamente. (...) As mulheres numa fase avançada do feminismo vão ser vítimas da máquina feminista, das leis feministas, de si mesmas ou umas das outras. Ou, com um pouco mais de juízo, podem se antecipar a isto e fazerem as suas mudanças pessoais e tentar melhorar um pouco o mundo. Num futuro próximo, podemos ter a maioria dos homens ouvindo falar de antifeminismo ou de direitos dos homens pela primeira vez através de uma mulher. Algumas mulheres antifeministas podem agir por motivos um pouco mais nobres que egoísmo contrariado ou até mesmo por arcaísmos como religião e valorização da família e da moral vitoriana. Mas talvez elas comecem a agir antes que os homens percebam o que está acontecendo - talvez eles estejam começando a ser exterminados ou abortados em massa até lá.

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