A influência do passado sexual
(Marxismo Cultural, 16 de Março de 2013, http://omarxismocultural.blogspot.com.br/2013/03/a-influencia-do-passado-sexual.html)
Mais um homem que pede "conselhos" para algo que deveria ser relativamente fácil de decidir. Com comentários do blogue "Alpha Game Plan"
QUERIDA ABBY: A minha mulher é eu estamos casados há 5 anos. Descobri recentemente que, quando ela tinha 19 anos, ela fez entre 10 a 20 filmes pornográficos. Nós casamo-nos quando ela tinha 27 anos, e temos 4 filhos de dois casamentos anteriores.
Estou devastado.
Quando a confrontei com isto, ela chorou de uma forma que eu nunca a tinha visto chorar, e disse que este foi o maior erro da sua vida. Entendo que seja difícil dizer a alguém sobre isto. Eu mesmo também não levei uma vida perfeita, e também tenho os meus esqueletos no armário (dos quais nunca faria menção).
No entanto, não consigo superar esta situação. Nunca senti uma dor como a que sinto agora e não sei o que fazer. Amo a minha esposa e não quero o divórcio, mas isto [o facto dela ter feito 10-20 filmes pornográficos] assombra-me todas as noites.
Temos uma excelente vida e eu tenho total confiança nela. O que é que tenho que fazer para superar esta situação?
Assinado: DEVASTADO NOS ESTADOS UNIDOS.
A resposta da "conselheira" não foge muito ao que seria de esperar (como já visto aqui):
CARO DEVASTADO: Um passo gigante na direcção certa seria aceitar que ambos tinham um passado antes de se casarem, e que ambos fizeram coisas das quais não estão orgulhosos.
Todas as pessoas têm um passado mas nem todos os passados têm o mesmo peso matrimonial. Certamente que a esposa sabia antecipadamente que os homens não se querem casar com "actrizes" pornográficas, mas mesmo assim, ela escolheu esconder esta informação. O próprio facto dela o ter escondido demonstra que ela sabia que este passado seria muito relevante se o marido (ou futuro marido, na altura), tivesse conhecimento antes de casar.
A colunista continua:
Depois disto, faça uma lista de todas as coisas boas que vocês têm juntos, e perdoe a sua esposa por ter feito erros dolorosos no passado, dos quais ela se encontrava demasiado envergonhada para revelar.
Note-se como o foco passou do que o homem sente, para o que a mulher sente. O propósito da colunista não é ajudar o casamento, nem ajudar o homem que entrou em contacto com ela, mas remover da mulher o estigma dum passado que, a ser sabido antes do matrimónio, seria suficiente para que o casamento não se verificasse.
Certamente que isto [fazer uma lista das "coisas boas" que eles têm juntos] é melhor do que divorciar a mulher por uma coisa que ela não pode mudar.
A implicação disto é que se ela - a esposa - pudesse mudar o passado, então já seria moralmente aceitável pedir o divórcio; como ela não pode mudar o passado, então o melhor é o homem suprimir a sua natural aversão pela mulher promíscua, e manter-se casado com ela. Ou seja, o que ele sente é irrelevante: o que interessa é o que ela sente.
Se isto não funcionar, então será aconselhável procurar aconselhamento matrimonial.
Este "aconselhamento matrimonial" terá como propósito único condicionar o homem de modo a que ele altere a sua psicologia e se sinta "bem" em ter como esposa uma mulher que, a troco de dinheiro, disponibilizou o seu corpo para a degradação sexual com vários homens potencialmente contaminados com DSTs.
Mas este será um esforço condenado ao fracasso porque a rejeição que o homem tem pela mulher promíscua está embutida na sua psicologia masculina; ela não pode ser alterada através da lei nem através da pressão social ("shamming").
* * * * * * *
Até pode ser que estejamos errados, mas acho que a maior parte das mulheres entende que ter um passado como "actriz" pornográfica não pode ser considerado um acréscimo matrimonial.
A reacção da esposa pode ser indício de que ela foi realmente apanhada de surpresa (ou então não foi suficientemente rápida em voltar a situação ao contrário e acusar o marido de infidelidade por assistir filmes pornográficos). Mas levemos em conta que nós estamos provavelmente a falar dum N ([N = números de parceiros sexuais] que varia dos 10 aos 50 (e isto falando só dos parceiros sexuais que ela teve nos filmes, fora os que ela teve na vida pessoal). Vamos assumir que o N é 30.
Se as mulheres são capazes de entender o quão desagradável é para o homem casar com uma mulher que teve 30 parceiros sexuais durante a sua "carreira cinematográfica", porque é que é tão difícil para algumas entender que fornecer os mesmos serviços sexuais gratuitamente não é mais aceitável para os homens, (quer existam ou não câmaras em redor)?
Devido a isto, a ideia de que o passado pornográfico é intrinsecamente pior que um outro passado não-pornográfico, mas com o mesmo número de parceiros sexuais, é dúbio. Afinal, o que é pior: 1) uma mulher que afirma que fez o que pelo dinheiro, ou 2) outra que afirma tê-lo feito de graça? E qual das duas mulheres é mais susceptível de trair o marido: a mulher que fez o que fez pelo dinheiro, ou aquela que fez o que fez apenas e só porque teve vontade de o fazer?
É perfeitamente lógico o homem rejeitar a mulher promíscua - quando se fala em casamento - porque a vida sexual passada é uma forma válida do homem projectar que tipo de esposa ela vai ser.
Conclusão:
Hoje em dia as mulheres pedem o divórcio pelos motivos mais frívolos, mas os homens aparentemente não tem apoio social na sua decisão de se divorciar duma mulher que 1) fez filmes pornográficos e 2) escondeu que fez filmes pornográficos.
Ver também: Colunista feminista chocada por descobrir que os homens não se querem casar com mulheres promiscuas
Comentários de A Vez das Mulheres de Verdade / A Vez dos Homens que Prestam
Primeiro, a parte da discordância. Com a parte da moral cristã, o amigo Lucas erra na parte do "vários homens potencialmente contaminados com DSTs" (já ouviram falar da Adult Industry Medical Healthcare Foundation?) e na parte do adultério. Quando uma vadia procura casamento, é porque está em fim de carreira e querendo abafar o passado, e a proporção de adultério entre mulheres que se casaram virgens ou tiveram dois ou três homens na vida antigamente não devia ser muito diferente de entre as "liberais" de hoje depois de casadas. E eu também sempre achei que homem que faz questão de mulher virgem é inseguro. Fora que eu não consigo entender um homem ter tanto horror em uma mulher ser prostituta, modelo erótica ou atriz pornô, eu até fiz uma estorinha sobre isso. Lembrando que eu não sou prostituta nem fiz filme pornô, eu me especializei na área mas não exerço como profissão, hehehehe.
Mas até em um caso desses, o que eu tenho em comum com essa turma de cristãos tradicionais capitalistas defensores da castidade é mais do que o que eu tenho de discórdia. Esse caso é o típico do que os meninos da Real (masculinistas brasileiros) contam: a moça tinha 27 anos quando se casou, já tinha filhos, escondeu o passado enquanto pôde, e certamente o rapaz foi o que a Real chama de "capitão salva-putas". Se ele ficou espantado, é porque a esposa além de esconder o passado, agia de uma forma que não deixava ele imaginar nada perto disso. Toda vadia é moralista depois de velha. Lembrando que eu não sou vadia, porque vadia é mulher "liberal" com mau gosto. E podem apostar, a família dela também não sabia de nada. Mesmo assim, eles não são tão inocentes: pai de "ex-vadia" quer genro "respeitador". Nenhum rapaz começa a namorar uma garota e o pai, a mãe ou os irmãos dizem que ela perdeu a virgindade aos 14 anos com o pior marginal do bairro, teve filho com homem casado ou roubou namorado de outra. E se ela namorou com um cafajeste ciumento atrás do outro dos 14 aos 25 anos, é o rapaz bom, trabalhador e bem de vida que leva na cara tudo que a família e a queridinha queriam ter dito e feito com os anteriores.
E depois da safadeza toda (de mau caráter, não de sexo), casamento aberto, nem falar, né? Nem apresentar as amigas, nem deixar chegar perto da irmã bonita. Podem apostar que foi o caso aqui também.
Ser casado com uma mulher companheira, simpática e safada que assume o que é e o que foi é legal pra caramba. Uma vida sexual gostosa, ele tem as amigas dela, ela tem os amigos dele, as amigas dela abrem as pernas pra ele e ela não acha ruim, ela transa com os amigos dele e ele vai vendo que não é o fim do mundo, os dois conhecem gente nova, eles conversam com os amigos com coisas sérias e engraçadas, ela fazendo piada que deixa os outros casais e as mães separadas com crianças sem graça, o povo falando mal dela, ela falando pior do povo que fala mal dela. Eu sei disso porque eu tenho amigos homens e alguns já comentaram sobre como seria se um homem tivesse coragem de se casar comigo, hehehehe. O problema no caso mostrado não foi o passado, foi a dissimulação. Viva a putaria! Abaixo a falsidade!
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