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terça-feira, 30 de maio de 2023

Notas sobre anglofilia

Abigail Pereira Aranha

1) Algumas notas minhas no VK: anglofilia[01]

Os poucos antiesquerdistas que parecem inteligentes confundem anglofilia com alta cultura. "Anglofilia" foi um neologismo que eu fiz agora: é a veneração pela Inglaterra e por suas colônias desenvolvidas, mais notoriamente os Estados Unidos. Até o finado prof. Olavo de Carvalho caiu nessa, mesmo depois de registrar na introdução de "O Imbecil Coletivo" que o Brasil começou a imitar a cultura estadunidense depois de que essa cultura já estava em decadência. A anglofilia é um pedantismo de herdeiros de elites agrárias falidas dos países católicos da América. Pra dar uma ideia do problema, deixo algumas perguntas.

1) Por que nenhum liberal comenta que a prostituição é crime nos Estados Unidos, com uma época em que policiais homens se fingiam de clientes e policiais mulheres se fingiam de prostitutas só pra dar flagrante?

2) Se o Protestantismo é um valor dos Estados Unidos e da Inglaterra, por que a única liderança protestante inglesa foi o rei Henrique VIII?

3) Por que os conservadores antifeministas não comentam que foi nos Estados Unidos e na Inglaterra que o Feminismo surgiu, e como onda conservadora?

4) Como um país evoluído de gente bonita e culta pode ser um lugar onde qualquer vaca semianalfabeta brasileira que detesta quem tem QI maior que o dela quer entrar como imigrante?

2) Algumas notas minhas no VK: a cultura do Primeiro Mundo, parte 1[02]

Pessoal, se lembram do que eu disse sobre por que eu traduzo alguns textos meus pro inglês, pro espanhol, pro italiano e pro francês, às vezes textos baseados em notícias do Brasil? Antes de reproduzir essa lista, eu gostaria de chamar a atenção pra um outro ponto, que eu me dei conta agora: se o desnível intelectual-cultural do Primeiro Mundo em relação ao Brasil acompanhasse o desnível econômico, um brasileiro típico teria ojeriza ou vergonha de estar lá, talvez até mesmo enquanto fala, aqui, sobre esses países.

Com 30% a mais de QI médio que o do Brasil, que é 83[03], um país teria 108. Como é a vida de uma pessoa com esse QI no Brasil? Tem poucos interlocutores a não ser que aceite um nível mais inculto de conversa; é vista como arrogante; ganha inimizade dos chefes e dos colegas de trabalho que sabem menos que ela; a mulher é cristã conservadora pros progressistas e promíscua pros cristãos conservadores; acontece a mesma coisa entre as pessoas da própria família; e por aí vai. No entanto, qualquer semianalfabeto brasileiro que faz viagem de 3 ou 5 dias pro Primeiro Mundo volta contando sobre a viagem pros colegas de trabalho, e a ninfeta fútil do atendimento ao público e a faxineira favelada ainda perguntam sobre mais detalhes. E qualquer velha inculta moradora de bairro pobre conta com gosto quando tem um filho que mora no Primeiro Mundo, que provavelmente chegou como imigrante ilegal.

Se o brasileiro típico é dinherista, inculto, pequeno de espírito e não consegue conceber algo maior do que a mediocridade do ambiente em que cresceu, isso ainda não explica que ele não se sinta desconfortável em ver, por imagem ou presencialmente, a diferença pra melhor entre o Primeiro Mundo e o Brasil. Porque, por isso mesmo, a visão de algo de qualidade intelectual-cultural superior será constrangedora ou no mínimo estranha. Como esse brasileiro vai associar um país de Primeiro Mundo a monumentos, lugares bonitos, comidas diferentes, produtos de primeira qualidade e mulheres bonitas? Tirando a parte das mulheres (que é uma questão genética, e chamo a atenção pra que mesmo elas não são associadas a uma sexualidade liberal a não ser por maledicência provinciana), nada disso traz ao brasileiro um sinal opressor de uma superioridade intelectual-cultural humilhante. Por sinal, até alguma literatura dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França, por exemplo, é exibida por farsantes intelectuais daqui.

Agora eu copio um trecho do meu texto "O Petrolão da CoViD-19 e o preço da estupidez", de 12 de agosto de 2021[04]:

"Eu comentei uma vez sobre o meu estranho hábito de traduzir em 4 idiomas textos meus sobre atualidades do Brasil, em algum ano antes da fraudemia da gripe chinesa. O motivo pra isso, eu dizia, era compartilhar com leitores não-lusófonos alguma coisa relevante e não-regional que eu aprendia da minha experiência cotidiana. A intenção era essa também com leitores de Portugal, Moçambique e Angola, que eu sabia que tinha. E a minha experiência cotidiana, ou a sua, é a de uma pessoa que vive em algum lugar do mundo, fala algum idioma, é homem ou mulher, etc. No meu caso, eu sou uma mulher brasileira, que vive no Brasil e fala português. Por um lado, isso me leva a escrever coisas que eu não diria (ou nem saberia) se eu fosse dos Estados Unidos ou do Norte da Índia. Por outro lado, se eu não for uma pessoa intelectualmente pequena, eu posso apresentar, como moradora do Brasil, uma reflexão que um leitor dos Estados Unidos, da Índia ou mesmo de outro país lusófono não vê de forma corriqueira; ou mesmo no Brasil, eu posso apresentar, como uma garota que nasceu e mora no estado de Minas Gerais, uma observação não corriqueira para um leitor do estado do Pará ou do estado de Pernambuco. E nos meus relatos breves da minha vida de licenciosidade, eu também trago pontos para reflexão. Depois desse comentário, o caso da 'plandemia', ou 'panicodemia', me mostrou que o resto do mundo é ainda menos diferente do Brasil do que eu imaginava naquela época."

3) Algumas notas minhas no VK: a cultura do Primeiro Mundo, parte 2[05]

O desnível intelectual-cultural entre o Primeiro Mundo e o Brasil é tão menor que o desnível econômico, urbanístico, industrial, tecnológico ou mesmo acadêmico que um brasileiro típico ainda pode ter uma informação entre superficial e razoável sobre qualquer pessoa do Primeiro Mundo que tenha destaque acadêmico, literário, empresarial, político ou artístico e imaginar que poderia estar no lugar dessa pessoa, com coisas tão simples e fortuitas como nascer naquela família, crescer naquele lugar, ter a oportunidade e o dinheiro pra estudar onde aquela pessoa estudou, conhecer certas outras pessoas ou, quando a pessoa em questão é mulher, ter nascido uma mulher com um certo perfil físico. O brasileiro típico não chegou ao nível de psicose de rebaixar a esses termos uma inteligência, uma bibliografia ou uma conduta moral de superioridade humilhante (e eu lembro que conduta moral de alto nível não é e não se mede pelo nível de gimnofobia e aversão ao sexo).

4) Mais notas sobre a anglofilia

A cidade de Londres foi criada no século I pelo Império Romano, e o inglês é um dialeto do latim. Isso ilustra como o Reino Unido de certa forma tenta ser ou pensa que é o Império Romano: na área política, o expansionismo para a América, a África, a Índia e a Oceania; na área religiosa, um Catolicismo melhorado junto com um puritanismo inquisitorial, que a Coroa inglesa levou para onde conseguiu chegar. Ah, os países anglófonos tentam fazer o inglês ser o latim (de certa forma, até conseguiram). Nossos bisavós tinham as nossas idades quando a língua chique era a francesa, e os nossos avós, no caso do Brasil, tinham as nossas idades quando ouviam músicas em italiano. Ops! "Chic" vem do francês.

A frase "ninguém nunca perdeu dinheiro por subestimar a inteligência do povo norte-americano"[06] foi atribuída ao jornalista Henry Louis Mencken. Na verdade, ele disse "nunca ninguém neste mundo perdeu dinheiro ao subestimar a inteligência das grandes massas do povo simples"[07], na coluna de 18 de setembro de 1926 do jornal "The Evening Sun", de Baltimore, estado de Maryland, Estados Unidos. Aquela versão é como foi registrada na seção de carta de leitores do jornal "Richmond Times-Dispatch" de 1º de junho de 1935 (obrigada ao Quote Investigator[08]). Não faz muito tempo que podíamos ver esquerdistas que conseguiam mostrar como os Estados Unidos tinham gente burra tanto na política quanto na população geral. Se lembra do Michael Moore?

A anglofilia leva os conservadores a exaltarem a Revolução Americana enquanto, por serem conservadores, demonizam a Revolução Francesa. A Revolução Americana aconteceu, numa descrição rápida, quando a Coroa britânica tentou tratar os Estados Unidos como uma colônia comum, como a Guiana Inglesa ou Serra Leoa. Os Estados Unidos não conheceram o Feudalismo. A França antes da Revolução Francesa sim, e teve a revolução contra ele. A queda política da Igreja Católica Apostólica Romana virou mágoa dos conservadores até hoje. Ah, a Revolução Francesa trouxe os conceitos de direita e esquerda na política, mas o Conservadorismo, também daquela época, é o que hoje é chamado de direita (ou extrema direita). A direita original é algo como a centro-esquerda de hoje, a ala revolucionária que queria construir a revolução com a velha ordem. E o progresso que veio com a Revolução Francesa, que dividiu Idade Moderna e Idade Contemporânea, criou o rancor dos conservadores contra a modernidade. Se os Estados Unidos e o Canadá, ex-colônias britânicas, não tivessem se tornado países desenvolvidos, o Cristianismo hoje seria quase uma crendice do Terceiro Mundo junto com o vodu e as religiões indígenas sul-americanas, só que com mais adeptos.

Eu já disse uma vez que o orgulho que alguns têm de serem negros, eu tenho de ser branca[09]; e um dos motivos é a liberdade que eu tenho aqui, por influência da colonização europeia, de ser ateia, de compartilhar ideias com vocês com um pouco de pornografia no meio e de ter bons momentos inclusive sexuais com amigos e colegas de trabalho homens. Mas se a Revolução Francesa tivesse chegado na Inglaterra e nos Estados Unidos, teríamos um mundo ainda melhor? É uma boa pergunta. Porque hoje é fácil comparar a África com a Europa ou a Ásia com a Europa no sentido sociopolítico, é fácil mostrar o que a Europa levou de bom praqueles lugares, mas comparar um país europeu com outro e imaginar como seria o mundo se um estivesse na posição de influência do outro é complicado. E por isso é complicado perceber e analisar o que eu chamo aqui de anglofilia.

Os conservadores brasileiros que falam em guerra cultural conseguem ver os Estados Unidos e a Inglaterra, ao mesmo tempo, como terras da literatura de alto nível e como matrizes de tudo que é vulgar ou idiota nas artes e entretenimentos e de toda a loucura esquerdista que chegava ao Brasil na década seguinte (hoje em dia, quase em tempo real); da mesma forma que, dentro dos tópicos religiosos, como terras dos maiores e mais sérios pregadores cristãos conservadores e como origem de todas as heresias escandalosas e todas as infiltrações esquerdistas no meio cristão, além de capital de tudo que é bruxaria e pornografia. Alguns conservadores podem contar como os Estados Unidos e a Inglaterra, tanto os governos quanto a iniciativa privada, financiaram a industrialização da União Soviética, a industrialização da China socialista e o terrorismo islâmico; enquanto outros conservadores (e alguns deles mesmos) louvam os Estados Unidos como a capital da liberdade individual e do Capitalismo "laissez-faire" (deixem fazer, em francês). Não diz a própria Bíblia que "não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons"? Ou que uma fonte não pode dar água doce e água amarga? (Mt 7: 18 e Tg 3: 11, 12)

Eu disse aqui e ali que a trama contra o Conservadorismo é uma trama política e cultural socialista contra o povo de verdade.[10] Eu também disse indiretamente, mas eu mais demonstrei que verbalizei, que eu prefiro estar ao lado de conservadores e criacionistas contra a trama da engenharia social da esquerda recente do que estar ao lado dos esquerdistas que se dizem ateus. Eu disse e não retiro. Mas aqui, eu argumentei rapidamente que o Conservadorismo é praticamente uma veneração ao império inglês, que é uma imitação da Igreja de Roma. Um sinal de como a cultura angloamericana é superestimada é que mesmo no século XXI, os conservadores vencem com dificuldade ou perdem para uma esquerda de bandidos, doentes mentais e "losers" que faz ofertas demagógicas à parte mais fracassada e semianalfabeta do eleitorado; em outras palavras, os conservadores têm em pé de igualdade, mesmo na área político-eleitoral, um gênero de adversários que seria caso de cadeia ou de hospício aos olhos de uma coletividade mentalmente normal.[11] Outro sinal é que quando os conservadores falam em "guerra cultural" no século XXI, mesmo depois de uma série de insanidades da militância progressista, eles ainda parecem suas próprias trisavós se juntando a uma multidão na sua localidade rural do interior para queimar livros ou agredir uma mulher menos feia e sexualmente reprimida que elas.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[01] Abigail Pereira Aranha, 29 de junho de 2022 às 12:39. https://vk.com/wall546824903_2733

[02] Abigail Pereira Aranha, 27 de março de 2022 às 18:32. https://vk.com/wall546824903_2426

[03] "Countries by IQ - Average IQ by Country 2022", World Population Review, https://worldpopulationreview.com/country-rankings/average-iq-by-country

[04] "O Petrolão da CoViD-19 e o preço da estupidez", 12 de agosto de 2021. A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/08/petrolao-da-covid-19.html

[05] Abigail Pereira Aranha, 28 de março de 2022 às 22:44. https://vk.com/wall546824903_2452

[06] https://www.pensador.com/frase/MjkzMDAzMA

[07] https://grandescitacoes.com/nunca-ninguem-neste-mundo-perdeu-dinheiro-ao-subestimar-a-inteligencia-das-grandes-massas-do-povo-simples-nem-nunca-ninguem-perdeu-um-cargo-publico-por-isso

[08] "No One in This World Has Ever Lost Money by Underestimating the Intelligence of the Great Masses of the Plain People". Quote Investigator, 1º de março de 2020. https://quoteinvestigator.com/2020/03/01/underestimate

[09] "Por que eu tenho orgulho de ser branca", 28 de maio de 2010, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2010/05/por-que-eu-tenho-orgulho-de-ser-branca.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2010/05/por-que-eu-tenho-orgulho-de-ser-branca.html

[10] Especificamente sobre isso, no subtítulo "O combate ao povo de verdade passa pelo combate ao Cristianismo" do texto "O primeiro Estado além da família", 29 de abril de 2023. A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2023/04/o-primeiro-estado-alem-da-familia.html#subtitulo6; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2023/04/o-primeiro-estado-alem-da-familia.html#subtitulo6

[11] Aparentemente, eu só observei os casos da esquerda desastrada nos governos federais da América do Sul. E realmente eu fiz isso, mas como exemplo prático que também pode ser aproveitado pelo Primeiro Mundo. Por sinal, os Estados Unidos têm hoje a sua Dilma Rousseff, o presidente Joe Biden empossado por fraude eleitoral.

Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "Notas sobre anglofilia", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2023/05/notas-sobre-anglofilia.html
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "Notas sobre anglofilia", https://avezdoshomens.blogspot.com/2023/05/notas-sobre-anglofilia.html

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