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sábado, 14 de setembro de 2013

Universitária denuncia colega à universidade pelas costas... porque a moça é cristã de direita

Postagem original (sem atalho porque vai ser tirada do ar amanhã)

Notem só o que me aconteceu (deixarei disponível por apenas 24 horas, e peço que não compartilhem): Ao ser "descoberta" em minha condição de conservadora ao ter meu fb. vasculhado, uma colega resolveu fazer "denúncias" contra mim no meu curso. (Sim, uma denúncia, porque já virou crime e não me avisaram!)

Acho que até o momento, por semanas, ela viveu na névoa brilhante da ilusão de que eu não sabia de nada, afinal, a tratei tão bem quanto trato aos demais. Hoje resolvi informá-la de que sua tática, famosa fofoca, não é desconhecida por mim. (Ocultei o nome pois a pessoa a quem destina-se a mensagem se identificará imediatamente, e aos demais, não é importante o nome).

Segue a mensagem:

Oi "fulana", pelo visto você ficou incomodada com minha conduta, mais provavelmente, posição política. No lugar da honesta e digna postura de me dizer que não concorda comigo, ou qualquer outra coisa razoável, você resolveu incorporar a comadre fofoqueira - ou a típica intolerância esquerdista com a posição contrária, ou simplesmente esse pode ser seu caráter mesmo de peçonha oculta - e desta forma, falar "mal" de mim aos colegas e professores.

Agora, faça um exercício de afastar-se de si mesma, e observe essa cena de longe, como um observador: "uma mocinha desocupada está a vagar pelo facebook, então ela resolve procurar os coleguinhas de mestrado (ou encontra por acaso). Ao achar o perfil de uma colega em específico fica a fuçar nas postagens públicas, apavoradíssima com tamanho pensamento retrógrado (pelas barbas de Marx!! Que absurdo!!) e diferente do seu próprio. Percebendo a nítida diferença entre o que povoa sua mente e a de outrem, sai a chamar as pessoas e mandar o link do perfil da tal colega. Não bastando esse desserviço medíocre, considerando-se o baluarte da verdade política e detetive-mor da Universidade, resolve "denunciar" a colega aos professores." Somente esse exercício seu de auto-conhecimento, e auto-avaliação já seria suficiente para perceber a mediocridade do ato em si, e ainda deixar brechas a pensar se a mediocridade não é de todo um elemento da pessoa mesma

Deixo essa avaliação com você, já que, você é a pessoa que ocupa-se com a vida alheia e quem sabe tenha tempo de ocupar-se com a própria vida.

Sei dessas suas aventuras online há semanas, no entanto, só hoje tive a "paciência" de procurar seu perfil. Deve ser porque me importo menos com você do que você comigo. De toda forma, resolvi procurá-la para ensinar uma única coisa, a saber: >> A Universidade é um lugar onde há espaço, ou deveria haver, para a pluralidade de pensamentos e expressão dos mesmos.<< Mesmo havendo esse espaço, não me recordo de ter feito uso dele para expor minhas convicções religiosas ou políticas, e indo adiante, ouço todos os dias todas as opiniões de vocês, diferentes da minha, com absoluta tranquilidade, paciência e quiça, até mesmo, indiferença. Não bastando isso, faço apresentação de livros sobre os quais não concordo inteiramente conseguindo expor a idéia do autor sem a necessidade de chorar minhas diferenças. Se você não tem esta mesma capacidade, sugiro que no primeiro dia de aula exponha aos seus colegas: "Não tenho estrutura para ouvir opiniões diferentes sem ficar absurdamente chocada e necessitar em seguida fazer um alarde infernal e uma fofoca mítica sobre o diferente!" Tendo eu passado no seletivo, como você, tenho direito a cursar no Programa e a ter uma orientadora, se isso tira seu sono a ponto de comentar por aí, lute para que a Universidade passe a seguir somente o seu gosto, como se fosse a Rainha-do-mundo-acadêmico. Faça isso mudando a legislação ou as Normas do Programa acrescentando algum artigo em tais moldes "Fica vetado o ingresso de alunos com posição política contrária a de "fulana de tal" nas Instituições de Ensino Superior do Brasil." Até lá, aceite os fatos com dignidade.

Também digo que deste dia em diante esse acontecimento representará o mesmo que nada em minha mente, de forma que mesmo esbarrando com sua pessoa dentro da sala de aula não levarei em conta. Não me preocupa discutir ou falar sobre as pessoas, no programa meu interesse é aprender, nem tenho intenção de perder mais um segundo sequer nessa baboseira. Também jamais entrarei em discussões políticas ou ideológicas com você, em aula ou fora dela, os motivos são evidentes, mas é bom ressaltar um: se a senhorita fosse honesta e estivesse interessada em argumentos, não falaria contra pessoas e sim contra ideias.

Findado esse esclarecimento, que eu tive a decência de fazer para que você não siga sua vida na ilusão de que eu não tenho conhecimento do seu "tipo" e da mediocridade desse seu ato, digo ainda que podes verificar com seus colegas se algum momento proferi qualquer tipo de comentário contra sua pessoa ou atribui qualquer adjetivo negativo. Se verificar com minuciosidade perceberá que a única vez que lhe atribui algum foi dizendo "é muito bonita". Logicamente eu falava da parte física, exterior. Quanto ao resto não parece bom eu sair comentando por aí. Por fim, sucesso e ótimo final de semana.

Att, Ana.

Comentários de A Vez das Mulheres de Verdade / Universidade Plebeia Revolucionária

1) Antes de comentar o caso: eu sou ateia e anarquista. Se quiserem falar mal de mim, falem de coisas reais: homofobia, ofensa ao Islã, adultério, apologia à prostituição e sexo em lugares abertos. Hua, hua, hua, hua, hua!

2) O problema do tempo em que os esquerdistas que eram vigiados e punidos era que a esquerda estava fora do governo.

3) A denunciante descobriu que a minha amiga está em uma guerrilha de direita?

4) Falar dos outros pelas costas só se faz pra denunciar criminoso ou quando a pessoa é muito idiota. Fora isso, é coisa daquelas moças que invadiram igreja de peito de fora ano passado e fizeram marcha enfiando crucifixo naquele lugar este ano.

Abigail Pereira Aranha

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