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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A hora de fechar a arca - parte 2

Abigail Pereira Aranha

Gente, repetindo o que eu disse na parte 1 antes de usar a metáfora bíblica. No episódio do Dilúvio, Noé passou muito tempo pregando, dizendo que uma grande chuva iria inundar o mundo, e enquanto ele pregava, ele estava construindo uma arca para salvar a família e alguns animais. Se alguém se arrependesse dos pecados, teria entrado também. Então, a família de Noé e os animais entraram na arca, Deus fechou a porta e veio o Dilúvio (de acordo com comentaristas bíblicos, nunca havia chovido antes).

A parte 1 foi sobre os homens não-masculinistas. Esta parte 2 é sobre as mulheres contra o feminismo.

Como lembrei na parte 1, eu comecei um blogue em 2006 que já criticava os defeitos das mulheres em geral e das feministas. Parece que até pelo menos 2010 eu era a única mulher a escrever contra o feminismo e a mediocridade feminina com alguma frequência. Tudo que já foi escrito por mulheres contra o feminismo ou contra a pobreza de espírito feminina foi esporádico. E sempre, desde o A Vez das Mulheres do Grupos, a maioria dos leitores foi de homens. Quando mulheres apareceram, em geral foi pra descer o pau e colocar palavras na minha boca. Inclusive a minha maior leitora mulher é uma lesbofeminista pagã que acha que criticar a hipocrisia sexual das vadias é apoiar o estupro. E essa leitora deve ter feito metade dos comentários de mulher nos blogues até hoje.

E já temos até as feministas moderadas. E é claro, essas feministas do bem só aparecem nos NOSSOS FÓRUNS, ou respondendo a nós nos fóruns delas antes de nos bloquearem. Por exemplo, o blogue da Hamanndah[1], aquela leitora nossa, é basicamente poesia (de uma outra pessoa), misticismo ginólatra, militância LGBT-feminista e por fim uma parte ridícula com alguma relação ao masculinismo. Ela só critica a misandria e as cafajestagens femininas e feministas no meu blogue ou no Marxismo Cultural, mas no blogue dela a postagem "Deixem a mulher homossexual ser livre!" tem 2.240 caracteres, incluindo o título, enquanto uma crítica ridícula ao Manifesto SCUM, mais de um ano depois de EU ter reproduzido o texto no A Vez das Mulheres de Verdade do WordPress, tem 1.202 caracteres[2]. Quando compartilhei uma relação do Sexo Privilegiado de assassinatos de homens ou crianças cometidos por mulheres só no primeiro semestre deste ano, ela veio literalmente da noite pro dia dizer que era contra a violência de ambos os gêneros[3].

Repetindo: salvo desconhecimento meu, até pelo menos 2010 eu era a única mulher a escrever contra o feminismo e a mediocridade feminina com alguma frequência pelo menos em língua portuguesa. Onde estavam as feministas moderadas? Onde estavam as não-feministas? Onde estavam as mulheres contra o feminismo?

Melhor: quantos eram os blogues de conteúdo decente escritos por mulheres até 2010?

Os homens pró-feminismo ainda podem ser covardes, esquizofrênicos, venais e dependentes de aparências. As mulheres não-masculinistas estão apenas se beneficiando de uma situação que foi feita para elas. Só por um bocado de inteligência dentro de um patrimônio ético decente uma mulher pode não ser feminista. Pelo menos, era assim até muito pouco tempo atrás.

As primeiras mulheres (depois de mim) a aparecer dizendo alguma coisa contra o feminismo foram cristãs tradicionais. Não é porque o Cristianismo seja contrário ao feminismo, mas porque o socialismo é contrário ao Cristianismo[4]. Uma mulher de 50 ou 100 anos atrás podia ser feia, sexualmente problemática, antipática e analfabeta, mas bastava saber tratar o marido com algum respeito para receber algum respeito e ser poupada da vida dura dos homens medianos. O feminismo prometeu para as piores mulheres o melhor do mundo apenas por ser mulher. Com isso, elas não puderam só desprezar os homens e tentar tomar o que alguns homens poderiam conseguir por mérito próprio. Essas mulheres, tanto as feministas militantes quanto as que dizem que não são feministas mas se beneficiam do trabalho das militantes, também puderam desprezar as mulheres tradicionais. A mulher ser bonita, de corpo bonito (ops, eu não acho mulher bonita) e inteligente só vale para as feministas se ela fizer alguma coisa contra um homem ou disser uma das patacoadas feminazistas. A femininidade ou só uma mulher ter algumas qualidades normais de pessoas que merecem respeito viraram submissão ao patriarcado. Então, uma mulher conservadora vira alvo, mesmo que não se manifeste como inimiga. Principalmente quando é mais... simpática.

E no outro extremo, temos o caso que o Marxismo Cultural compartilhou conosco de uma lésbica feminista (ela se identificava assim) que mal tocou no assunto dos problemas dos homens e, como ela disse, "as portas do inferno se abriram"[5].

Mas tudo isso interessa pouco para o movimento de direitos dos homens ou para as mulheres de verdade. Por quê? Porque quase todas essas mulheres merecem ficar de fora da arca.

Quando o mundo como um todo se desenvolveu, a primeira coisa que os piores homens e as piores mulheres fizeram foi chutar as mulheres de verdade e os homens que prestam sem destaque social ("betas"), e daí em diante foram tentando nos prejudicar onde podiam, embora o progresso da humanidade em geral nos desse uma qualidade de vida melhor. Se não fosse a internet, nós estaríamos ainda mais desconectados e sufocados. Quando nós conseguirmos poder político, até podemos fazer algo pela "categoria", mas agora a briga é "deles" uns contra os outros.

As mulheres tradicionais perderam lugar na sociedade. As feministas estão investindo contra a igreja e contra o que as mulheres tradicionais entendem como padrões e como ser mulher. As mulheres tradicionais mais inteligentes estão vendo o mundo como conhecem virar ruínas, e as que podem falam disso. Elas podem ser mais visíveis que os próprios masculinistas exatamente porque a "emancipação feminina" deu a elas posições para isso (colunistas de grandes jornais e revistas, por exemplo). Mas em geral são provincianas falando alguma verdade ou senhoras amantes do passado tentando salvar a própria pele.

As feministas moderadas falam em coisas como rachar a conta com o homem. Mas nunca, na prática, essas feministas moderadas se manifestam contra as loucuras das feministas extremistas. Quando fazem alguma crítica, tímida e periférica, é depois que o movimento ficou queimado até na grande mídia cúmplice. Você vai contar nos dedos, depois de uma pesquisa cansativa, quantas feministas moderadas citam e repudiam as frases de ódio de feministas contra homens, pedindo inclusive extermínio em massa dos homens. Então, as feministas moderadas que dizem que a mulher que ganha tanto quanto o homem deve rachar a conta no barzinho ou que não veem todos os homens como monstros em potencial não passam de canalhas cínicas tentando mostrar uma generosidade que vai ser um degrau acima da perfeição da mulher forte e independente.

Aliás, colocar "moderada" depois de "feminista" não significa nada. Quando as feministas radicais começarem o Holocausto de homens, as feministas moderadas vão dizer que ele não existe.

Algumas feministas estão se desentendendo com outras feministas. Elas conseguem conviver nos fóruns divergindo timidamente em pontos periféricos, como aborto ou serviço militar. Talvez até isso seja um front de guerra ainda nessa década. Mas já houve uma blogueira feminista que participou do #lingerieday que foi ofendida por outra blogueira feminista. Mas mesmo quando ela escreve a respeito, a discussão é periférica[6].

O lesbossocialismo não está só se preparando para começar a arruinar aqueles homens que nos atacam enquanto ainda têm uma vida social que lhes permite isso. O caso que citamos da lésbica feminista que se importou com os direitos dos homens pode ser sinal de que o feminismo vai praticar no próprio universo feminino uma seleção natural ao contrário (só as piores sobrevivem). Mas não nos interessa a união com homens que nos tratavam como misóginos imaturos até perder um bom emprego e qualidade de vida; ou a união com mulheres que não sabiam a diferença entre uma mulher ter sexo com mais de um homem e ser feminista (ou machista) ou que se aproveitaram dos mimos dos homens até que algum sofrimento fez elas perceberem o que o lesbossocialismo fez com o mundo do tempo das suas mães. Os homens não masculinistas vão ser vítimas da própria covardia ou tolice. As mulheres não masculinistas vão ser vítimas umas das outras e do mundo que ajudaram a criar.

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REFERÊNCIAS

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[1] http://hamanndah.blogspot.com

[2] "Respondendo a uma feminista que perguntou se defendemos o estupro e aproveitando para humilhar as mulheres do lado inimigo (hua, hua, hua, hua, hua)", http://avezdasmulheres.blog.com/2013/04/18/respondendo-a-uma-feminista-para-humilhar-o-exercito-inimigo

[3] "Atualização: Assassinatos e Agressões Cometidos por Mulheres contra Homens em 2013", do blogue Sexo Privilegiado, compartilhado no A Vez dos Homens que Prestam (http://avezdoshomens.blogspot.com.br/2013/07/sexo-privilegiado-atualizacao.html - estou deixando o atalho para vocês verem o comentário)

[4] Explico melhor em "Os inocentes e idiotas ex-úteis (ou: 17 séculos de socialismo)", http://paraisoconcreto.blogspot.com.br/2013/10/os-inocentes-e-idiotas-ex-uteis-ou-17.html

[5] "Como o feminismo levou uma lésbica ao desespero", Marxismo Cultural, http://omarxismocultural.blogspot.com.br/2013/11/como-o-feminismo-levou-uma-lesbica-ao.html

[6] "Lingerieday, o dia em que eu virei um bife", É Bom pra Quem Gosta, http://ebompraquemgosta.wordpress.com/2009/07/23/lingerieday-o-dia-em-que-eu-virei-um-bife

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