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quinta-feira, 29 de maio de 2008

Você tem alguma coisa contra prostitutas?

Abigail Pereira Aranha
O dia 02 de junho é o Dia Internacional da Prostituta, em homenagem a um protesto de prostitutas que invadiram uma igreja na França. Veja: 1975, 2 de Junho: Dia Internacional da Prostituta. Disponível em <http://www.beijodarua.com.br/materia.asp?edicao=21&coluna=6&reportagem=506&num=1>. Para a mulher mediana e alguns homens, a prostituta é uma pobre miserável, uma mulher de pior caráter, uma mulher que gosta muito de sexo (e, por isso, supostamente, de menor valor) ou uma espécie de encarnação do mal.
Dizer que a prostituição e a fornicação são a fonte de doenças venéreas é um juízo religioso, não médico. No máximo, são meios possíveis de transmissão como o próprio sexo conjugal é, mas não são a origem. Essa visão não considera as doenças venéreas como doenças a serem prevenidas, curadas e combatidas, mas como castigos de Deus sobre os que se recusam a reduzir suas vidas sexuais a uma obrigação entre duas pessoas que Deus uniu para isso (ou melhor, que a igreja e o cartório uniram) e a ter medo de experimentar os "prazeres da carne" sem a suposta segurança de ter um(a) único(a) parceiro(a) pouco "rodado(a)". Imaginemos como seria engraçado, dentro da seriedade do caso, uma jovem cristã solteira e casta receber uma transfusão de sangue contaminado com o VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana, também conhecido como HIV). Mais engraçado ainda seria ver como um cristão vai explicar como o Deus sábio e onisciente dá a uma mulher santa o castigo de uma mulher que "dá pra todo mundo".
Qual o problema, afinal, de regulamentar a prostituição? Que isso ajudaria os cafetões e traficantes de mulheres? Estes estão tão interessados nisso quanto os narcotraficantes na legalização das drogas: a atividade deles já vai bem sem isso. Seria um incentivo à prostituição, como se casar virgem fosse o máximo de qualidade para uma mulher? Não. Regulamentar a prostituição seria reconhecer que a prostituição existe e dar garantias legais às prostitutas. Isso ofenderia uma sociedade hipócrita, as mulheres "limpas" (as que tomam dois banhos por dia) e os puritanos que tremem de medo da justiça de Deus.
Mas vamos admitir que ter e gostar de ter, ou sonhar ter, uma vida sexual prazeirosa e variada em número de parceiros e em formas, sem perversões, seja realmente o pior nível de qualidade pessoal para uma mulher. Há prostitutas que sonham em ter um marido, como qualquer mulher "direita" (aquela que não rouba, não dá golpe na praça,...), e esquecer a "vida". Muitas prostitutas não seriam prostitutas se a vida lhes tivesse deixado outra escolha. Fora as prostitutas mantidas em cativeiro, levadas para lá por aliciadores que prometeram outro trabalho bem diferente e melhor.
Pensando bem, se prostituta é uma mulher que faz sexo por dinheiro, a grande maioria das prostitutas nunca esteve na "zona". E o pai de antigamente que escolhia o marido da filha olhando pra família e pro dinheiro do rapaz (ou nem tão rapaz) era cheio do moralismo mais atrasado e imbecil, mas, quem diria, estava fazendo a filhota de prostituta. Não é raro uma mulher ter um marido pobre, mas é raro uma mulher que não tenha atração por um homem com dinheiro, ou cujo tipo esteja associado com uma boa posição financeira. O homem mais velho deve ser mais bem de vida. O jogador de futebol ganha muito. O gatinho famoso é rico. Mas e aí? A mocinha que quer um marido rico é melhor que a prostituta? Essa às vezes fala que quer o marido rico, bonito, carinhoso e com aquele detalhe grande, mas será que o que interessa mais não é o dinheiro? A mulher que tem um caso com um homem rico bem mais velho é melhor que a prostituta? A mulher que quer ser sustentada pelo marido é melhor que a prostituta? A mulher que engravida pra segurar um homem é melhor que a prostituta?
A mulher direita acha que o corpo dela é igual a um carro que quanto menos uso e menos donos mais vale, dá ou deixa de dar pra segurar o benzinho, adora exibir o corpinho pra mostrar que é gostosa demais pra transar gostoso com qualquer gatinho, faz sexo como quem vai pra cadeira elétrica, quando não transa pra conseguir alguma coisa deixa de transar por moralismo machista besta, faz greve de sexo pra manipular o marido, depois que casa vira uma mocréia antipática e o coitado do marido só não larga pra não perder metade do que juntou no divórcio. A prostituta às vezes é atraente, mas mesmo quando não é faz um sexo gostoso, não faz cobranças, não exige compromisso pra transar, está sempre disposta enquanto está no expediente, não prende homem com filho, não faz greve de sexo. Quantos clientes de prostitutas são casados? Quantos clientes de prostitutas têm esposas "honestas"? Cabe outra discussão sobre homens casados ciumentos que querem reduzir as vidas de suas esposas ao ambiente doméstico, aos filhos e, talvez, ao trabalho fora de casa enquanto eles mesmos parecem querer "pegar" todas as mulheres atraentes do mundo. Mas a mulher "honesta" (aquela que não rouba, não dá golpe na praça,...) é ruim de cama. E para esta mulher, a prostituta e a "galinha" são concorrentes, a materialização do sexo que ela abomina. São a mulher "de respeito", que lida com o sexo com nojo e hipocrisia e o homem "de respeito", que tem uma reputação a aparentar perante uma sociedade tão hipócrita quanto ele que discriminam e agridem prostitutas.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Santa na rua e safada na cama? Ou assexuada dando uma de puta?

Abigail Pereira Aranha
Os homens moralistas querem dois tipos de mulher. A de família pra cuidar da casa, dar filhos que eles sabem que são deles e criar esses filhos e a puta pra satisfazê-los na cama. E eles são hipócritas, até com eles mesmos. Com a mulher de família eles não se satisfazem. Com a puta eles não se casam. Aí algumas mulheres tentam ser (ou parecer que são) as duas em uma.
O sexo só pode ser bom com o macho que paga as contas? Será que de todos os homens que uma mulher vai ver pela frente, só o príncipe encantado vai respeitar e transar gostoso, e aí ela tem que dar uma de certinha pra espantar os outros? Será que mesmo ela sendo casada ela não vai encontrar pelo menos mais um que deixa ela molhadinha e que, se ela for dar pra ele, não vai ser gostoso também? Ou ela tem medo de ficar falada? Ué, mas ela não é liberal pelo menos com o parceiro fixo? Faça como eu. Não viva com medo de ser descoberta, conte da sua sem-vergonhice antes. Não exponha as suas aventuras, troque os nomes.
E quando ela está satisfaz o benzinho na cama, será que pra ela está bom também? Se ela não goza e finge que gozou, se qualquer pinto pequeno está ótimo, se detesta chupar mas chupa porque ele gosta, isso é ser fogosa ou ser falsa? E a senhora duas caras, uma na rua outra com o marido, quais as fantasias dela? Do que ela gosta? Ela já falou com o homem dela que gostaria de transar deste ou daquele jeito?
Ah, e quem é o "sortudo" que "tem" uma mulher dessas? É um homem bem de vida feito de palhaço, porque a santa-puta é uma interesseira. Se o marido for pobre, é mais fácil o contrário: vadia na rua e santa em casa.
Santa na rua e puta na cama não existe, existe mulher reprimida moralista com duas caras.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Melhor Idade ou velharada que não se enxerga?

Antigamente, ser velho era o máximo. Podia ser alienado, mas era mais velho. Podia ser covarde, mas era mais velho. Podia não enxergar os próprios defeitos, mas era mais velho. Podia ser parado no tempo e na vida, mas era mais velho. Muita gente queria ser igual aos pais e aos mais velhos, por falta de coragem e inteligência pra ir além disso. Aí muita gente queria ser velha quando crescesse.

Mas acabou que o mundo mudou. Hoje, velho burro é velho e burro. Velho alienado é velho e alienado. Velho que sempre teve medo de viver é velho e sempre teve medo de viver. E conselho dos mais velhos, é como diz o ditado, se fosse bom ninguém dava, vendia. E quem acha que os tempos antigos eram os bons são os velhos beatos com saudade da juventude. Preconceito de 50 anos atrás é preconceito de 50 anos atrás. Muita coisa que fazia gente matar e morrer ou quase isso antigamente, a gente olha e pensa "gente, como é que pode?".

E agora? O jeito é imitar os jovens. Então surge a Melhor Idade.

Baile da Melhor Idade, por exemplo. Se eles querem se divertir, por que tem que ser com o grupo deles? É vergonha dos mais novos?

A Melhor Idade estuda. Estudar faz bem, até previne o Mal de Alzheimer. Mas no tempo deles os pais tiravam os filhos da escola (ou nem punham) pra eles trabalharem na roça ou em casa de família. Estudo era coisa de vagabundo. Agora os tempos são outros.

O sexo da Melhor Idade. Está certo que dá pra ter vida sexual com 50, 60 anos ou até mais. Mas esse povo tem é muito assanhamento. No tempo deles, as moças tinham que casar rápido e virgens com quem o pai escolhia, homem chegar perto de mulher era caso até de o marido matar e o sexo desse povo era muito sem graça e com aquele clima de pecado. Qualquer sexo melhorzinho era coisa de puta. Agora eles tentam ser os jovens namorados de hoje. E o tal do Viagra? O senhor toma remédio pra conseguir ficar de pau duro? Ai, que decadência.

Dizem que a Melhor Idade tem mais experiência e sabedoria. Gente, deixa a mocinha contar um segredinho pra quem não sabe. O que vem com a idade é ruga, sabedoria é atitude. Eu conheço vários jovens maduros e inteligentes e muito velho idiota com a cabeça deste tamanhinho.

Eu queria ver alguém da Melhor Idade falar olhando no olho que não gostaria de achar um gênio da lâmpada que o fizesse ter 15 anos de novo. Bom, eu também aceitaria no lugar deles, aí, se eu tivesse a história de vida que muita gente teve e voltasse à juventude, iria mandar mais gente tomar banho, me divertir mais, fazer mais amigos, iria a mais lugares, iria ler mais, iria falar coisas necessárias pra mais gente, iria dar pra mais gatinhos, eu iria viver mais. Engraçado eu estar com 17 anos e escrever sobre aproveitar a vida. Mas isso é pra gente ver como estamos tão acostumados com frustração e burradas que nenhuma pessoa madura diz que fez isso e aquilo, e por causa disso ela sofreu isso e aquilo, mas foi bom e ela não se arrependeu.

Que a vida não acaba nos primeiros cabelos brancos é verdade. O idoso que tem maturidade, inteligência, alegria de viver, uma cabeça acima da mediocridade ganha admiração fácil de quem quer ver gente interessante. Dá pra ter idade e, além de ganhar respeito pelas qualidades e pela inteligência, ainda aproveitar a vida.

Abigail Pereira Aranha

segunda-feira, 17 de março de 2008

Mulheres, vamos fazer uma revolução?

Abigail Pereira Aranha
Pode parecer que não tem nada a ver, mas tem umas coisas que se as mulheres fizessem ia fazer muita diferença. Mulheres:
  1. Vamos trocar as novelas pela boa leitura
  2. Vamos pensar menos em bumbum durinho e mais em inteligência
  3. Vamos pensar menos em calça coladinha e mais nas nossas idéias
  4. Vamos usar menos maquiagem e mais simpatia
  5. Vamos parar de dar bola pra um homem por causa do carro pra dar atenção às qualidades do caráter
  6. Vamos pensar menos em ser magras sem estria e celulite e mais em ser agradáveis de estar e conversar
  7. Vamos pensar menos em seduzir e mais em fazer sexo
  8. Vamos ter auto-estima em função das nossas personalidades e não dos nossos seios
  9. Vamos fazer menos fofoca e denúncia anônima e ter mais solidariedade
  10. Vamos trocar três horas de conversa sobre banalidades e vida dos outros por uma hora de conversa inteligente e proveitosa
  11. Vamos pensar menos se estamos ficando pra titias e mais em casar para fazer um homem que presta feliz. Ou vamos fazer como eu, dar aos homens que prestam tudo que eles gostam sem casar mesmo.
  12. Vamos pensar menos em receber olhares de desejo e mais em ter qualidades pra receber elogios
  13. Quando a gente sair de roupinha provocante pra mostrar o belo corpinho rua afora, não vamos nos fazer de vítimas se um homem falar uma coisa indecente ou passar a mão, e se ele for gostoso vamos fazer a mesma coisa com ele
  14. Vamos transar pura e simplesmente porque o homem é gostoso, inteligente, nos respeita e a ocasião apareceu (tomando cuidado, é claro, camisinha na bolsa)
  15. Vamos parar de ver a pornografia como se fosse uma coisa imunda. Se você não gostar, que seja por tudo menos porque é uma donamaria moralista reprimida
  16. Vamos parar de discriminar prostitutas e condenar as mulheres de família assexuadas e as marias gasolinas
  17. Vamos dar um chega pra lá no moralismo besta que mede o caráter da mulher em função de se conversa com homem sendo casada, se transa no primeiro encontro, se dá só pro marido ou namorado, se já deu pra mais de um de uma vez, etc. Tem prostituta com mais qualidade e caráter que muita mulher que casou nova e virgem
  18. Não vamos transar, sair, namorar e muito menos casar com qualquer homem machista, alienado ou babaca
  19. Vamos parar de enxergar nos nossos namorados e maridos os trouxas que nos bancam pra ver neles pessoas que merecem respeito
  20. Vamos parar de só falar e ser simpática com os homens pra conseguir alguma coisa e fazer amizades sinceras
  21. Vamos parar de só dar mole pros homens pra conseguir alguma coisa pra meter gostoso por prazer mesmo
  22. Vamos parar de segurar os nossos namorados e maridos por dar ou deixar de dar e conquistá-los pelas nossas qualidades
  23. Vamos ser as amigas dos nossos namorados e maridos têm prazer de ter a companhia em vez de megeras que eles só não largaram por causa dos filhos. Bom, quando eu tiver um, eu me comprometo, hehehehe.
  24. Vamos namorar e casar sem parar na vida nem paralisar o outro. Vamos nós e os nossos amores estudar, ficar com os amigos, fazer amigos, viajar, etc
  25. Vamos deixar nossos namorados e maridos transar com outras mulheres enquanto eles deixam nós transarmos com outros homens (o famoso casamento aberto). Vamos deixar barracos e ciúmes pras mulherzinhas inseguras e possessivas que só têm corpinho bonitinho ou filho com a pobre vítima
  26. Vamos parar de torrar o dinheiro dos nossos pais ou maridos pra dar mais valor pro trabalho deles e todos sermos menos consumistas e vivermos bem com menos dinheiro, se não com menos trabalho
  27. Vamos nos dedicar ao trabalho e ao estudo só se a gente gostar do que faz. Senão, vamos trocar o vício em trabalho e estudo por auto-estima de verdade (fora do trabalho) e sexo de qualidade (se rolar, pode ser dentro, hehehehe)
  28. Vamos parar de descontar TPM, crise de relacionamento, frustrações, sexo ruim e tesão reprimido em cima dos outros

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mulheres que temos que respeitar

  1. As que são bonitas sem serem fúteis arrogantes
  2. As que são mais feias sem serem lésbicas mal-amadas
  3. As que têm um corpo bonito, usam cosméticos e roupas chiques sem serem cretinas e convencidas
  4. As solteiras que não têm corpo bonito nem usam cosméticos e roupas chiques sem serem ressentidas mal-amadas
  5. As casadas que não têm corpo bonito nem usam cosméticos e roupas chiques sem ser porque acham que já que casaram não precisam mais se cuidar como antes
  6. As que usam uma roupa mais curta sem serem lésbicas reprimidas vulgares
  7. As mais novas que usam roupas mais compridas sem serem religiosas reprimidas
  8. As mais velhas que usam roupas mais compridas sem ser pra esconder as pelancas e as varizes
  9. As que têm filhos sem serem irresponsáveis nem deixarem de viver
  10. As que transam só dentro do relacionamento sem serem moralistas reprimidas com medo de AIDS
  11. As que transam fora do relacionamento sem ser por vingança, e deixam o benzinho comer fora também
  12. As que transam no primeiro encontro sem serem românticas que foram enganadas
  13. As que deixam de transar no primeiro encontro sem serem reprimidas moralistas e metidas a difíceis
  14. As que dão sem serem piranhas interesseiras
  15. As que deixam de dar sem serem frescas com horror a sexo sem compromisso
  16. As que aceitam tudo na cama sem serem reprimidas se fazendo de putas
  17. As que não aceitam tudo na cama sem serem reprimidas frescas e moralistas
  18. As que recebem uma cantada sem dar uma de gostosas demais pra qualquer um
  19. As que deixam de receber cantadas sem ficarem magoadas
  20. As que falam alto sem serem lésbicas grossas
  21. As que falam baixo sem serem sonsas submissas
  22. As que batalham por estudos e profissões sem serem lésbicas competitivas
  23. As que deixam de batalhar por estudos e profissões sem serem donas marias nas costas de homem
  24. As que estão com um homem que ganha mais sem ser pra serem sustentadas
  25. As que ganham mais que o homem sem ser pra jogar na cara dele
  26. As que elogiam sem serem falsas
  27. As que criticam sem serem antipáticas
  28. As que falam de frente sem perderem o respeito
  29. As que deixam de falar de frente sem serem falsas que falam por trás
  30. As que gostam de rock ou música eletrônica sem serem doidas com onda de rebeldes
  31. As que gostam de música romântica sem serem alienadas
  32. As que saem mais cedo do trabalho sem serem folgadas
  33. As que saem mais tarde do trabalho sem serem lésbicas viciadas em trabalho (e sem estar dando pro chefe por pilantragem)
  34. As que costumam falar em política e economia sem serem lésbicas tirando onda de sabichonas
  35. As que não costumam falar em política e economia sem serem desinformadas
  36. As que querem ter filhos sem serem irresponsáveis
  37. As que põem limites no relacionamento sem serem lésbicas autoritárias
  38. As que lêem livros sem serem lésbicas metidas a intelectuais
  39. As que não confundem direitos da mulher com coisa de lésbica que quer dominar o mundo e correr de homem
  40. As que não confundem ser feminina com ser uma lésbica reprimida que usa uma roupa que realça o lindo corpo só por exibicionismo
  41. As que conseguem falar mais de 30 minutos de algo que não seja beleza, corpo, televisão, fofoca ou coisa do nível
  42. As que rejeitam o feminismo que promove o lesbianismo
  43. As que além de ter conteúdo têm coragem de gostar de homem na teoria e na "prática"

Abigail Pereira Aranha

domingo, 13 de janeiro de 2008

Quer ver uma mulher que não vale nada?

Abigail Pereira Aranha
Não é a que perdeu a virgindade com 13 anos, é a que fecha as pernas pra segurar o namorado até o casamento.
Não é a que faz programa por R$ 10,00, é a que não namora quem não ganha bem e só dá mole pra quem tem dinheiro.
Não é a que dá pro colega de serviço, pro rapaz do supermercado, pro gatinho que conheceu agora mesmo, é a que dá pro chefe, pro dono do supermercado, pro coroa rico apenas pelo interesse.
Não é a que sai pro bailão, pro forró, pra boate, pro baile funk, é a que fala mal dela por inveja de mulher que vive o que ela não viveu.
Não é a que já transou com mais de um homem de uma vez, é a que transa só com o benzinho porque ele paga as contas.
Não é a que elogia um homem bonito e gostoso, é a que diz que tamanho não é documento e sexo tem que ser com compromisso porque é uma beata covarde.
Não é a que fez foto pelada ou filme pornô, é a que é puta pra quem interessa e beata moralista pros outros.
Não é a amigada nem a separada, é a moralista que prega que casamento e filho é a vida da mulher.
Não é a que já deu pra uma penca de homens na vida, é a que dá pra um homem pensando em engravidar e meter a mãozona nos bens dele ou numa pensão.
Não é a que transa no primeiro encontro, é aquela que não separa sexo de compromisso, quer dizer, não sabe o que é tesão e sexo pra ela é uma obrigação do casamento.
Não é a que fala de sexo sem ter vergonha, é a que só abre a boca pra reclamar, pra futilidade ou pra falar de vida dos outros.
Não é a que compra revista de sexo, é a que compra revista que se diz feminina cheia de futilidade.
Não é a que tem namorado ou marido e sai com amigos homens (héteros), é a que ensina a filha a ser outra moralista burra, atrasada, preconceituosa, reprimida.
Não é a mãe solteira (nem sempre), é a casada mal amada que tem inveja dela porque acha que ela transa muito e gostoso.
Não é a que faz sexo por prazer, é a mulher que se acha grande coisa porque é uma religiosa mal comida que morre de medo de Deus castigar se ela não for uma reprimida.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Você quer mesmo viver 100 anos?

A Aparecida mora no meio do sertão do Nordeste. Anda longe pra trazer vasilha d'água na cabeça desde mocinha. Casou com o Antônio porque o pai dela queria (mas até que ela gostava um pouco dele também). Enquanto tinha força, trabalhou na roça o dia inteiro, de segunda a domingo. Agora, ela tem 60 anos e ela e o Antônio moram com o filho mais velho.

A Cláudia mal ficou mocinha e arrumou o primeiro namorado, ficou grávida. Teve que largar os estudos, mas também o namorado arrumou um emprego eles casaram e ela não quis voltar a estudar. Amigos dela, só os do benzinho e os da família dela. Fora ir pra igreja, ela sai uma vez ou outra, sempre com o marido ou com as crianças (são 3 filhos), só pra visitar a família dela ou a dele ou algum programa sem graça.

O Saulo até que aproveitou bem a adolescência, mas aí conheceu uma menina, começaram a namorar e casaram. Depois que o primeiro filho nasceu, a mulher virou uma chata. Enche o saco o tempo todo enquanto ele está em casa, e quando ele sai é amolação também, até quando ele faz hora extra no trabalho. Desde quando começou a trabalhar, nunca fez uma coisa que gostava, ficava naquela de "depois eu consigo uma coisa melhor".

Você vai perguntar pra qualquer um deles, eles vão falar que querem viver muito. Mas deste jeito? Tem gente que na verdade não quer viver muito, tem é medo de morrer. Porque a gente cresce ouvindo falar de Inferno e coisas do tipo. Passa a vida tentando não ir pro Inferno depois de morrer e vive o Inferno aqui. Você já acordou um dia com vontade de sumir do mapa? Viver muito com uma vidinha mais ou menos é benção ou é castigo?

Você chega na velhice. Você vê que pouquíssimas vezes fez uma coisa que gostava ou que queria. Ficou uma parte da vida comendo carne de pescoço pensando no dia que ia vir o bife e a outra parte aceitando quietinho a carne de pescoço pra não perder. E vai olhando com inveja pra quem é o que você não foi, tem a coragem que você nunca teve, tem a juventude que você não tem mais, vive o que você não viveu. Assim é a história dos velhos rabugentos e das velhas alienadas. E tem gente que acha que eles têm a maior sabedoria, mas você vai ver a sabedoria deles é falta de coragem de viver, falta de coragem de pensar, preconceitos do tempo dos pais deles, e é claro a alienação das religiões que eles seguem.

Puxe conversa na rua pra ver se faz bons amigos. Se tiver uma oportunidade pra fazer sexo sem compromisso, largue de frescura e meta gostoso. Leia bons livros. Tenha bons pensamentos. Tenha aquela coisa boa que você faz sempre. Arrisque, sem fazer loucura, mas não aceite o mais ou menos por falta de coragem. Enfim, tente fazer de cada dia o melhor que você conseguir. Ah, e a vida é só aqui, então não deixe de ser, de fazer, de falar, de pensar só pra não ficar mal falado(a), pra cumprir alguma lei ou ordem babaca, pra Deus não castigar, pra ficar de bem com todo mundo. Você pode ter feito muita burrada na vida e já ter uma certa idade, mas se você faz alguma coisa pra consertar o que dá, é o que vale. Se for pra viver muito, que seja pra viver de verdade, né?

Abigail Pereira Aranha

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