De vez em quando a gente ouve alguma lésbica idiota, daquelas que na adolescência assistiam a TV por assinatura paga pelo pai ou formada em um curso que passa longe de Matemática, dizendo que o feminismo mudou o mundo, que um século de feminismo consertou o resto da História que foi um lixo por causa dos homens animalescos. Ou ela diz que só as mulheres podem mudar a política, a ciência, a sociedade, porque os homens são egoístas insensíveis. É claro para qualquer pessoa com um mínimo de informações e bem alfabetizada que isso é um ódio de gênero de baixo nível que não corresponde à realidade (mas mesmo para pessoas assim, pode não estar tão claro). É o que vamos provar, ou relembrar, para o leitor. E só pra não cansar muito o leitor, não vamos nem escrever muito.
A primeira onda do feminismo se refere a um período extenso de atividade feminista ocorrido durante o século XIX e início do século XX no Reino Unido e nos Estados Unidos, que tinha o foco originalmente na promoção da igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres, e na oposição de casamentos arranjados e da propriedade de mulheres casadas (e seus filhos) por seus maridos. No entanto, no fim do século XIX, o ativismo passou a se focar principalmente na conquista de poder político, especialmente o direito ao sufrágio por parte das mulheres. Ainda assim, feministas como Voltairine de Cleyre e Margaret Sanger já faziam campanhas pelos direitos sexuais, reprodutivos e econômicos das mulheres nesta época.
Antes ou dentro da Primeira Onda:
Primeira impressão, a Bíblia de Gutenberg (tudo bem, colega, a gente sabe que você queria escolher coisa melhor mas na época era difícil, hehehehe): 1450 a 1455.
Galileu Galilei, físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano: Pisa, 15 de fevereiro de 1564 - Florença, 8 de janeiro de 1642
Primeira publicação impressa periódica regular (semanal), o Nieuwe Tijdinghen (Antuérpia, Bélgica): 1602.
Blaise Pascal, físico, matemático, filósofo moralista e teólogo francês: Clermont-Ferrand, 19 de Junho de 1623 - Paris, 19 de Agosto de 1662.
Leonhard Paul Euler, matemático e físico: Basileia, 15 de abril de 1707 - São Petersburgo, 18 de setembro de 1783.
Jean le Rond d'Alembert, escritor, filósofo e matemático: Paris, 16 de novembro de 1717 - Paris, 29 de outubro de 1783.
Charles Augustin de Coulomb, físico: Angoulême, 14 de junho de 1736 - Paris, 23 de agosto de 1806.
Hans Christian Oersted, físico e químico: Rudkoebing, 14 de Agosto de 1777 - Copenhaga, 9 de Março de 1851.
Revolução Francesa: 1789.
Revolução Industrial: entre o fim do século XVIII e o começo do século XIX.
Michael Faraday, físico e químico: Newington, Surrey, 22 de setembro de 1791 - Hampton Court, 25 de agosto de 1867.
Abolição da escravatura na França: 1848 (teve uma em 1794, mas foi revogada em 1802).
Abolição da escravatura nos Estados Unidos: 1863.
Máquina de Hollerith (leitora de cartões perfurados): 1880.
Abolição da escravatura no Brasil: 1888.
Niels Henrick David Bohr, físico: Copenhaga, 7 de Outubro de 1885 - Copenhaga, 18 de novembro de 1962.
Segunda onda do feminismo se refere a um período da atividade feminista que teria começado no início da década de 1960 e durado até o fim da década de 1980.
(...) A ativista e autora feminista Carol Hanisch cunhou o slogan "O pessoal é político", que se tornou sinônimo desta segunda onda. As feministas de segunda onda viam as desigualdades culturais e políticas das mulheres como ligadas inexoravelmente, e encorajavam ativamente as mulheres a compreenderem aspectos de suas vidas pessoas como sendo profundamente politizados, e refletindo as estruturas de poder sexistas.
Entre a Primeira Onda e a Segunda Onda:
Prêmio Nobel de Física para a francesa Marie Curie (com o marido Pierre Curie): 1903 (as mulheres só começaram a votar na França em 1945).
Prêmio Nobel de Química para a francesa Marie Curie: 1911 (as mulheres só começaram a votar na França em 1945).
Relatividade Geral de Albert Einstein: 1915.
ENIAC (computador de 30 toneladas, mas parecido em recursos com uma calculadora simples de hoje): 1943.
Voto feminino na França: 1945.
Fundação da OIT (Organização Internacional do Trabalho): 1946.
Declaração Universal dos Direitos Humanos: 10 de dezembro de 1948.
Independência na África, de Alto Volta (atual Burquina Fasso), Camarões, Costa do Marfim, Congo, Daomé, Gabão, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, República Malgaxe (Madagascar), Senegal, Somália, Tchad, Toga e República Democrática do Congo (ex-Zaire): 1960.
A terceira onda do feminismo ou o Ogedismo começou no início da década de 1990, como uma resposta às supostas falhas da segunda onda, e também como uma retaliação a iniciativas e movimentos criados pela segunda onda. O feminismo da terceira onda visa desafiar ou evitar aquilo que vê como as definições essencialistas da feminilidade feitas pela segunda onda que colocaria ênfase demais nas experiências das mulheres brancas de classe média-alta.
E agora? Mulheres são maioria nas universidades do mundo. Vai sair outra Marie Curie? Vai sair uma Niels Bohr de saias? Quantas versões femininas do Nelson Mandela vamos ter na política?
Ou será que depois da casa arrumada e construída por milhões de homens (alguns poucos entre os homens, é verdade), as mulheres vão desfrutar do trabalho humanizado, da ciência desenvolvida, dos cursos universitários que podem dar dinheiro, dos postos de trabalho com mais status, enquanto chamam todos os homens de assassinos, espancadores, idiotas e machistas?
Texto original em português (sem fotos e vídeos de putaria): O feminismo surgiu porque o mundo progrediu, e não vice-versa: uma demonstração rápida, no A Vez das Mulheres de Verdade em http://avezdasmulheres.blog.com/2013/03/10/o-feminismo-surgiu-porque-o-mundo-progrediu Texto original em português (com fotos e vídeos de putaria): O feminismo surgiu porque o mundo progrediu, e não vice-versa: uma demonstração rápida, no A Vez dos Homens que Prestam em http://avezdoshomens.blogspot.com.br/2012/11/o-feminismo-surgiu-porque-o-mundo.html
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