Olá, meus amigos e minh@s inimig@s! Sobre a loucura da "cultura do estupro", eu poderia só citar um comentário de uma mulher quando a Lola Aronovich falou asneiras contra as mulheres contra o Lesbonazismo: "eu nunca vi homem nenhum se gabando de que era um estuprador fodão e que tinha todo direito de fazer isso" ("Mulheres contra o feminismo", 28/07/2014, http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2014/07/mulheres-contra-o-feminismo.html. Comentei em "Mulheres Contra o Feminismo e o Feminismo contra elas - parte 1: comentando postagem de professora universitária lesbonazista"). Poderia só comentar que, a não ser que você seja policial ou trabalhe em abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica, você pode contar nos dedos as mulheres que você conhece pessoalmente que foram estupradas alguma vez.
Mas vamos nos divertir um pouco com @s inimig@s. Primeiro, Lola Aronovich em "Cultura de estupro? Não, imagine!" (01 de agosto de 2012, http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/08/cultura-de-estupro-nao-imagine.html):
Cultura de estupro é o comercial da Nova Schin estar passando na TV há meses sem que se veja qualquer problema. Não viu o comercial? Eu explico: um grupo de amigos, só homens e brancos, bebem na praia, quando um deles, ao observar mulheres, pergunta pros outros: "Já pensou se a gente fosse invisível?". (...)
Até que entram num vestiário feminino. A câmera não mostra tudo, só as latinhas abrindo a porta, e mulheres correndo pra fora, aterrorizadas. (...) Daí eu imagino que os publicitários saibam que, desde 2009, as leis brasileiras deixaram de considerar estupro apenas quando há penetração vaginal. Hoje temos uma das leis mais abrangentes do mundo, e passar a mão também pode ser visto como estupro. Ou seja: o que os homens invisíveis do comercial da Nova Schin fazem, pela lei, é estupro. (...)
Mesmo que os publicitários não conheçam a lei, eles definitivamente conhecem O Homem Sem Sombra, filme de 2000 do Paul Verhoeven. Nesse thriller, Kevin Bacon faz um cientista que descobre a fórmula da invisibilidade, e a testa nele mesmo. Ele vai ficando cada vez mais obcecado com esse poder, até que decide estuprar uma vizinha que ele espia pela janela. A cena é terrível (você pode vê-la aqui, e aqui a continuação, com o comentário do diretor explicando que tiveram que suavizar o estupro), mas mais chocante ainda é o número de comentaristas no YouTube fazendo piadinhas ("ela vai ter um filho invisível?") e afirmando que, na pele do cientista, fariam exatamente a mesma coisa -– estuprariam mulheres.
(...) Não tenho tempo para encontrar todas as pesquisas que já li mostrando que, se estupro não fosse crime, muitos homens estuprariam. Margo Paine fez um estudo com universitários americanos, e os números, publicados em Body Wars, não são bonitos. 30% dos entrevistados responderam que estuprariam se não houvesse consequências legais.
Agora, vamos a Rossalyn Warren, do BuzzFeed News Reporter, em "Um terço dos estudantes do sexo masculino diz que eles estuprariam uma mulher se não houvesse consequências" (20 de janeiro de 2015, http://www.buzzfeed.com/rossalynwarren/um-tereo-dos-estudantes-do-sexo-masculino-diz-que):
Em um estudo liderado pelo professor Sarah Edwards e publicado em Violence and Gender, 86 estudantes universitários americanos do sexo masculino preencheram várias pesquisas diferentes. Eles foram convidados a autodenunciar a probabilidade de se envolverem em certos tipos de uma conduta sexual – desde forçar uma mulher a fazer algo sexual que ela não quer ao estupro – "se ninguém jamais souber e não houver nenhuma consequência".
A última coisa que se espera de uma cultura que incentiva ou não vê mal em alguma coisa é que ela criminalize essa coisa. O Brasil não poderia ser o país do Carnaval se um desfile ou um baile de carnaval fossem proibido por lei. Isso é claro para pessoas de raciocínio normal. Mas a professora universitária e a colunista conseguem ver uma cultura de X onde X é crime e onde os homens normais NÃO praticam X para não serem PRESOS. Ou seja, a "cultura do estupro" só está nas ações dos homens invisíveis e nas fantasias dos homens visíveis. E o pior é que elas conseguem DIZER isso.
Ah, e o mês em que a srta. Rossalyn publicou aquele texto foi o mesmo janeiro de 2015 em que saiu a notícia de que o ENEM do ano anterior teve meio milhão de redações tirando zero. E o ano de 2012 em que a dona Lola escreveu esta postagem foi o mesmo em que o ENEM deu nota máxima para redações com erro de ortografia. A primeira notícia foi escândalo nacional. E a segunda, só entre a direita liberal-fascista-cristã-fundamentalista-gay-homofóbica. Será que estou saindo tanto assim do assunto?
É normal para uma feminista dizer que o estupro é crime, a sociedade incentiva o estupro e a sociedade reprime a sexualidade feminina. Mas o pior é que a maioria da população acredita. Por isso a dona Lola pode ser professora da Universidade Federal do Ceará, talvez o único nome de que você já ouviu falar desta universidade. Porque o Brasil está em decadência moral, mental e de testosterona.
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