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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Introdução à comunicação com pré-humanos - parte 2: comunicação de massa tradicional e universidades

Abigail Pereira Aranha

Eu vou explicar um pouco mais uma coisa que eu comentei rapidamente na parte 1[01]:

Esses motivos para o investimento da esquerda em uma imprensa cada vez menos crível são os mesmos pelos quais um governo de esquerda investe mais em educação e não consegue aumentar nada além das taxas de semianalfabetos, delinquentes e militantes parasitas dentro das escolas e das universidades. E o público não sabe quando todas as universidades públicas do Brasil estão em greve há três meses, e uma tese de pós-graduação ou um artigo acadêmico é desconhecido na universidade onde foi publicado.

Por que o movimento esquerdista investe em imprensa, rádio e televisão se o número de leitores, ouvintes e espectadores deles cai ano após ano há pelo menos uma década? E por que esse movimento esquerdista, no Brasil, investe em militância dentro das universidades públicas se o povo nem sabe quando todas as universidades públicas do país estão em greve há três meses? Se o único resultado visível de cada vez mais investimentos em Educação é uma taxa de analfabetismo funcional nas universidades que não para de crescer, estamos vendo uma parte da resposta a essas perguntas.

O uso pré-humano da linguagem não é para comunicar ideias, é para manipular o mundo através da linguagem ou da fala em si. Um uso pré-humano dos meios de comunicação é tirar esses meios dos humanos. Se o meio técnico-científico for ocupado por pré-humanos, pode ser para contaminar o registro ou a busca da verdade, ou para evitar que os humanos cheguem lá. Uma coisa que os antiesquerdistas conservadores ainda não se deram conta, e os esquerdistas sim, é que a História vai ser contada como vai estar registrada.

Os veículos tradicionais de comunicação de massa, mesmo decadentes em público e em credibilidade, ainda são produtores de matérias jornalísticas e entretenimento. E ainda têm público. Fora as produtoras e os portais de material erótico-pornográfico, ninguém fora da militância esquerdista e da "mainstream media" produz conteúdo próprio com mais alcance que uma rádio de tamanho médio. Entre os produtores de conteúdo antiesquerdista, quase todos usam como base materiais produzidos pelos veículos tradicionais, nem que seja para analisar ou criticar (e eu me incluo nesses).

As universidades ainda são produtoras de material técnico e científico, mesmo que quase todo ele esteja fora do cotidiano do cidadão comum, e mesmo que uma parte cada vez maior desse material seja de conteúdo tecnicamente duvidoso. Vários profissionais precisam conseguir um diploma universitário para exercerem suas profissões. E várias coisas de interesse público precisa passar pela confirmação do meio acadêmico.

E nesse meio-tempo desde a parte 1, 28 de abril do ano passado, nós pudemos ver o aumento da censura no Youtube a canais não-conservadores. Mas não só a canais conservadores ou apenas com algum vídeo que contraria a militância esquerdista, a censura enlouqueceu a ponto de atingir canais de jogos e de conteúdo para crianças. Comentei isso em "Sobre quando é tarde demais (e um pouco de Felipe Neto e Marielle Franco)".[02] Ainda por cima, se estuda a aplicação ao Youtube da mesma classificação indicativa da televisão.[03] Mas tudo isso por quê? Até onde se sabe, porque, no ano passado, grandes anunciantes do Youtube (aqueles que fazem aquelas propagandas como as da televisão, mas passando no meio dos vídeos que a gente assiste) estavam ameaçando retirar os anúncios porque viram uma reportagem do Wall Street Journal que dizia que o Youtube permitia conteúdo inadequado, e eles não queriam ver as marcas deles associadas a Nazismo, antifeminismo, automutilação, etc porque o comercial deles interrompeu um vídeo que eles pensam que existe. Mas o intrigante é por que o Youtube, que tem canais mais assistidos que muitos programas de televisão ou de rádio no mundo, está censurando conteúdos antiesquerdistas só para baixar a cabeça a um jornal que não consegue sequer ter um número de leitores que não cai.

Não é difícil entender por que o ambiente universitário tem cada vez mais militância de extrema-esquerda, e isso não só no Brasil. De um lado, temos estudantes que nem deviam estar lá, eles entraram por políticas como o sistema de cotas. De outro, temos militantes profissionais disfarçados de professores e funcionários públicos, que, se perderem os cargos, não vão conseguir trabalho de verdade. O que não parece razoável é que jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão estejam aderindo cada vez mais às partes mais insanas do discurso esquerdista quando além de eles terem cada vez menos receita de assinaturas e vendas de exemplares impressos, o povo de verdade está cada vez mais aborrecido com a militância esquerdista. Eu mesma fiz amigas no Facebook visitando a página do jornal O Globo e vendo mulheres, entre elas essas amigas, descendo o cacete em matérias lesbofeministas ou discordando de lesbofeministas que foram lá comentar.

O que muitos comentaristas de política não sabem é que a esquerda é a ala política alinhada com o Comunismo e o Comunismo é um projeto sociopolítico. O movimento esquerdista, portanto, existe para fazer uma transformação sociopolítica mundial, o que não significa que cada simpatizante do movimento esteja consciente disso ou que cada militante sequer concorde com os próprios colegas do grupo de que participa. O movimento esquerdista não precisa e nem pode, pelo menos por enquanto, fechar os canais a qualquer voz anticomunista, mas é útil para ele ocupar esses canais. E como esse movimento ainda não é vitorioso, ele ainda não pode contar com um apoio da maioria da população, porque mesmo que seja tudo por uma boa causa, o cidadão mediano ainda nem entendeu o que é a causa e por que ela é boa. Mas se de alguma forma os meios de comunicação e de produção de conhecimento puderem ser ocupados por socialistas, ainda não será por apoio da maioria da população. Portanto, pela mesma "alguma forma", as vozes conservadoras e as que representam a visão de mundo da população geral vão ser, na melhor das hipóteses, reduzidas a uma opinião tão válida quanto a opinião contrária. Para isso, não será um veículo da imprensa que vai ser ocupado pela militância esquerdista, ou mesmo a maioria dos veículos. Será a imprensa no conjunto. Da mesma forma, não existirá uma universidade esquerdista, ou dez universidades, existirá o sistema educacional esquerdista. Não é por acaso que a escola pública seja um projeto socialista. Mais: o movimento esquerdista vai também criar um povo próprio. Já viram jornal de sindicato contando que "a categoria" está empenhada na greve quando nem 10% dos trabalhadores estavam na assembleia em que ela foi decidida? A imprensa normal pode fazer isso com o povo: meia dúzia de parasitas nas redes sociais pode ser "muitas mulheres", "os gays", etc. Quem acredita que um jornal impresso que faz esquerdismo vai só perder público para um jornal que não faz não entende nada de esquerda. Mas cabe dizer que o Cristianismo não durou 15 séculos até o Manifesto Comunista vencendo inimigos poderosos com argumentos imbatíveis apresentados diante de um público plenamente alfabetizado.

Saindo um pouco do assunto: por que não apenas a prostituição e a pornografia raramente são abordadas na imprensa convencional e nos portais na internet dessa imprensa? E não apenas isso, por que as tentativas de censura contra elas também são omitidas? São várias coisas. Em matéria de sexo, o Conservadorismo vitoriano e o Feminismo radical se unem e se parecem. Muita gente do povo de verdade, principalmente mulheres, não gostam da coisa ou não se sentem à vontade com ela. E, por fim, a imprensa tradicional parece ainda acreditar, pelo menos na maior parte do tempo em que não tenta ser um agente de produção do "mundo melhor", que pode fazer uma coisa deixar de existir ou de ser visto ou de ser discutido só porque ela mesma vive como se essa coisa não existisse. Aí, você vai ver que a sexualidade até pode ser tema de um quadro de um jornal diurno, mas esse quadro é de um formato clínico (o apresentador é médico) e de perguntas e respostas que muitas vezes são da vida conjugal. E mesmo isso é coisa muito recente no mundo decente, mal chega a algumas décadas. Sexo não precisa mais ser reprodutivo mas também não pode mais ser prazer. Um homem se aproximar de uma mulher já é praticamente caso de polícia ou, no mínimo, exige uma autorização expressa dela. Até o "ei, machista, meu orgasmo é uma delícia" não é um sexo gostoso, é só uma ofensa barata. Para piorar, a resposta ao lesbianismo de quinta categoria em geral é puritanismo de quinta categoria. E por que a imprensa se cala sobre isso, ou mal relata os casos de falsa acusação de crimes sexuais (acusação de mulher contra homem), tudo isso quando não acha que a problematização da relação homem-mulher é louvável? Porque isso a esquerda e a direita têm em comum, problemas com o sexo (hétero). Eu até podia fazer um programa diário de televisão ou uma coluna diária de jornal impresso ou revista contando os meus casos da minha vida licenciosa desde os 14 anos. Sexo, humor, aventura (eu fugindo de mulher casada) e até cultura (eu já fiz putaria estudando com amigos da escola). Só que nenhum jornal, revista, rádio, televisão vai aceitar. Os conservadores vão me chamar de puta e perigo para as crianças e adolescentes; os progressistas vão me chamar de machista e mulher-objeto.

A solução é que quem não for socialista produza conteúdo que possa sobreviver e ser confrontado com o material deles, nós antiesquerdistas temos que registrar a verdade e a busca da verdade. Eles fazem vídeos, nós temos que fazer vídeos contra os deles; eles fazem livros, nós temos que fazer livros contra os deles. Ocupar de volta os veículos que já são grandes poderia ser uma opção, mas como herdeiros de empresas decadentes, eles podem ter entrado em um caminho de entregar a alma ao Socialismo para salvar a própria pele do qual não podem mais sair sem serem destruídos de vez. Mas a produção conservadora é vergonhosa. Na melhor das hipóteses, eles pensam que ainda estão numa igreja cheia de semianalfabetos de um povoado do interior do século XIX. Para dar um exemplo que eu registrei no meu perfil no Twitter, a arrecadação do "crowdfunding" para o documentário "O Povo Pode" produzido pelo portal esquerdista Diário do Centro do Mundo para exaltar o já condenado por corrupção ex-presidente Lula passou de R$ 97.122,00 às 18:42 de 15 de abril[04] para R$ 122.795,13 às 09:16 de 30 de abril[05]; e ainda no dia 30 às 21:02, aumentou para R$ 124.800,13[06]. Mais de 2.000 reais em 12 horas enquanto o "crowdfunding" para o documentário "Brasil, Ame-o Ou Deixe-o Para Os Ladrões", do cineasta conservador Luiz César Rangel, só conseguiu R$ 3.090,00 e boicote de outros que se dizem de direita[07]. E quem é antiesquerdista e não é conservador, como é o meu caso, vai ter ainda mais dificuldade, porque pode criticar o Conservadorismo e o Progressismo e ser atacado pelos dois lados; mas ainda pode produzir registros de produção intelectual e de inteligência. Até o momento, mesmo quando u'a maioria cada vez maior de negros não leva a sério o Movimento Negro, assim como gays em relação ao Movimento LGBT ou mulheres em relação ao Feminismo, o movimento esquerdista tem feito sucesso.

NOTAS:

[01] "Introdução à comunicação com pré-humanos - parte 1", 28 de abril de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/04/introducao-comunicacao-com-pre-humanos.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2017/04/introducao-a-comunicacao-com-pre-humanos-parte-1.html.

[02] "Sobre quando é tarde demais (e um pouco de Felipe Neto e Marielle Franco)", 28 de abril de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, http://avezdasmulheres.blogspot.com/2018/03/sobre-quando-e-tarde-demais.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2018/03/sobre-quando-e-tarde-demais.html.

[03] "Classificação Indicativa: Governo Federal estuda imposição no YouTube", ANMTV, 25 de abril de 2018, http://anmtv.xpg.com.br/classificacao-indicativa-governo-federal-estuda-imposicao-no-youtube.

[04] Abigail P. Aranha, Twitter, 15 de abril de 2018 às 18:42, https://twitter.com/AbigailPAranha/status/985634540797464576.

[05] Abigail P. Aranha, Twitter, 30 de abril de 2018 às 09:16, https://twitter.com/AbigailPAranha/status/990927771152080897.

[06] Abigail P. Aranha, Twitter, 30 de abril de 2018 às 21:02, https://twitter.com/AbigailPAranha/status/991105540817326080.

[07] Abigail P. Aranha, Twitter, 30 de abril de 2018 às 21:18, https://twitter.com/AbigailPAranha/status/991109576115281920.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Twitter censura referência à #FalsaAcusaçãoDeEstupro de Souad Faress

Por

Imagine que uma noite você é abordado por estranhos, amarrado, enfiado na traseira de um carro e levado a um prédio onde você é colocado em uma gaiola. Sua família tem que pagar resgate para ter você de volta, mas só depois que seus sequestradores o interrogarem, acusarem você de um ato repreensível, atacarem publicamente sua reputação e ameaçarem jogá-lo de volta na gaiola como retribuição por seu suposto delito. Cabe a você provar a alegação errada, ou é a gaiola para você.

Não, você não tem nenhum recurso para o sequestro e a tortura mental. Não, você não pode receber seu dinheiro de volta. Não, você não pode sequer ter seu nome totalmente limpo, e você vai ter que lutar com unhas e dentes para obter a maior parte limpa.

E a propósito, você não tem permissão para contar a ninguém quem é seu acusador, porque a natureza do que você é acusado torna isso ilegal.

Souad Faress, falsa acusadora

Essa é a posição em que Mark Pearson se encontrou quando foi preso e interrogado sobre uma queixa de estupro feita pela premiada atriz de Game of Thrones Souad Faress. A acusação em si era ridícula. Pearson passou por Faress na estação de Waterloo, em Londres. Depois, Faress acusou-o de estender a mão por baixo da saia dela e colocá-la nas suas roupas íntimas e penetrá-la sexualmente por dois ou três segundos. Ela alegou ter cambaleado e gritado, e que as pessoas pararam ao seu redor. Em nome da atriz, Pearson mergulhou no que descreveu como "um pesadelo kafkiano de um ano" de ser preso, investigado, humilhado publicamente e submetido a um julgamento.

Para garantir uma condenação, o Estado reduziu a velocidade das filmagens de CCTV do breve encontro deles, numa tentativa de fazer parecer que havia mais tempo para o ataque ter ocorrido, e os advogados de Pearson tiveram que lutar para que elas fossem executadas corretamente. júri. Mesmo desacelerada, a filmagem não mostrou nenhum contato, nem qualquer reação dos transeuntes.

Para garantir uma condenação, o Estado reduziu a velocidade das filmagens de CCTV do breve encontro deles

Vista na velocidade em que foi gravada, a gravação demonstrou claramente que a agressão era fisicamente impossível. Houve menos de um segundo de tempo quando os dois estavam perto o suficiente para se tocarem. Mark Pearson carregava itens nas duas mãos, e as posições de suas mãos não mudavam de quadro para quadro.

O júri em seu caso demorou 90 minutos para dar o veredicto de "Não é culpado".

InBrief.co.uk informa que

Nos termos do artigo 5(2) da Lei Criminal de 1967 (CLA 1967), (desperdiçar tempo da polícia) é uma ofensa para causar um desperdício no emprego da polícia ao fazer conscientemente um falso relato - seja oralmente ou por escrito - para a polícia ou qualquer outra pessoa de que:

  • uma ofensa foi cometida;

  • existe uma ameaça real à segurança de qualquer pessoa ou propriedade; ou

  • eles têm informações relevantes relacionadas a algum inquérito policial.

O site também descreve outro crime relevante para este caso:

Perverter o curso da justiça

Se uma denúncia falsa tiver consequências particularmente graves, a polícia poderá acusar você de perverter o curso da justiça, o que acarretará uma pena máxima de prisão perpétua. A polícia está mais propensa a acusar você dessa ofensa mais séria do que de desperdiçar tempo da polícia se:

  • o falso relato foi motivado por malícia;

  • você continuou a manter sua falsa história, mesmo quando havia muitas oportunidades para se retratar;

  • você falsamente acusou alguém de um crime e eles foram acusados e presos em prisão preventiva ou julgados, condenados e / ou sentenciados;

  • a pessoa que você acusou falsamente sofreu grandes danos à sua reputação;

  • você tem um histórico e / ou condenações anteriores de fazer relatos falsos.

Mark Pearson não é um criminoso. Ele não cometeu, por qualquer definição, um crime, e ainda assim ele foi detido, interrogado pela polícia, preso, levado perante um juiz e publicamente difamado como criminoso.

Sua acusadora, no entanto, cometeu. Ao apresentar sua queixa impossível à polícia, ela desperdiçou tempo da polícia e perverteu o curso da justiça. Crimes equivalentes nos EUA estariam enquadrados em falsa acusação e cometer perjúrio.

Souad Faress não é uma vítima. Ela nem mesmo é só uma testemunha em um processo judicial. Ela é uma criminosa... uma perpetradora de desperdiçar tempo da polícia e perverter o curso da justiça. Ela não foi agredida, assediada ou levemente incomodada contra sua vontade neste caso. Ela manejou o sistema judiciário como uma arma de tortura contra outro ser humano por um ano.

E ela fugiu com isso. Não só ela fugiu com isso, ela foi acomodada. Ela recebeu assistência de vítima, incluindo ajuda financeira. A seu pedido, a polícia encurralou e interrogou um completo estranho, prendeu-o, extorquiu dinheiro dele, o humilhou publicamente e o colocou em julgamento. Ela foi capaz de fazer tudo isso anonimamente - tanto que mesmo no tribunal, onde o júri deveria ser capaz de avaliar o comportamento das testemunhas para eliminar mentiras, ela ficou escondida quando testemunhou.

Nenhuma acusação será feita contra ela por seus atos criminosos. Sua vítima não tem nenhum recurso legal para buscar justiça pelo que ela fez com ele. Ele não pode sequer apresentar uma queixa criminal.

Seu anonimato ainda está protegido. Enquanto outras vítimas de crimes são encorajadas a nomear publicamente seus autores, Mark Pearson não tem nem permissão para falar em particular com amigos ou familiares quem o vitimizou.

Essa é a lei no Reino Unido; todos os mecanismos do sistema de justiça criminal são revertidos quando uma mulher comete o crime de abrir uma falsa denúncia policial de agressão sexual, se agarrar à história falsa mesmo quando há muitas oportunidades de se retratar... e depois participa do processo como se sua mentira fosse verdadeira quando o acusado era acusado, preso sob custódia e julgado por um crime baseado nessa mentira, sofrendo danos em todo o mundo à sua reputação e tortura mental no processo.

Mas esse é o Reino Unido, certo? Fora do país, qualquer um pode nomear a falsa acusadora de Mark Pearson. Eu a nomeei repetidamente neste artigo. Eu vou fazer de novo: a falsa acusadora de Mark Pearson é Souad Faress, atriz premiada, mais recentemente conhecida por seu papel como a Alta Sacerdotisa do Dosh Khaleen em Game of Thrones.

Eu poderia pular para cima e para baixo do lado de fora do meu quintal gritando sobre isso, nomeando-a repetidas vezes como aquele personagem sendo apedrejado até a morte por Levar o Nome do Senhor em Vão em Monty Python e o Santo Graal, e além de olhares de estranheza de meus vizinhos e talvez uma queixa de barulho em potencial, eu não enfrentaria repercussões.

Eu não esperaria que as forças policiais do Reino Unido aparecessem na minha porta para pôr um fim às minhas palhaçadas de nomeação de perpetradores. Nem deveria, visto que os Estados Unidos declararam independência da Grã-Bretanha há gerações. A lei do Reino Unido não se aplica aqui, certo?

Aparentemente, o Twitter acha que sim. O site passou a última semana suspendendo contas por tweets, alguns de um ano atrás ou mais, nomeando o autor de Mark Pearson.

Eu notei isso pela primeira vez quando minha conta foi suspensa. Os tweets nem sequer foram sinalizados no mesmo dia.

Eu perguntei por aí e descobri que outras pessoas experimentaram a mesma coisa:

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A lei do Reino Unido não se aplica fora do Reino Unido. O Twitter não é uma empresa do Reino Unido. É uma empresa estadunidense com sede nos EUA. Não deveria estar aplicando a lei do Reino Unido a cidadãos de outros países, especialmente aqueles que, como os EUA, travaram uma guerra pela independência da Inglaterra... mas em nome da narrativa do feminismo "acredite na mulher", é exatamente isso que está acontecendo. Uma empresa estadunidense, em aparente deferência à lei do Reino Unido, está silenciando o discurso de cidadãos estadunidenses e pessoas em outras nações que não estão sob a autoridade do Reino Unido, todos por terem a audácia de discutir o comportamento repreensível de uma criminosa.

Se os magnatas da mídia social se perguntarem por que são alvo de tantas críticas públicas, por que estão no banco dos réus diante do congresso estadunidense, por que a regulamentação de seus negócios está sendo considerada, aqui vai uma dica:

Os governos não gostam de competição. As plataformas de mídia social pretendendo aplicar as leis de qualquer nação menos as próprias do país ao discurso de cidadãos em países estrangeiros tendem a atrair a ira dos líderes desses países, bem como dos seus.

A guerra revolucionária foi desencadeada pela ira do cidadão sobre a imposição de leis pelo governo às colônias americanas, sem qualquer representação dos colonos no processo de tomada de decisão. Os cidadãos daqui não estão dispostos a tolerar a imposição da lei do Reino Unido em nosso discurso.

Não surpreende que os administradores do Twitter não consigam descobrir que é errado proteger das críticas uma criminosa que passou um ano explorando brechas no sistema legal do Reino Unido para torturar outro ser humano. Afinal de contas, as ações da perpetradora estavam alinhadas com sua perspectiva política publicamente exibida. Sua incapacidade de se distinguir de uma entidade de um governo único mundial, no entanto, é bastante reveladora. É quase como se, como Mark Zuckerberg do Facebook, eles estivessem ativamente buscando a regulamentação governamental das mídias sociais.

Original em inglês: "Twitter censors reference to Souad Faress' #FalseRape accusation", Hannah Wallen, A Voice For Men, 24 de abril de 2018, https://www.avoiceformen.com/mens-rights/false-rape-culture/twitter-censors-reference-to-souad-faress-falserape-accusation

Tradução: Abigail Pereira Aranha

Original text in English reproduced at Men of Worth Newspaper: "Twitter censors reference to Souad Faress' #FalseRape accusation", http://avezdasmulheres2.blogspot.com/2018/04/censorship-to-reference-to-false-rape-accusation.html.
Original text in English reproduced at Periódico de Los Hombres de Valía: "Twitter censors reference to Souad Faress' #FalseRape accusation", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2018/04/censorship-to-reference-to-false-rape-accusation.html.
Traduzione in italiano in Men of Worth Newspaper: "Twitter censura il riferimento alla #FalsaAccusaDiStupro di Souad Faress", http://avezdasmulheres2.blogspot.com/2018/04/censura-a-riferimento-a-falsa-accusa-di-stupro.html.
Traduzione in italiano in Periódico de Los Hombres de Valía: "Twitter censura il riferimento alla #FalsaAccusaDiStupro di Souad Faress", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2018/04/censura-a-riferimento-a-falsa-accusa-di-stupro.html.
Traduction vers le français au Men of Worth Newspaper: "Twitter censure référence à la #FausseAccusationDeViol de Souad Faress", http://avezdasmulheres2.blogspot.com/2018/04/censure-a-reference-a-fausse-accusation-de-viol.html.
Traduction vers le français au Periódico de Los Hombres de Valía: "Twitter censure référence à la #FausseAccusationDeViol de Souad Faress", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2018/04/censure-a-reference-a-fausse-accusation-de-viol.html.
Traducción al español en Men of Worth Newspaper: "Twitter censura la referencia a la #FalsaAcusaciónDeViolación de Souad Faress", https://avezdasmulheres2.blogspot.com/2018/04/censura-a-la-referencia-a-falsa-acusacion-de-violacion.html.
Traducción al español en Periódico de Los Hombres de Valía: "Twitter censura la referencia a la #FalsaAcusaciónDeViolación de Souad Faress", https://avezdoshomens2.blogspot.com/2018/04/censura-a-la-referencia-a-falsa-acusacion-de-violacion.html.
Tradução para o português no A Vez das Mulheres de Verdade: "Twitter censura referência à #FalsaAcusaçãoDeEstupro de Souad Faress", http://avezdasmulheres.blogspot.com/2018/04/censura-a-referencia-a-falsa-acusacao-de-estupro.html.
Tradução para o português no A Vez dos Homens que Prestam: "Twitter censura referência à #FalsaAcusaçãoDeEstupro de Souad Faress", https://avezdoshomens.blogspot.com/2018/04/censura-a-referencia-a-falsa-acusacao-de-estupro.html.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Feminismo e burrice: revista Veja defende hoje o que o Telegraph já mostrou que deu errado mais de dois anos antes

Abigail Pereira Aranha

O problema dos progressistas em geral e do LGBT-feministas em particular não é ter ideais bonitos de fazer um mundo melhor que não se parece com o atual, é, pelo menos de uns 20 anos pra cá, acreditar tanto no próprio discurso que não apenas o mundo real não importa, também não incomoda que o resultado das ações e das atitudes reais da militância real seja muito diferente do discurso. A falta de integridade moral e mental nas lideranças dos movimentos progressistas que usam palavras bonitas não é um mistério. Eles conseguem uma boa renda ou até poder tanto com o discurso quanto com o trabalho que fazem. A falta de integridade moral e mental da maioria dos militantes e simpatizantes não tão bem sucedidos na militância também não é um mistério. Essas pessoas sonham em ser como aquelas. O que parece misterioso é que uma pessoa tenha o mesmo discurso e além de não parecer inteligente, também não parece ser um dos militantes vigaristas. É isso que eu vou abordar aqui.

De alguma forma, a pessoa "comum" que repete as falas da militância de extrema-esquerda chegou àquela mesma falta de integridade moral e mental. Essa pessoa vê brancos e negros denunciando o racismo (dos brancos contra as outras etnias), homens e mulheres denunciando o machismo, heterossexuais e homossexuais denunciando a homofobia, lésbicas repulsivas dizendo que sofrem assédio sexual; todos eles falando nos maiores veículos de comunicação, dentro das maiores empresas privadas ou dentro do alto escalão do serviço público do mesmo país ao qual se referem. Nós temos nome, endereço, página na internet e bagunças da Marcha das Vadias, do Black Lives Matter, do bloco carnavalesco Sai Hétero ou de grupos do "feminismo gordo". Mas onde está, por exemplo, um grupo a favor dos padrões machistas de beleza, algo como "Mulher Loura é Linda"? Aqueles não-militantes não se dão conta disso, e essas pessoas que parecem normais e não-esquerdistas são as que sustentam as partes loucas do movimento esquerdista, pelo menos por levá-las a sério.

A militância socialista boa juntou gente de bom caráter e de inteligência fabulosa com ambição de reconstruir a sociedade (para melhor). Eles podem dizer, mesmo que errem, que a velha ordem é A mais C e o mundo ideal é B mais C, que a velha ordem é A por causa de D e, se destruirmos D e colocarmos E no lugar, teremos uma sociedade B; então, deixamos F que faz a sociedade C e teremos um mundo feliz com E mais F. O pior do raciocínio desses socialistas é o melhor do raciocínio dos outros socialistas. A militância socialista medíocre e a má juntaram sociopatas, escroques, vagabundos e débeis mentais para a guerra contra o caráter, a inteligência e a realidade. Daí, um movimento sociopolítico que diz representar as mulheres se permite incluir a expressão de características pessoais doentias, como a pregação contra a pornografia de Andrea Dworkin que é a inveja que uma lésbica gorda monstruosa tem de mulheres bonitas e pessoas com vida sexual decente; ou o lesbianismo de uma doente psiquiátrica como Valerie Solanas. Isso só é possível em um movimento que prega um mundo melhor quando a falta de integridade mental é a regra em vez de exceção. Dessa regra, escândalos de corrupção administrativa ou de entrada e saída de recursos ilícitos dentro de um grupo militante são consequências, assim como atrocidades político-administrativas, policiais e jurídicas quando o grupo chega ao poder político formal.

Vou dar um exemplo disso que aconteceu este ano. Mas antes, uma coisa que você precisa ter em mente até para entender por que eu escrevi esses parágrafos todos: a heterossexualidade masculina mais o trabalho honesto e a paciência do homem típico sustentaram as sociedades humanas que já existiram e deram a própria sobrevivência à espécie humana. Mesmo que as "melhores" mulheres tenham sido esposas, concubinas ou "acompanhantes" dos bandidos e dos ricaços, os homens comuns estavam lá trabalhando honestamente, e até davam graças a Deus (literalmente) pelos restos que recebiam do universo feminino. Não digo resto no sentido de mulher feia, mulher "velha" ou mulher que já "foi de outro homem"; é no sentido de que, na melhor das hipóteses, o presente de Deus é uma mulher religiosa, que se casou virgem, de inteligência mediana pra alta (acreditar em Deus e na castidade já tira uns pontos do QI) e que apesar de inspirar "bons pensamentos" nos homens, não tem a capacidade para gostar de sexo decente.

Vamos lá. Capa da revista Veja de 10 de janeiro de 2018: "O novo código de conduta entre os sexos". "Na era da intolerância ao assédio e da crescente afirmação feminina, a convivência entre homem e mulher está passando por uma mudança radical." Os mesmos homens (mulheres também, mas vou destacar os homens) que acham desprezível dizer que uma mulher foi estuprada porque teve alguma atitude não-conservadora, como usar roupa curta, acham razoável dizer que se um homem ganha uma acusação falsa de assédio sexual e foi comprovado que ele era mesmo inocente, foi ele que errou, porque ele não deixou a porta da própria sala aberta quando estava conversando com uma mulher, ou porque ele deu carona para ela sem ninguém mais no carro, ou porque ele mandou uma mensagem pra ela que era uma coisa e podia ser entendida de outra. Os mesmos homens que dizem que uma mulher não deve se submeter ao machismo da sociedade também dizem, e isso está na matéria, que um homem é o único responsável e culpado não só pelo que ele faz, mas pelo que qualquer idiota, vadia enrustida ou lésbica disse ou pensa que ele fez. Claro, os autores da matéria dizem que uma queixa de assédio sexual no Departamento de Recursos Humanos (queixa de mulher contra homem) pode ser má interpretação. Isso porque já tivemos reportagens na imprensa nacional e internacional sobre casos de falsas denúncias de estupro ou assédio sexual que destruíram as vidas de homens inocentes, e isso não é coisa de 5 anos pra cá. Neste caso, o que fazer para evitar um denuncismo que beira a palhaçada, de acordo com a matéria? Vamos deixar qualquer mulher dizer qualquer coisa sobre qualquer homem e f...-se, quando alguns desses homens provar que é inocente, vamos fazer o mínimo possível de comentários e de justiça.

A matéria cita uma lesbofeminista estadunidense, tipo com 90% de concordância:

A colunista americana Anne Victoria Clark, por exemplo, propôs um "método" para ajudar homens em dúvida quanto à própria conduta a evitar acusações de assédio. "Façam de conta que todas as mulheres são o Dwayne Johnson", provocou, citando o ator americano conhecido como "The Rock" (A Rocha) por ser uma montanha de músculos. O método funciona mais ou menos assim: está em dúvida se coloca a mão na perna da estagiária enquanto conversam sobre uma promoção? Finja que ela é The Rock e decida. Na ironia de Anne, a resposta oferece uma diretriz infalível para guiar a conduta masculina.

O que eu chamo a atenção nesse trecho é que nós não temos dimorfismo sexual pra isso. Eu me incomodo com os meus colegas de trabalho e alguns clientes conversando comigo e batendo o olho nos meus melões? Não. Eles se incomodam um quando me vê olhando pros braços dele, outro pro peito dele, outro pra bunda dele? Não. Tá bom, nem todos. E se eu usasse uma roupa no trabalho que dá pra ver a minha bunda avantajada e um cliente ou, por exemplo, um carteiro visse? Qual o problema se o meu corpo for gostoso para um homem olhar, se ele for um homem legal? Qual o sentido em eu ser uma mulher gostosa e um homem não poder ou ter medo de me dizer que eu sou gostosa? E se ele gostar de olhar e quiser "mais"? Eu já transei com clientes, e com colegas de trabalho também, nem sempre no local de trabalho. E já não bastava existirem empresas que proibem namoro entre funcionários? Isso é uma coisa que já me chamou a atenção para escrever em abril de 2013 "Você deve respeitar ou admirar uma mulher quando ela tenta se parecer com os homens, mas está rebaixando essa mulher quando a olha como mulher, ou ela desmoraliza a si e às mulheres quando se parece com uma mulher". Pessoal, esse foi o título do texto, agora a citação: "Engraçado que quando uma loura peituda corpo violão entra na sua empresa como técnica de informática, na hora de ela ser técnica de informática você homem tem que olhar para ela como uma mulher numa profissão em que quase todos são homens; na hora de ela ser sua colega, de conversar no cafezinho, você não pode nem olhar para ela".

Mas se você leu na matéria da Veja "as novas condutas pautadas pelo feminismo" (a matéria diz isso) e pensou "isso vai dar m...", você se enganou: já deu. Em 1º de outubro de 2015, dois anos e três meses antes, o Martin Daubney já tinha publicado no Telegraph o artigo "Bom trabalho, feminismo. Agora, os homens têm medo de ajudar as mulheres no trabalho". Primeiro parágrafo: "Um novo livro alega que os trabalhadores de escritório do sexo masculino estão agora com tanto medo de serem vítimas de um processo de assédio sexual que eles relutam em mentorear, ajudar, fazer amizade e até mesmo manter as portas abertas para colegas do sexo feminino". Sabe o que eu acho? Eu acho é pouco. Já não é raridade no Brasil querer trazer para cá o que deu errado no exterior décadas antes. Mas isso é um caso do esquerdismo mediano, o da pessoa comum com ideias progressistas: a pessoa não consegue ver não apenas a porcaria que as ideias que ela defende vão causar se forem colocadas em prática, também não conhece a que já causaram quando foram. Antigamente, até os esquerdistas mais sórdidos com projetos de revolução sociocultural sabiam como era a realidade, como chegar da ordem velha à ordem nova e como a sociedade seria enquanto não é nem uma coisa nem a outra. Os esquerdistas de hoje em geral são como diz aquela piada sobre os economistas, vão descobrir amanhã por que o que eles previram ontem não aconteceu hoje.

Apêndices

"Não, senhores, não pode mais", Veja, 05 de janeiro de 2018. Disponível em https://veja.abril.com.br/revista-veja/nao-senhores-nao-pode-mais.

Não, senhores, não pode mais

Denúncias de assédio sexual e as novas condutas pautadas pelo feminismo fazem empresas vetar caronas, beijinhos e outras interações entre homens e mulheres

Por Fernanda Bassette e João Pedroso de Campos

31 jan 2018, 15h26 - Publicado em 5 jan 2018, 06h00

Seuzidos pela Maldade
Outros Tempos - Cena de 'Seduzidos pela Maldade', do inglês Basil Dearden, com Anne Heywood. O filme é de 1958 — claro (Alamy/Fotoarena)

Um gerente chega ao escritório e, ao ser apresentado a uma nova funcionária, cumprimenta-a com um beijo no rosto. Na sequência, recebe a portas fechadas membros da sua equipe para avaliações individuais, incluindo a estagiária. Ao dar bom-dia à secretária, elogia o seu perfume. Mais tarde, aceita o convite para a happy hour da firma e oferece carona a uma subordinada. No fim do dia, agradece a uma funcionária no WhatsApp por uma tarefa bem executada e despede-­se com "bjs". Se você, leitor, nem desconfia que pode haver algo de condenável nas atitudes do nosso gerente, esteja certo de que corre os mesmos riscos que ele. Hoje, pelas regras de muitas empresas, esse chefe hipotético teria batido um recorde de condutas inadequadas — e, a depender da visão de seus colegas e patrões, poderia ser um sério candidato ao título de assediador da turma.

Sim, os códigos de conduta entre os sexos estão passando por uma transformação radical, impulsionada pela explosão das denúncias de assédio e pela crescente afirmação feminina. E há gente confusa com isso — em particular, homens criados no tempo em que era aceitável virar a cabeça diante da passagem de um derrière feminino. Mas, ei, isso também não pode mais? Não, senhores, não pode. O mundo não apenas mudou — mudou rapidamente. Daí o fato de muitos homens reagirem com perplexidade aos olhares de repreensão provocados por algo que eles sempre fizeram e que ninguém antes lhes havia dito que não podiam fazer.

Rosana Marques
Disque-Denúncia – Na consultoria Crowe Horwath, a gerente de gestão de pessoas Rosana Marques (em pé) participou da implantação de um canal para queixas contra desvios morais: regras para evitar constrangimento (Paulo Vitale/VEJA)

Como costuma acontecer em momentos de grandes e velozes transformações, as novas regras ainda não estão claras para todo mundo. O que "pode" e o que "não pode" se embaralham, a depender do ambiente e dos protagonistas da ação. Gestos como abrir a porta para uma mulher, por exemplo, uma manifestação de cavalheirismo para a maioria, já podem parecer ofensivos para algumas mulheres, que enxergam ali um galanteio indevido. Dessa forma, episódios de grosseria explícita e atitudes sem segundas intenções correm o risco de acabar entrando no mesmo índex, penalizando igualmente machistas irremediáveis e pobres exemplares do gênero masculino francamente boquiabertos com o mundo novo. Pelo sim, pelo não, muita gente — e um número crescente de empresas — tem preferido a prevenção.

Luiz Carlos Pulini

"Almoço, só em grupo" – Sou bem mais precavido hoje do que era alguns anos atrás. Quando comecei a gerenciar uma equipe de treze vendedoras, vi que não haveria espaço para piadinhas, brincadeiras ou qualquer coisa que pudesse sugerir assédio. Passei a tomar o cuidado de não almoçar no refeitório na companhia de uma só vendedora, mas apenas em grupo. Quem está em cargo de chefia precisa agir assim. Em meu trabalho, as mulheres são a maioria. Então, não faço nenhum comentário que possa ter duplo sentido. Penso duas vezes antes de fazer uma crítica ou mesmo um pedido.

Luiz Carlos Pulini, executivo de vendas de uma distribuidora de álcool em São Paulo (Paulo Vitale/VEJA)

A rede de clínicas médicas populares dr.consulta, por exemplo, prepara para o primeiro trimestre deste ano a distribuição de uma cartilha a seus 1.000 funcionários em que proíbe, entre outras coisas, cumprimentos que incluam beijos e abraços. "Cada um tem o seu limite. Então, é melhor evitar", justifica Anna Karla Ribeiro, diretora de gente e gestão da rede. Na GuardeAqui, líder no setor de boxes de armazenagem no país, as normas de convivência já vigoram há um ano. As proibições, nesse caso, abrangem coisas evidentes, como "solicitação de favores sexuais", "olhares maliciosos" e "exibição de fotos sexualmente sugestivas". Na rede dr.consulta, as novas regras de conduta incluirão um tipo de disque-denúncia destinado a acolher relatos de abuso tanto da parte de funcionários como dos 1.300 médicos credenciados. Empresas como a ­Crowe Horwath e a Intel do Brasil abriram um canal semelhante. A segunda recebe casos por e-mail e telefone — eventualmente, os episódios registrados são levados para a arbitragem do CEO. "Uma profissional se queixou de receber abraços em excesso de um colega. Falei com ele, e não aconteceu de novo", diz Maurício Ruiz, CEO da multinacional no Brasil.

José Marcelo Bussab

"Deixo a porta da sala aberta" – Dou aulas de história há trinta anos. Ficar sozinho com alguém em uma prova ou tirando dúvidas até mais tarde sempre foi corriqueiro. Mas, com tantas reportagens sobre casos de assédio e depois de ouvir o relato de um episódio em ambiente educacional, comecei a sentir receio. Passei a tomar cuidados que nunca imaginei necessários para não dar margem a interpretações erradas. Hoje, deixo a porta da sala aberta ou procuro ter mais gente por perto em conversas individuais. E não chamo aluna para almoçar, a não ser que seja em turma.

José Marcelo Bussab, professor de cursinhos e do ensino médio em São Paulo (Paulo Vitale/VEJA)

Obviamente, nem todos os casos terminam assim tão bem. Por medo de pisarem em falso e prejudicarem sua carreira, muitos homens têm redobrado a vigilância. Para o executivo de vendas Luiz Carlos Pulini, a mudança começou quando ele passou a gerenciar uma equipe de treze vendedoras. Agora, no almoço, não aceita mais companhia individual. "É um cuidado para evitar falatórios." Fernando Martins, CEO da tecnológica AgroTools, está no grupo dos que logo esticam o braço para cumprimentar uma mulher. "Não dou beijo e só chamo alguém para almoçar se for para tratar de trabalho, com a conta paga pela empresa. Não faço elogios a roupa nova nem a perfume", conta. As caronas, antes inseridas no terreno da gentileza, agora derrapam em solo pantanoso. "Não basta sermos éticos, temos de parecer também. E, se a estagiária é promovida depois da carona, o que podem dizer?", avalia Wagner Giovanini, diretor da consultoria Compliance Total.

Gwyneth Paltrow e a capa da Time
A era pós-Weinstein – A atriz Gwyneth Paltrow, que acusou o produtor Harvey Weinstein por assédio cometido há duas décadas, e as "rompedoras de silêncio", eleitas as "pessoas do ano" na revista Time por terem trazido casos à tona: o mundo nunca mais será o mesmo (Jamie McCarthy/FilmMagic/Getty Images)

Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 88% das ações de assédio sexual em 2016 se deram na esfera trabalhista. O assédio, evidentemente, pertence a uma categoria bem diferente da que abrange carona e beijo no rosto. No país, o assédio é crime previsto no Código Penal desde 2001. Incorre nele todo indivíduo que tentar obter "vantagem carnal" usando a condição de superior hierárquico ou lançando mão de sua ascendência sobre alguém. O problema está em definir com clareza a linha tênue que separa a saudável gentileza entre os sexos do momento em que começa a brutalidade do assédio. No Brasil, os processos por assédio sexual aumentaram 200% num período de três anos.

– (Arte/VEJA)

A pedido de VEJA, a consultoria Kurier Analytics fez um levantamento inédito na base de dados do Conselho Nacional de Justiça. Em 2013, houve 1.530 novas ações de assédio em primeira instância. Em 2016, o número chegou a 4.450. Pelo andar da carruagem, no fim de 2017 pode ter quintuplicado (veja o quadro ao lado). Ainda que isso ocorra, os números permanecerão aquém da realidade. Se atrizes com salário de sete dígitos como Gwyneth Paltrow levaram anos para trazer à tona os abusos perpetrados por um homem com o poder de estender-lhes o tapete vermelho ou puxá-lo de seus pés para sempre, quantas assalariadas estão dispostas a pagar o alto preço de quebrar o silêncio? O caso de Harvey Weinstein — o poderoso produtor de cinema acusado em outubro de assediar nove entre dez estrelas de Hollywood, Paltrow incluída — desencadeou um rastro de denúncias de assédio mundo afora — e chegou ao Brasil. É bom que o assédio esteja sendo cada vez mais policiado e denunciado. O dado nebuloso é como tudo isso vem afetando, de modo mais amplo, as relações entre os gêneros. O Brasil, nessa história, corre o risco de estar importando certas concepções culturais dos Estados Unidos, um país cuja moral sexual é distinta da brasileira. Entre os americanos, há uma tradição puritana que nunca chegou a ser expressão majoritária por aqui. Lá, por exemplo, o beijo de cumprimento e o contato físico em geral não têm a mesma aceitação que no Brasil.

Com o alerta amarelo da acusação constantemente aceso, também aumentam os riscos de injustiça e linchamento de "réus", pondera o sociólogo Francisco Bosco, autor do livro A Vítima Tem Sempre Razão?, editado pela Todavia. "As acusações têm misturado casos de evidente comportamento abusivo e outros em que, mesmo diante das inconsistências das denúncias, os homens são sumariamente considerados culpados pela opinião feminista." Para Bosco, não há dúvida de que "os homens devem mudar radicalmente sua conduta em interações heterossexuais". Mas há um equívoco no que ele chama de "convocações totalizantes" — a adesão automática de latinos a denúncias feitas por latinos; de negros a acusações oriundas de negros; de mulheres a relatos feitos por mulheres, tudo isso sem que se dê muita atenção a provas ou argumentos da defesa. "O princípio da empatia tende a fazer com que as pessoas valorizem aquelas mais parecidas com elas mesmas", afirma Bosco. Assim, os julgamentos morais podem se tornar muito próximos do preconceito, diz o sociólogo.

Pesquisas recentes nos Estados Unidos alertam sobre os efeitos deletérios de certos tipos de treinamento. Segundo estudo da socióloga Justine Tinkler, da Universidade da Geórgia, reforçar os estereótipos de machos poderosos e fêmeas vulneráveis acaba minando a confiança delas para ocupar espaços na hierarquia empresarial — em outras palavras, isso ameaça lançar pelo ralo o que vem sendo conquistado a duras penas nas últimas décadas pelas mulheres.

O sociólogo Michael Kimmel, professor de estudos de gênero da Universidade Stony Brook, no Estado de Nova York, considera que há uma dose de cara de pau nesse debate. "Homens mais velhos podem até ficar confusos quanto às novas condutas, mas, no que se refere aos jovens, eles dizerem que não entendem o que está mudando é uma desculpa paté­tica", afirma. "Além disso, não é preciso que as regras tenham mudado para dizer que tocar os seios de uma mulher é inadequado. Sempre foi."

Em linha com Kimmel, ativistas feministas têm vindo a público para criticar o que seria o "falso coitadismo" dos homens confrontados com o novo feminismo. A colunista americana Anne Victoria Clark, por exemplo, propôs um "método" para ajudar homens em dúvida quanto à própria conduta a evitar acusações de assédio. "Façam de conta que todas as mulheres são o Dwayne Johnson", provocou, citando o ator americano conhecido como "The Rock" (A Rocha) por ser uma montanha de músculos. O método funciona mais ou menos assim: está em dúvida se coloca a mão na perna da estagiária enquanto conversam sobre uma promoção? Finja que ela é The Rock e decida. Na ironia de Anne, a resposta oferece uma diretriz infalível para guiar a conduta masculina.

Não consta que a colunista tenha perguntado se todas as mulheres gostariam de ser tratadas como Dwayne Johnson. Mas isso talvez seja conversa para daqui a alguns anos, quando os ânimos estiverem serenados, os exageros aparados e o respeito entre os gêneros não depender de consulta a cartilhas. O certo é que as novas regras de convivência entre homem e mulher não podem confundir assédio, que é um crime intolerável, com a gentileza e mesmo com o jogo saudável da sedução, que é da natureza humana. Do contrário, como na piada de Luis Fernando Verissimo, será melhor entrar para uma ordem religiosa oriental, que substitui o sexo pela contemplação da alcachofra.


BEIJINHO, BEIJINHO? TCHAU, TCHAU

Alguns dos gestos cotidianos já estão banidos de empresas brasileiras

Falar "pegando"

Aquele colega que costuma encostar no interlocutor durante a falajá incomodava. Agora, em algumas empresas, o gesto tornou-se oficialmente inadequado. No treinamento antiassédio da Intel no Brasil, um vídeo mostra um homem tocando o ombro de mulheres. Em seguida, uma placa indica: "Pare!". Se o contato avança para seios e nádegas, o problema passa a ser coma Justiça — casos de mulheres tocadas dessa forma terminaram, nos últimos anos,em indenizações de até 50 000 reais às vítimas.

Cumprimentar com beijinhos

O manual de conduta de alguns escritórios começa a banir a saudação, tão comum no Brasil. Em elaboração, o código da redede clínicas médicas dr.consulta deve incluir um aviso contra abraços e beijinhos no rosto. "É melhor evitar o toque, pois nunca se sabe qual é o limite da outra pessoa", diz a gerente de gente e gestão, Anna Karla Ribeiro.

Piadas e palavrões

Empresas como a farmacêutica Bayer e a armazenadora GuardeAqui coíbem piadas maliciosas e linguagem sexualmente explícita. O comportamento será considerado pior, é claro, se fizer referência a uma funcionária específica. Um caso recente na Justiça do Rio Grande do Norte resultou em indenização de 6 700 reais por dano moral a uma profissional por "comentários com conotação sexual do superior hierárquico".

Elogios a roupas, perfume e forma física

Para o advogado trabalhista Denis Sarak, elogios a roupas ou ao perfume de mulheres no ambiente de trabalho não são considerados assédio se não há "conotação ofensiva". Mas como ter certeza desse limite?Algumas empresas e organizações orientam a equipe a evitar esse tipo de comentário. "Pode ser entendido de outra forma e causar problemas", diz o superintendente do Sesi José Antonio Fares.

Dar carona a colegas

Empresas com códigos mais detalhados têm aconselhado carona entre colaboradores apenas quando mais de duas pessoas embarcarem. Já para o sociólogo americano Michael Kimmel, deixar de transportar uma colega por medo de consequências é uma reação "desonesta" dos homens. "Não há nada de problemático em ser gentil com alguém do trabalho, desde que você não pense que isso lhe dá o direito de fazer alguma coisa."

Reuniões a portas fechadas

"Por que isso seria um problema?", indaga Michael Kimmel, para quem a situação, por si só, dificilmente deve ser interpretada como assédio. No entanto, em algumas organizações, entre elas o Sesi, há orientações para que professores não fiquem sozinhos com um único aluno na sala de aula a portas fechadas.

Mandar "beijo" no final de e-mails e mensagens

Não há notícia de que isso tenha acabado em processo, mas, por receio de que a atitude seja interpretada como tentativa de ampliar a intimidade, muitos profissionais têm preferido o "abraço" ou simplesmente o "obrigado".

Com reportagem de Françoise Terzian e Leonardo Lellis

"Well done, feminism. Now men are afraid to help women at work", Telegraph, 01 de outubro de 2015. Disponível em https://www.telegraph.co.uk/men/relationships/11904203/Well-done-feminism.-Now-man-are-afraid-to-help-women-at-work.html.

Bom trabalho, feminismo. Agora, os homens têm medo de ajudar as mulheres no trabalho

As notícias de que os homens têm muito medo de uma viagem ao RH por ajudar as colegas do sexo feminino é a prova final de que o projeto de igualdade de gênero foi um tiro que saiu pela culatra, escreve Martin Daubney

Don Draper de Mad Men (homens loucos)
Os homens estão muito paranóicos quanto às alegações de assédio sexual para dar uma ajuda no local de trabalho

Por Martin Daubney

13:14 BST 01 de outubro de 2015

Um novo livro alega que os trabalhadores de escritório do sexo masculino estão agora com tanto medo de serem vítimas de um processo de assédio sexual que eles relutam em mentorear, ajudar, fazer amizade e até mesmo manter as portas abertas para colegas do sexo feminino.

De forma esmagadora, Sexo & O Escritório sugere que os homens agora encaram comportamentos tão comuns e decentes como "muito arriscados" - e, no que será uma amarga ironia para os militantes da igualdade, afirma que, como consequência direta, as mulheres agora não conseguem progredir no trabalho.

Este terror de ser acusado de assédio sexual é agora tão comum que tem o seu próprio termo, "stress de reação". Isso soa como algo direto de um anúncio do Claims Direct - em que as únicas vítimas são homens. [nota da tradutora: Claims Direct é um serviço de advocacia do Reino Unido especializado em danos físicos pessoais, www.claimsdirect.co.uk]

A autora do livro, Kim Elsesser, pesquisadora da Universidade da Califórnia, argumenta que uma "divisão sexual" surgiu, o que impede as mulheres de construir a rede vital de contatos tanto dentro do local de trabalho quanto socialmente.

E a autora deve conhecer sobre ambientes de trabalho difíceis: ela é uma ex-comerciante de ações da Morgan Stanley.

De forma surpreendente, Elsesser acrescenta que as próprias empresas estão contribuindo para essa bagunça, já que agora estão tão aterrorizadas com ações legais que enviam pessoal em cursos de treinamento de assédio sexual, e têm o dever de acompanhar qualquer alegação, por menor que seja.

Lamentavelmente, Elsesser cita exemplos de homens que foram arrastados por seus departamentos de Recursos Humanos simplesmente por abrir uma porta para uma colega ou elogiá-la por um novo terno. "Histórias como estas se espalham pelos locais de trabalho, incutindo o medo de que comentários inocentes sejam mal interpretados", diz ela.

Sem m***a, Sherlock!

Charlie Day e Jennifer Aniston em Horrible Bosses (chefes horríveis)
Apenas sendo amigável? Charlie Day e Jennifer Aniston em Horrible Bosses (chefes horríveis)

É claro que, apesar do fato de que são os homens que estão recebendo a parte mais difícil do abacaxi aqui, isso está tudo sendo pintado como Oficialmente Mau para as Mulheres, já que elas não estão conseguindo seguir em frente.

Mas como os homens deviam reagir quando somos informados de que, apesar de décadas de nos ser dito que as mulheres não precisam ou nem mesmo querem ajuda de homens, agora elas estão ficando para trás porque nós não as estamos ajudando?

Uma frase envolvendo "fazer o bolo e comê-lo" vem à mente - embora não a repita no trabalho, já que você provavelmente será promovido ao RH por "fat shaming" (envergonhar gordas).

O livro de Elsesser ecoa um artigo perspicaz do New York Post do início deste ano chamado "Homens poderosos agora se escondem atrás de portas abertas".

A escritora, Naomi Schaffer Riley, pinta um quadro deprimentemente familiar de professores universitários que nem fecham as portas da sala quando estão sozinhos com uma aluna.

Seria fácil descartar isso como ainda mais loucura no campus, mas Riley afirma que essa podridão vai para o topo da sociedade americana. E quanto tempo antes de começarmos a sentir as ondas cruzarem a Lagoa?

Riley cita uma pesquisa do US National Journal, onde um assessor do Congresso disse: "Várias assessoras foram impedidas de contratar seus chefes masculinos em eventos noturnos, dirigir sozinhas com seu congressista ou senador, ou mesmo se sentar cara-a-cara em seu escritório por medo de que os outros tenham a impressão errada."

Em uma cultura feliz com ações judiciais, em que alegações podem aparentemente ser feitas com base em "ele disse / ela disse", os homens agora estão tentando garantir que suas ações sejam sempre cobertas por um testemunho de terceiros. Cada vez mais, eles querem ter certeza de que as paredes tenham ouvidos - apenas no caso de algo "inapropriado" ser dito.

Um homem ajudando uma mulher a sair de um carro
Segurar uma porta aberta pode ter consequências drásticas... Foto: Alamy

Que triste. E, honestamente, quem tem a menor ideia de onde o "inapropriado" mesmo começa hoje em dia? Segurar uma porta aberta? Dizer "vestido bonito?" Sorrir? Fazer contato visual?

Continuando dessa forma, estamos nutrindo e paparicando a vitimização e isso está tendo impactos profundos. No mês passado, na Grã-Bretanha, a advogada "feminista destemida" Charlotte Proudman envergonhou publicamente Alexander Carter-Silk, de 57 anos, um advogado sênior, por elogiar sua "deslumbrante" foto de perfil do LinkedIn - então alegou que foi a carreira dela que foi "arruinada".

Em meio a essa poluição venenosa de desconfiança mútua e, cada vez mais, desprezo, há alguma surpresa de que os homens estejam ficando com medo das colegas de trabalho do sexo feminino?

Acima de tudo, Sexo & O Escritório é prova, se é que era necessária alguma, de que O Grande Projeto da Igualdade no Trabalho tem dado um tiro pela culatra espetacular. Quem, precisamente, vence se os homens estão com medo de processos judiciais e as mulheres estão ficando para trás como consequência?

Nesse ambiente tóxico e paranoico, as mulheres nunca serão confiáveis como conselheiras. Elas serão congeladas fora das redes - ou, cada vez mais, criarão suas próprias redes somente para mulheres, que na superfície prometem avanço mas, no fundo, aumentarão o separatismo de gênero. Os locais de trabalho de pessoas do mesmo sexo dos anos 1940 seriam mais seguros para todos?

Esta é a cama que o feminismo da Terceira Onda fez. Agora todos nós temos que nos deitar nela: bem acordados, corações acelerados, olhos bem abertos, esperando os advogados virem martelando em nossas portas.

Esse é o nosso futuro coletivo - alguém chamou "Medo e Repugnância nos Recursos Humanos?" Como nós podemos acabar com esse pesadelo?

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